Não Sujeito a Ninguém, Disponível para Todos

Não Sujeito a Ninguém, Disponível para Todos

“Não Sujeito a Ninguém, Disponível para Todos”

(Romanos 9:14-33)

Série: Sem Culpa!

Rev. Todd A. Linn, PhD

Primeira Igreja Batista de Henderson, KY

(13-09-2009) (Manhã)

 

. Peguem suas Bíblias e abram em Romanos, capítulo 9.

 

Nós estamos estudando o livro de Romanos, versículo por versículo, indiscutivelmente a maior de todas as cartas no Novo Testamento. Da última vez, nós paramos no capítulo 9, versículo 13, o que significa que, é claro, nós retomamos esta manhã no capítulo 9, versículo 14. Mas nós não podemos compreender o versículo 14 até que vejamos novamente o que Paulo acabara de dizer.

 

Paulo está ensinando sobre o fato de Deus ter depositado Sua afeição sobre aqueles que Ele irá salvar. Isso se chama “conhecer de antemão”. Nós estudamos isso da última vez. A salvação pela graça significa mais do que a maioria imagina. Nós não poderíamos nos arrepender de nossos pecados e crermos no Evangelho e recebermos Jesus como nosso Senhor porque toda a humanidade está morta em delitos e pecados. Então Deus “acende a luz”, se podemos assim dizer. Ele nos dá a graça para nos arrependermos e crermos. Deus faz isso acontecer, mas isso não acontece com todo mundo.

 

Paulo tem ensinando isso com relação a Jacó e Esaú. Ele cita Malaquias lá no versículo 13. Deus diz “amei a Jacó, mas odeie a Esaú”. Deus não “odeia” da forma como nós normalmente usamos essa palavra no inglês contemporâneo. Essa é a linguagem da eleição. É a maneira de Deus dizer que Ele colocou Sua especial afeição amorosa sobre uma pessoa e não sobre outra. Ele escolheu uns para salvação e outros não. Isso prepara o próximo versículo, vejam. Paulo diz no versículo 14: “Que diremos pois?” – ou seja, à luz de Deus ter escolhido um e não o outro –  “que há injustiça da parte de Deus?”

. Fiquem de pé em honra à leitura da Palavra de Deus.

 

14 Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.

15 Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.

. Orar.

 

Introdução:

 

Esta manhã eu quero ensinar sobre o Deus que “não está sujeito a ninguém, e disponível para todos.” A Palavra de Deus no lembra que nós servimos a um Deus grande, onipotente, infinito.  Nós, por comparação, somos pequenos, sem poder e finitos. Muitos Crentes e muitas igrejas podem ser divididas em duas categorias, ou são igrejas de  um “Grande Deus, pequeno homem” ou são igrejas de um “Grande Homem, pequeno deus”.

 

“Uma igreja de “Grande Homem, pequeno deus”, é aquela que tem como centro as vontades e os desejos do homem. E isso se reflete no louvor e na oração. É muito centrada no homem. O louvor é focado em fazer com que o homem “se sinta melhor.” As orações frequentemente usam o pronome pessoal: “Eu preciso disso, Deus. Me dá isso. Eu não gosto disso. Eu não gosto daquilo. Faça com que eu me sinta melhor.” Essa é uma igreja de “Grande homem, pequeno deus”.

 

Uma igreja de “Grande Deus, pequeno homem” é aquela centrada nos desejos e vontades de Deus. E isso também se reflete no louvor e na oração. Ela é muito focada em Deus. O louvor não busca fazer com que o homem “se sinta melhor”, mas em glorificar a Deus e estar maravilhado com Sua grandeza e majestade. As orações não são voltadas para o que o homem quer, mas ao contrário, são cheias de gratidão a Deus. Não é “Eu preciso disso” ou “Me dá isso” ou “Me abençoa, me abençoa, me abençoa.” É do tipo: “Deus, obrigado por me acordar nesta manhã. Obrigado pelo oxigênio. Por que o Senhor se importa com isso? Eu não mereço nada. Me ajude a Te glorificar hoje.”

