Livre do Pecado, Escravo de Deus

Livre do Pecado, Escravo de Deus

“Livre do Pecado, Escravo de Deus”

(Romanos 6:15-23)

Série: Sem Culpa!

Rev. Todd A. Linn, PhD

Primeira Igreja Batista de Henderson, KY

(12-07-09) (Manhã)

. Peguem suas Bíblias e juntem-se a mim em Romanos, capítulo 6.

 

Nós continuamos nossa pregação expositiva, versículo por versículo sobre o livro de Romanos, um livro que fala basicamente sobre o Evangelho. Do que fala o Evangelho? Bem, é isso que estamos estudando e hoje nós terminamos o capítulo 6, um capítulo que nos ensina sobre santificação, ou como os crentes crescem em santidade, se tornando mais e mais parecidos com o Senhor Jesus Cristo.

 

A passagem começa no versículo 15 com uma pergunta muito parecida com uma pergunta anterior. Versículo 15: “Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça?” E a resposta: “De modo nenhum!” Vejam como é parecido com o versículo 1: “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?” E novamente a resposta é: “De modo nenhum!”

 

Paulo antecipa que esse ensinamento sobre o Evangelho pode ser mal compreendido. Ele tem enfatizando com tanta veemência a segurança da nossa salvação que ele teme que alguns possam compreender isso de forma errada. Ele tem enfatizado muito que nós somos justificados – declarados justos – somente pela fé em Cristo e não por qualquer mérito da nossa parte, por qualquer obra que façamos, qualquer contribuição nossa, e que nós não fazemos nada para adquirirmos nossa salvação ou para permanecermos salvos; é tudo pela graça, um presente gratuito de Deus. E então Paulo antecipa que alguns podem ouvir esse ensinamento e concluir: “Bem, então suponho que não tem nada de mais um crente continuar pecando; uma vez que ele está debaixo da graça e salvo para sempre e não há nada que possa mudar isso.” Ouçam como Paulo trata esse tipo de argumento.

. Fiquem de pé em honra à leitura da palavra de Deus.

 

15 Pois quê? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum.

16 Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?

17 Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues.

18 E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.

. Orar.

 

Introdução:

 

Os crentes que estão crescendo fazem várias perguntas para os pastores, mas talvez a pergunta mais freqüente seja: “Como eu posso ter vitória sobre o pecado e a tentação?” Essa é uma pergunta muito boa para se fazer porque quem a faz revela um desejo de se tornar cada vez mais parecido com Jesus Cristo.  A palavra usada para se tornar mais parecido com Cristo é “santidade” ou “santificação”. Santidade ou santificação é um processo para nos tornarmos mais puros em nosso comportamento, um processo que dura uma vida e que começa no momento em que uma pessoa recebe Jesus como Salvador e é regenerada ou nasce novamente. Santidade ou santificação é um processo diário pelo qual o crente se torna cada vez mais forte ao vencer o pecado e a tentação.

 

Muitos de nós querem isso! Queremos ser fortes diante do pecado e da tentação. Na verdade, se nós não queremos isso, se não desejamos crescer em santidade, pecar menos e amar mais a Cristo, então nós nem somos salvos, porque a salvação muda a pessoa. “Se alguém está em Cristo, ele ou ela é uma nova criatura. As coisas velhas passaram. Eis que tudo se fez novo (2 Coríntios 5:17).”

 

A primeira metade do capítulo 6 nos apresenta algumas chaves para a vitória contra o pecado e a tentação. O versículo 11 diz: “considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus nosso Senhor.” Nós aprendemos que quando nos deparamos com a tentação para pecar, nós respondemos dizendo: “Estou morto para isso.” Falamos de várias tentações na prática, tais como, quando você foi magoado por algo que alguém disse e ao invés de responder o mal com o mal, você diz para si mesmo: “Estou morto para isso.” E vai embora. Alguém faz fofoca de outra pessoa ou a conversa se torna carnal e mundana, diga: “Estou morto para isso” e vá embora. O link no computador pisca na sua tela te convidando a dar uma olhada em pornografia e você lembra a si mesmo que está morto para isso e vivo para Deus em Cristo Jesus. Velhos hábitos, fumar, beber, luxúria, glutonaria, amargura, falta de perdão, considerem-se mortos para o pecado e vivos para Deu em Cristo Jesus.