 

Uma igreja de “Grande Homem, pequeno Deus” requer respostas para as perguntas dos homens. Ela exige saber “Por quê?! Deus, por que estás fazendo isso?” Por que comigo?!” Uma igreja de “Grande Deus, pequeno homem”, porém, não pergunta: “Por quê, tanto quanto “O quê?” Ela pergunta: “Deus, o que? O que o Senhor está me ensinando com essa experiência? Ou “Como eu posso Te glorificar mais com essa situação?” Vocês percebem a diferença no foco?

 

Eu quero continuar nos conduzindo a sermos uma igreja de um “Grande Deus, pequeno homem”. O Deus que servimos é um Grande Deus! Todos digam: “Grande Deus”! Ele não deve satisfações a ninguém. Eu quero dar a vocês esta manhã três coisas para se fazer em resposta ao nosso texto. Primeira:

 

I.  Descanse na Completa Perfeição de Deus (14-23)

 

Lembram-se da tensão aqui entre os versículos 13 e 14? Paulo acaba de falar sobre o fato de que Deus escolhe alguns para serem salvos em detrimento de outros. Ele sabe que isso provavelmente vai levar alguns a questionarem a Deus. Ele sabe que alguns vão dizer: Bem, se Deus escolhe alguns para serem salvos e não salva todos, então isso é injusto! Muito injusto! Que injustiça!” Versículo 14:

 

 

14 Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.

15 Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia.

16 Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.

 

De certa forma, Paulo está na verdade dizendo: “Olha, Deus faz como bem quer. Ele não deve satisfações a ninguém.” Se Deus quer escolher Jacó e não Esaú, ele pode. Isso é ilustrado pela história de Moisés ali no versículo 15. Lá no livro de Êxodo, capítulo 33, Moisés pede a Deus que lhe mostre Sua glória. Deus faz com que Sua bondade passe por Moisés e proclama Seu nome a Moisés e então diz: “Eu terei misericórdia de quem Eu tiver misericórdia, e Eu terei compaixão de quem Eu tiver compaixão.” Deus faz como Ele deseja. Então Paulo aplica isso à escolha de Deus em salvar alguns. A salvação não tem nada a ver com esforço ou dedicação (16). A salvação é totalmente pela misericórdia de Deus.” Um homem pequeno clama para Deus: Isso tudo é tão injusto e desleal!” Mas Deus não tem nenhuma obrigação de nos responder. Ele diz: “Eu faço como desejar. Eu terei misericórdia de quem Eu tiver misericórdia.”

 

Todos nós conhecemos o exemplo da misericórdia de Deus demonstrada no caso de uma mulher egocêntrica e convencida que tinha ido a um fotógrafo da cidade tirar várias fotos de si mesma. Ela não era a mulher mais linda do mundo, embora ela pensasse que fosse. E então ela foi até o estúdio para ver os negativos. O fotógrafo fez o melhor que pode para deixar as fotos bonitas. Ele as colocou contra um pano de fundo roxo aveludado, e diminuiu as luzes. Ela balançou a cabeça descontente e disse: “Essas fotos não me fazem justiça!” O fotógrafo respondeu: “Moça, você não precisa de justiça. Você precisa de misericórdia!”

 

E é aí que nós precisamos começar nosso pensamento. Nós somos pecadores que não merecemos nada. Paulo tem deixado isso muito claro desde o início da carta. Todos nós pecamos e ficamos separados da glória de Deus. Nós entramos no mundo com uma natureza pecadora herdada de Adão. E todas as vezes que nós escolhemos pecar nós “damos nosso voto” para Adão. Nós somos pecadores por natureza e pecadores por escolha. Se nós exigimos que Deus fosse justo conosco, então Deus nos mandaria para o inferno. Se nós gritarmos: “Deus, me dê o que eu mereço”, é isso que nós merecemos.  Mas Deus em Sua compaixão não nos dá o que nós merecemos. Ele nos mostra misericórdia nos salvando do nosso pecado. Versículo 17:

 

17 Porque diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei; para em ti mostrar o meu poder, e para que o meu nome seja anunciado em toda a terra.

18 Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer.

 

Paulo mostra que Deus faz o que deseja novamente nos levando para o livro de Êxodo. Dessa vez ele usa Faraó. Vocês se lembram da história. Moisés pediu a Faraó que deixasse seu povo ir e Faraó negou repetidas vezes. Ele se recusou ou porque ele endureceu seu coração ou porque Deus endureceu o coração dele. O endurecimento do coração de Faraó é mencionado cerca de 40 vezes em Êxodo. Paulo enfatiza aqui as vezes em que Deus endureceu o coração de Faraó. Deus fez isso para demonstrar Seu poder. Deus fez isso para que as pragas milagrosas e a libertação destacassem o incrível poder do único Deus verdadeiro. Ele “levantou” Faraó com esse propósito. Isso é, Deus permitiu que Faraó se tornasse rei exatamente por essa razão. Paulo antecipa, agora, que alguns vão concluir que Faraó era apenas um fantoche na mão de Deus. Versículo 19:

 

19 Dir-me-ás então: Por que se queixa ele ainda? Porquanto, quem tem resistido à sua vontade?

 

Em outras palavras: “Deus, se permitistes que Faraó se tornasse rei para que pudesses endurecer o coração dele, então como podes achar alguma falha em Faraó – ou em qualquer outra pessoa por esse motivo? Afinal de contas, o Senhor está puxando as cordas e as pessoas estão apenas fazendo Sua vontade!”

 

Paulo poderia ter respondido a essa pergunta de forma que suavizasse a soberania de Deus. Ele poderia ter dito: “Bem, vejam. Lembrem-se de que Faraó também endureceu seu coração. Ou seja, o fato de Deus endurecer o coração de Faraó estava em perfeita harmonia com o fato de Faraó endurecer seu próprio coração. Faraó não era um crente. Deus deu a Faraó a oportunidade para se arrepender. Mas Faraó endureceu novamente seu coração contra Deus. Ao invés de permitir os calorosos raios da graça de Deus aquecerem seu coração, Faraó endureceu novamente seu coração contra Deus. Assim como o sol que derrete o gelo é o mesmo que endurece o barro, assim Faraó se recusou a suavizar seu coração para Deus, então Deus simplesmente deu a Faraó o que ele merecia.” Tudo isso é verdade e Paulo poderia ter respondido dessa maneira, mas ele responde com mais veemência:

 

20 Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas?

 

Você captou a implicação aqui? Deus não quer que sejamos um povo de “Grandes homens, com um pequeno deus”. Ele quer que sejamos um povo com um “Grande Deus, e pequenos homens”.  Quem é você para replicar a Deus? Ele poderia ter dito também: “Você esqueceu quem foi que te criou? Você esqueceu quem foi que te deu esse ar que você está respirando neste exato momento? Você esqueceu que Deus sabe de todas as coisas e você sabe apenas o que Ele permite que você saiba? Você esqueceu isso, enquanto você precisa ler, estudar e ir para a escola para aprender – Deus nunca “aprende” nada?! Quem é você para replicar a Deus?

 

Deus sabe o que está fazendo na sua situação presente. Ele está trabalhando através do seu trabalho, da sua saúde, da sua família, da sua escola, do seu problema de relacionamento, e da sua crise financeira. E sim, Ele sabe exatamente o que Ele está fazendo com relação à questão da salvação. Quem é você para replicar a Deus?

 

Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?

21 Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?

22 E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição;

23 Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou,

 

Essa linguagem é semelhante ao ensinamento de Paulo em 1 Coríntios 12. Lá, Paulo fala sobre pessoas diferentes que formam o corpo de Cristo, diferentes membros da igreja. O corpo humano tem partes que são mais “honrosas” do que outras e alguns de nós temos dons espirituais que são mais “honrosos” ou mais visíveis do que outros. É a mesma idéia aqui. Deus é o oleiro que faz conforme Ele deseja. Assim como o oleiro cria alguns vasos ou utensílios para um propósito mais honroso e outros vasos e utensílios  com propósitos menos honrosos, assim Deus faz como o Oleiro que trabalha com o barro da humanidade pecadora. Deus pega a humanidade cheia de pecado e Ele faz um vaso para honra e outro para desonra. Ou seja, Deus escolhe, dentre a massa de pessoas pecadoras, algumas para salvação. Elas são vasos para honra. Aqueles que se recusam a seguir a Deus e recusam a receber Jesus Cristo são vasos que Deus usa para desonra.