 

A repetição contínua dessa frase: “Estou morto para isso e vivo para Deus em Cristo Jesus” não é um mero pensamento positivo, não é a psicologia de conversa consigo mesmo em que alguém diz algo que ele ou ela deseja que seja verdade, é a lembrança contínua para nós mesmos de que algo é verdade. Verdadeiramente estamos mortos para o pecado no sentido de que morremos para o antigo domínio, a velha pessoa que uma vez nós fomos “em Adão”. Não vivemos mais lá. Mudamos radicalmente de endereço. Tivemos uma “transferência de domínio”. Agora estamos “em Cristo.”

 

Quero realmente ajudar a cada um de nós nesse assunto de crescer em nossa santificação, nos tornando cada vez mais parecidos com Cristo, crescendo em nossa santidade com o passar dos dias, aumentando em pureza de vida e no comportamento santificado. Pedro escreve em 1 Pedro 1:15-16: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver. Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.”

 

Paulo ensina algumas coisas aqui na segunda metade do capítulo 6 que nós precisamos com certeza saber sobre santidade. Primeiro:

 

I.  Santidade requer Evangelismo (15-18)

 

Não somos crentes de forma alguma se não ouvirmos e recebermos a verdade do Evangelho. Você não pode crescer em Cristo até que você tenha nascido em Cristo. Você não pode falar em crescimento em santidade até que você se torne santo através da fé em Jesus Cristo. Então, e somente então, você pode começar a falar em crescimento em santidade. Tudo começa com evangelismo. Precisamos ouvir o Evangelho e sermos salvos do pecado.

 

Nos primeiros quatro versos de nosso texto, Paulo pinta um quadro vívido onde revela as duas únicas opções para toda a humanidade. Vocês se lembram do capítulo 5 em que Paulo fala sobre dois homens e aprendemos que cada pessoa está ligada a um ou a outro? Toda pessoa está ou “em Adão” ou “em Cristo”. Toda pessoa ou está “no pecado” ou foi “liberta do pecado”. Bem, Paulo dá essas duas opções novamente, dessa vez com a ilustração da escravidão. Versículo 16:

 

16 Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?

 

Cada um de nós neste lugar ou é escravo do pecado que leva à morte, ou escravo da obediência que leva à justiça. É uma outra forma de dizer que estamos todos ou “em Adão” ou “em Cristo”. Cada um de nós ou é escravo do pecado ou escravo de Deus. Você é escravo de quem?

 

O fato de Paulo estar usando a ilustração de escravidão pode soar estranho aos nossos ouvidos, mas, na Roma do primeiro século, escravidão era algo que fazia sentido para praticamente todo mundo na igreja. Estima-se que o Império Romano era constituído de 1/3 de escravos. Inicialmente, acharam uma boa idéia que todos os escravos no império usassem algum tipo de vestimenta distinta dos demais, por exemplo, todo escravo usando a mesma camisa, mas alguns disseram que, se fizessem isso, os escravos perceberiam o quanto eles eram numerosos e poderiam ousar se revoltar. Os cristãos de Roma entendiam bem a escravidão. É possível que metade dos cristãos em cada igreja fosse de escravos ou fosse de pessoas que haviam sido escravas anteriormente. Então Paulo usa essa ilustração porque essa ilustração era um bom recurso. Chamava a atenção deles.

 

E chama nossa atenção hoje. Não sei se vocês já pensaram dessa forma antes. Cada um de nós é ou escravo do pecado ou de Deus. Ou o pecado é nosso senhor ou Deus é nosso senhor.

 

A Bíblia ensina que nascemos neste mundo escravos do pecado. O pecado é nosso senhor. Essa foi a questão mais abordada em Romanos 5:12. O pecado entrou no mundo por meio de Adão e a morte alcançou a todos porque todos pecaram. Somos pecadores por natureza. Nascemos escravos do pecado. E Paulo lembra a cada cristão que, pelo poder do Evangelho, pela obra evangelística da pregação, do alcance e do ensino do Evangelho, os cristãos foram libertos de sua escravidão ao pecado. Verso 17:

 

17 Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues (ou confiados).

 

A “forma de doutrina” a que ele se refere é o ensino pleno do Evangelho que Paulo vem detalhando do capítulo 1 até esse ponto no capítulo 6. É o Evangelho que Paulo explicou com todo cuidado e em grande detalhe, o ensino completo de como nossos pecados foram perdoados pela justificação, pelo fato de termos sido declarados justos e “não culpados” diante de Deus. Isso – e nada além disso – é o que liberta a pessoa da escravidão do pecado e a leva a um novo senhor.

 

18 E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.

 

Assim, se alguém é cristão, ele foi anteriormente um escravo do pecado, mas acreditou no Evangelho e agora está liberto do pecado e agora é um escravo da justiça. Ele possui um novo senhor.

 

Temos de entender que nascemos neste mundo escravos do pecado e que nada nos livra dessa condição exceto o evangelismo cuidadoso do Evangelho pleno, que deve ser crido pelo escravo do pecado antes que ele ou ela possa se tornar um escravo da justiça. Há tantas implicações aqui! Esse ensinamento significa que ninguém na verdade nasce livre. Os não-cristãos podem até se sentir livres, livremente escolhendo isso ou aquilo, mas a Bíblia ensina que nascemos em escravidão. Somos escravos por natureza e pecadores por opção. O pecado tem poder sobre nós. O pecado reina nas nossas vidas. Estamos “em Adão”. Ele é nosso pai e estamos acorrentados ao pecado. Nosso Senhor Jesus nos ensina isso em João 8:34-36, onde fala sobre sermos escravos do pecado e, em seguida, diz, mas, “Se o filho libertar vocês, verdadeiramente vocês serão livres”.

 

Vocês vêem como é tolice falar de moralidade e de ética fora do Evangelho? A forma de doutrina que nos liberta das conseqüências e do poder do pecado é o Evangelho. Nada mais consegue fazer isso, nem mesmo os mandamentos morais da Escritura. Não somos cristãos porque somos pessoas boas que praticam os 10 Mandamentos e aplicam os ensinamentos de Jesus. Podemos ser pessoas boas e ainda ser cativos do pecado e a única maneira de ser liberto do reino, do governo e do poder do pecado é acreditar nessa forma de doutrina que Paulo vem detalhando de Romanos 1 a Romanos 6.

 

É por isso que Paulo parece tão exultante no verso 17: Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E quero lembrar a cada um de nós que essa é a única maneira de todos nós sermos salvos hoje. Não nos tornamos cristãos guardando a lei, guardando os 10 Mandamentos, sendo “bons meninos e meninas” ou “homens e mulheres bons e valorosos”. Podemos ser bons meninos e meninas e ainda estarmos perdidos porque nunca fomos libertados de nosso cativeiro do pecado e suas conseqüências e não fomos libertos porque não acreditamos no Evangelho. Temos de acreditar que Jesus morreu na cruz por nós e por nossos pecados. Temos de acreditar que Ele ressurgiu dentre os mortos para que possamos ser declarados justos pelo que Ele fez em nosso lugar, levando nossos pecados sobre Si mesmo e nos dando a Sua justiça. É assim que somos livres do pecado.

 

Ora, alguém pode dizer, “Bem, cri no Evangelho. Creio que Jesus morreu na cruz por meus pecados. Acredito em tudo isso, mas não me sinto liberto do pecado. Ainda luto com o pecado. Como é que se pode dizer que estou liberto”?

 

Bem, temos de lembrar que Paulo está falando de libertação do pecado não no sentido da perfeição sem pecado, como se nosso ser liberto do pecado significasse que jamais lutaremos contra o pecado outra vez. É claro que lutamos com isso. É por isso que Paulo diz em 6:12, “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências.” Não deixe que o pecado governe e reine. Lembre-se que você morreu para o velho modo de viver. É isso que o seu batismo simbolizou. Quando você estava submerso, isso simbolizou sua morte para o velho modo de vida. Você morreu para o reinado, governo e poder do pecado sobre você.