 

Deus não cria pessoas para destruição. Não é isso que ele está ensinando. Deus cria todas as pessoas boas. Ele as criou à Sua imagem. Deus não cria algumas pessoas para irem para o céu e outras para irem para o inferno. Nós vamos tratar mais disso hoje à noite quando nos aprofundarmos mais neste texto. Deus criou todas as coisas e disse que era bom. Ele criou o homem à Sua imagem. O barro aqui não é a humanidade. O barro aqui é a humanidade pecadora. O barro aqui é “todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus.” Paulo está simplesmente dizendo aqui: “Se Deus quer salvar algumas pessoas do inferno, Ele pode fazer isso. Ele não tem obrigação para com ninguém. Afinal, é um milagre que alguém seja salvo.” O fato de Deus salvar alguém é uma demonstração das “riquezas da Sua glória.”

 

E isso realmente é a chave para se compreender a doutrina da eleição, o fato de Deus colocar Sua afeição sobre qualquer um. Nós somos humildemente escolhidos. Nós não perguntamos: “Por que Deus não escolhe todo mundo?” Quando na verdade é: “Por que Deus me escolheria?” Assim diz F.F.Bruce: “Homens e mulheres que experimentaram a perdoadora graça vão sempre se maravilhar com o fato de seus olhos terem sido abertos enquanto os olhos dos demais permanecem fechados.”

 

Era isso que Charles Wesley tinha em mente naquele grande hino:

 

Como pode ser que eu pudesse ter

Interesse no sangue do Salvador?

Ele morreu por mim, que Lhe causei a dor –

Por mim, que até a morte O persegui?

Maravilhoso amor! Como pode ser assim?

 

Descanse na completa perfeição de Deus. E eis a segunda ação:

 

II.  Reconheça o Chamado Povo de Deus (24-29)

 

Aqui está um lembrete de que a salvação está disponível tanto para Judeus como para Gentios. Os chamados por Deus não são apenas Judeus, mas também Gentios. Paulo acabou de dizer no versículo 23 que Deus escolhe alguns para serem salvos “para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia (ou seja, crentes), que para glória já dantes preparou.” Quem são eles? Versículo 24:

 

24 Os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?

25 Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada.

26 E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo.

 

Paulo usa o livro de Oséias do Antigo Testamento para fazer uma aplicação ao grande número de crentes Gentios nas igrejas de Roma. Nós poderíamos esperar que a maioria dos membros da igreja fosse etnicamente de Israel, mas não é esse o caso. Paulo diz que Deus encheu a igreja com aqueles que eram conhecidos como “não são Meu povo”. Esses são os Gentios, não-Judeus. Depois Paulo menciona Isaías:

 

27 Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.(a idéia é de que somente o remanescente será salvo).

28 Porque ele completará a obra e abreviá-la-á em justiça; porque o Senhor fará breve a obra sobre a terra. (isso se refere ao julgamento rápido e decisivo de Deus).

29 E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos Exércitos (tropas) nos não deixara descendência, Teríamos nos tornado como Sodoma, e teríamos sido feitos como Gomorra.

 

Um dos princípios do nosso estudo passado era que: “Nem todo o que é de Israel é Israelense (v.6). Há um grande círculo de Israel étnico e um círculo menor no interior. O círculo menor representa aqueles que são crentes verdadeiros. É disso que Paulo está falando aqui nos versículos 27-29. Ele está dizendo que nem todos os crentes são crentes verdadeiros. Há um grande número de pessoas que dizem que seguem a Deus, mas os verdadeiros crentes são conhecidos como o remanescente.