 

Pense na sua vida como se fossem dois volumes de uma história. O volume I foi sua vida antes de Cristo. O volume II é sua vida em Cristo. Ou pense na sua vida anterior sem Cristo como se fosse a vida do lado errado dos trilhos e sua nova vida em Cristo como sendo a vida do lado certo dos trilhos. Essas imagens nos ajudam a entender que, quando Paulo diz, “vocês foram libertos do pecado”, ele não quer dizer que você não lute mais contra o pecado, ou que Satanás não possa gritar para você do outro lado dos trilhos, tentando você a voltar à velha vizinhança. Paulo quer meramente dizer que você foi liberto daquele reino e que você não deve voltar para lá. Você está morto para isso.

 

“Bem,” alguém diz, “Luto tanto contra o pecado! Como é que posso me tornar santo como Deus é santo? Ou seja, entendo o fato de que “me mudei da velha vizinhança”. Entendo que eu não esteja mais vivendo no Volume I de minha vida. Entendo que estou vivendo no Volume II. Mas a tentação do Volume I é forte”.

 

Talvez alguns de vocês se sintam assim. Você luta com um pecado recorrente de algum tipo. Você diz, “Se todos soubessem como eu luto com esse pecado continuamente, me expulsariam dessa igreja! Que devo fazer? Como é que vou crescer em santidade?” Bem, eis aqui uma verdade reveladora para você. Você está pronto? Eis aqui a segunda coisa que você tem de entender melhor sobre santidade:

 

 

II.  Santidade requer esforço (19)

 

19 Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne;

 

Essa é a maneira de Paulo dizer, “Essa analogia com a escravidão que estou usando aqui é uma mera ilustração. Não quero que vocês entendam mal o que quero dizer, então estou usando essa ilustração.

 

pois que, assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação.

 

Vocês costumavam apresentar seus membros para servirem à imundície. “Membros” aqui se refere a partes do corpo. Antes de você se tornar cristão, você oferecia as partes do seu corpo – suas mãos, pés, bocas, olhos e até mesmo suas mentes – ao pecado. Com suas mãos você pegou coisas que não eram suas. Com seus pés, visitou lugares que não deveria ter visitado. Com sua língua, você disse coisas que não deveria. Com sua mente, pensou coisas que não deveria ter pensado etc. Você apresentou seus membros – as partes de seu corpo – como escravos da imundície, e da maldade que leva a mais maldade. Você estava em pecado. Isso foi antes de Cristo. Essa era sua vida “em Adão”. Esse foi o Volume I. Você morava lá, do outro lado dos trilhos.

 

Mas, daí, Paulo diz, “Não faça mais isso e, na verdade, na mesma proporção que seu velho eu era comprometido com o pecado, comprometa seu novo eu agora com a nova vida em Deus”. Veja isso no verso 19: “assim como apresentastes os vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação”. Percebem o “assim como” e o “assim agora”? Paulo diz que você costumava usar seu tempo e energia com empenho, agora use seu tempo e energia para Deus com o mesmo empenho. Pode-se dizer isso de você? Você está comprometido com o viver para Cristo como estava comprometido com o viver para o mundo? A vida cristã é uma vida de atividade, de crescimento em Cristo, de crescimento em pureza e santidade.

 

No passado, usávamos nossas bocas para criticar, agora as usamos para edificar. No passado, usávamos nossos olhos para a luxúria, agora usamos nossos olhos para amar. No passado usávamos nossas mentes para o pecado, agora usamos nossas mentes para nosso Salvador. Essa é a idéia. Não acontece tudo de uma vez. Crescemos em santidade.

 

Sendo assim, quando somos salvos, não ficamos estagnados. Não ficamos em ponto morto. Devemos fazer alguma coisa. Deus nos salvou para que nos oferecêssemos a Ele. Crescemos a cada dia que passa, nos tornando mais e mais parecidos com nosso Senhor Jesus. A santidade requer esforço.

 

Há pessoas que ensinam erroneamente que santidade é o resultado de ficarmos em ponto morto. Elas dizem coisas do tipo, “Bem, você só tem de “deixar pra lá” e “deixar Deus fazer”. Esse tipo de ensinamento não ajuda ninguém a crescer em santidade. Santidade não é simplesmente “deixar pra lá e deixar Deus fazer”. Santidade requer esforço. Se quisermos ter vitória sobre o pecado e as tentações, vamos precisar de um bom bocado de trabalho antiquado – não trabalho para ganhar nossa salvação ou para mantê-la – não esse tipo de trabalho. Não somos salvos por obras/trabalhos de justiça, por guardar sacramentos e assim por diante.