 

E isso é verdade hoje. Nem todo aquele que diz que é um Crente é realmente um crente. Os Teólogos algumas vezes se referem à distinção como a “igreja visível” e a igreja invisível”. Há a igreja visível. Nós olhamos ao redor e dizemos “Bem, aqui está a igreja”. Sabem como é: “Aqui está a igreja, aqui está o campanário. Abra as portas e veja todo o povo.” A Bíblia diz que nem todas as pessoas na igreja são salvas na verdade. Aqueles de vocês que estão memorizando o resumo de FAITH sabem que o próprio Jesus diz em Mateus 7:21: Nem todo aquele que me diz “Senhor, Senhor” entrará no reino dos céus.” A igreja “invisível” é a pessoa que realmente é salva. Essa igreja é conhecida somente por Deus. Essa igreja representa aquele povo verdadeiramente chamado de povo de Deus.

 

Tudo isso conduz logicamente à ultima ação. Nós dissemos que temos que descansar na completa perfeição de Deus e reconhecer o chamado povo de Deus. Número três:

 

III.  Correr o Caminho Correto para Deus (30-33)

 

Isso é, esteja certo de que você está indo na direção correta. Jesus disse em Mateus 7:13-14: “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.”

 

Paulo usa a imagem de corrida aqui nos últimos versículos para ilustrar duas coisas sobre a salvação: não é o que nós fazemos, mas quem nós conhecemos. Primeiro, não é o que nós fazemos. Versículo 30:

 

30 Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé.

31 Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça.

32 Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei.

 

Perceberam a idéia de corrida aqui? Versículo 31: “Israel (ou os Judeus) buscando a lei da justiça não a obtêm porque eles não a buscam pela fé, mas pelas obras.” Eles estão correndo a corrida até Deus. Eles pensam que estão no caminho certo. Eles estão correndo com vigor. Mas vejam que eles estão correndo da maneira errada. Eles pensam que podem obter o favor de Deus. Eles estão tentando obter a aprovação de Deus pelas boas obras. Por isso, eles não serão salvos. Mas os Gentios, versículo 30, não correm com os Judeus. Eles são salvos por causa da sua fé. Nós somos salvos pela graça, através da fé, não pelas obras. Não é o que você faz, é quem você conhece. Vejam a segunda parte do versículo 32:

 

Tropeçaram (os Judeus) na pedra de tropeço;

33 Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido.

 

Paulo aplica profecias em Isaías sobre a “pedra de tropeço” para o Senhor Jesus Cristo. Ele continua usando essa idéia de corrida. Israel é como um corredor correndo de maneira errada e que então tropeça numa pedra. E essa pedra não é outro senão o Senhor Jesus Cristo. Qualquer que crer Nele não será confundido. Isso é, os propósitos de Deus com relação a Jesus Cristo e nossa salvação Nele serão cumpridos. Então a questão é: corra no caminho correto para Deus. Certifique-se de que você está correndo para Deus pela fé no Senhor Jesus Cristo.

 

Michele e eu assistimos a um documentário interessante recentemente no “Badwater Ultra-marathon”. Vocês sabem que uma maratona tem 42 km. Uma ultra-maratona tem mais. Existe uma em particular com 217 km. Corredores selecionados correm essa ultra-maratona em Julho, com temperaturas por volta de 49º C. Os corredores começam a 86m abaixo do nível do mar na Baía de Badwater, no Vale da Morte na Califórnia, e terminam numa altitude de 2.548m. Nós assistimos a esses corredores tentando terminar a corrida em 50 horas. Uma mulher correu 207,5 km dos 217 km e foi forçada a parar. O corpo dela simplesmente não conseguia continuar.

 

Vocês conseguem imaginar correr 207,5 km dos 217 km, apenas 9,5 km próximos da vitória, e ter que abandonar? Todos nós estamos correndo uma corrida espiritual. Todos nós estamos correndo com a esperança de terminar, com a esperança de obter a vitória. Ouçam: Certifiquem-se de que estão correndo no caminho certo. Tenham a certeza de que seus olhos estão fixados em Jesus, o autor e consumador da nossa fé.

 

. Fiquem de pé para oração.