 

Paulo diz claramente em Efésios 2:8-10: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie; Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”.

 

Não trabalhamos para sermos salvos, mas passamos a trabalhar assim que somos salvos. Boas obras são o subproduto natural de nossa salvação. As boas obras são nosso “bilhete de agradecimento” a Deus por Sua salvação. É isso que Paulo está dizendo no verso 19, “assim apresentai agora os vossos membros para servirem à justiça para santificação”. Santidade requer esforço.

 

Li isso ontem. Se chama, “Autobiografia em 5 pequenos capítulos”. Quero me apropriar disso e usá-lo porque se aplica à santificação e ao crescimento em santidade.

 

Dia 1. Ando pela rua. Tem um buraco fundo na calçada. Caio dentro dele. Fico perdido. Fico desamparado. Não é minha culpa. Levo uma eternidade para encontrar uma solução.

Dia 2. Ando pela mesma rua. Tem um buraco fundo na calçada. Finjo que não vejo. Caio nele de novo. Não acredito que estou no mesmo lugar de novo. Mas, não é minha culpa. Ainda levo um tempão para sair.

 

Dia 3. Ando pela mesma rua. Tem um buraco fundo na calçada. Vejo que está lá. Caio nele ainda outra vez . . . é um hábito. Meus olhos estão abertos. Sei onde estou. É minha culpa. Saio imediatamente.

 

Dia 4.  Ando pela mesma rua. Tem um buraco fundo na calçada. Contorno o buraco.

 

Dia 5. Ando por uma rua diferente! (o original é de Portia Nelson)

 

 

III. Santidade resulta em vida eterna (20-23)

 

Deixe-me ler os versículos 20 a 23:

 

20 Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.

 

Ou seja, vocês eram “livres da fidelidade para com a justiça”. Mas escravidão ao pecado não é uma posição que cause inveja:

 

21 E que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.

 

Essa é uma outra maneira de dizer, “O pecado tem conseqüências”. O resultado final da escravidão ao pecado é morte por todos os lados, espiritual e fisicamente.

 

22 Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.

 

O pecado tem conseqüências e a santidade tem conseqüências. Tendo sido “liberto do pecado”, você é agora um escravo de Deus. E qual é o resultado? Você dá frutos para a santidade. Você cresce em santidade. Você se torna cada vez mais parecido com o Senhor Jesus Cristo. E qual é o resultado final da santidade? A última parte do verso 22, “vida eterna”. E, em seguida, esse verso que muitos de nós memorizamos, verso 23:

 

23 Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.

 

Vemos no verso 23 dois senhores: o pecado ou Deus. Vemos dois resultados possíveis: morte ou vida eterna. Vemos dois modos de conseguir esses dois resultados: receber salários ou receber um presente. Não há como optar pelas duas coisas. Ou você é escravo do pecado ou escravo de Deus. Um leva à morte. O outro leva à vida.

 

Como é irônico o fato de os cristãos serem escravos e livres ao mesmo tempo! Mas é um tipo diferente de escravidão, não é? É uma escravidão imersa em amor por nosso Senhor.

 

Vocês se lembram do menino que estava sendo pressionado no parquinho. O menino estava sendo tentado a “aprontar” com os outros meninos. E eles estavam forçando a barra com ele. “Vamos lá”, diziam, “Vem fazer isso com a gente. Qual é o problema, tá com medo?!” E continuaram a importunar e provocar o menino e tentá-lo, até que por fim um deles disse, “Já sei qual é o problema. Ele tá com medo do que seu pai vai fazer com ele!” E o menino olhou pro outro e disse, “Não. Não tenho medo do que meu pai vai fazer comigo. Tenho medo do que minhas ações vão fazer ao meu pai”.

 

E é isso, não é, amados? Não é isso o que significa ser um escravo de Deus de verdade? Não é que tenhamos medo Dele. É por causa do nosso grande amor por Ele e pelo fato de que Ele nos libertou do pecado pelo poder do Evangelho que queremos servi-Lo. Nós O amamos por quem Ele é e pelo que fez por nós em Cristo e estamos motivados a viver vidas santas como forma de agradecimento a Ele por seu amor.

 

. Oração.