Julgando o Julgamento

Julgando o Julgamento

“Julgando o Julgamento”

(Romanos 2:1-16)

Série: Sem Culpa!

Rev. Todd A. Linn, PhD

Primeira Igreja Batista de Henderson, KY

(03-05-09) (Manhã)

. Peguem a Palavra de Deus e abram em Romanos, capítulo 2.

 

Nós começamos uma série de mensagens sobre o livro de Romanos. A série é chamada: “Sem Culpa”. Lembrem que Romanos fala do evangelho. Pensem em Romanos e pensem no evangelho. Sem o evangelho nós somos culpados pelo pecado. Com o evangelho nós podemos ser declarados “Sem Culpa.”

 

O Apóstolo Paulo está escrevendo esta carta e no capítulo 1 ele escreveu de forma a nos mostrar que toda a humanidade é culpada pelo pecado. Ele tem em mente particularmente o não crente, o pagão, o Gentio, o não judeu. E ele tem enfatizado que todo mundo, sem exceção, é culpado de pecar. Lembram-se da lista de cerca de 20 pecados lá nos versículos 29 até o final do capítulo 1? Paulo tem enfatizado o pecado de toda a humanidade.

. Fiquem de pé em honra à leitura da Palavra de Deus.

 

Lembrem que esta carta seria lida para pequenas igrejas domésticas ao redor de Roma, a cidade sede do Império Romano. Essas igrejas eram compostas por dois tipos de pessoas: Gentios, não crentes que creram no evangelho, e Judeus crentes; Judeus que creram no evangelho. Tenham isso em mente. Aqui está Paulo falando do pecado de toda humanidade, com ênfase em particular sobre os Gentios, os não Judeus. Talvez os crentes Judeus ouviram e balançaram a cabeça quando ouviram a leitura dessa carta. Eles ficaram pensando: “Sim, esses pagãos, esses não crentes, que comportamento terrível o deles! Aqueles pagãos obscenos envolvidos em imoralidade sexual, inveja, fofoca e morte!” E eles estão julgando e então eles ouvem o capítulo 2.

 

1 Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.

 

Eu quero nesta manhã falar sobre o assunto: “Julgando o Julgamento”. Vamos orar.

. Orar.

 

Introdução:

 

Eu tenho uma pergunta para vocês. Quantos de vocês ouviram a frase: “Você não deve julgar?” Está na Bíblia, não está? Jesus diz em Mateus 7:1: “Não julgue, para não ser julgado.” Eu tenho outra pergunta para vocês. Não respondam em voz alta, mas pensem a respeito. “É sempre errado julgar?”

Essa é uma pergunta diferente e a razão pela qual eu estou perguntando é porque na Bíblia há dois tipos de julgamento. Há um julgamento do coração e há um julgamento de comportamento. Quando Jesus diz: “Não julguem, para que vocês não sejam julgados”, ele está falando sobre o julgamento que fazemos sobre o coração de outra pessoa, “sendo julgadores”, como nós algumas vezes falamos. É a idéia de olhar de nariz torto para alguém. Nós não devemos julgar o coração de uma pessoa.

 

Julgar comportamento é algo diferente. A Bíblia nos ensina que devemos julgar comportamento. Por exemplo, no mesmo capítulo onde Jesus diz: “Não julguem, para que vocês não sejam julgados” – em Mateus 7 – Jesus prossegue dizendo no mesmo capítulo que nós reconheceremos falsos mestres ao julgarmos o comportamento deles. Nós os julgamos pelo que eles ensinam. Então Jesus diz: “pelos seus frutos (por seus ensinamentos) vocês os conhecerão (nós seremos capazes de julgar corretamente e discernir). (Mateus 7:20).”

 

O senso comum nos diz isso também. Os pais julgam o comportamento de seus filhos, certo? Quero dizer, se estivermos sentados no culto e nossos filhos aprontam e estamos prontos para discipliná-los, imaginem eles dizendo: “Ei, você não deve julgar!” Nós daríamos um tapa na bunda e diríamos: “Não me diga que eu não devo julgar – senta e fica quieto!” Nós devemos julgar comportamento.

 

Mas julgar o coração é totalmente diferente. Quando julgamos o coração, nós sentimos como se soubéssemos tudo sobre aquela pessoa. Nós já sabemos qual é a dela. E tão comum é fazer esse julgamento a respeito dos outros que nós nos preparamos contra isso quando sentimos que alguém está nos julgando, nos olhando com nariz torto, nos enquadrando num estereótipo.

 

Nós estávamos em Indianápolis esta semana para corrermos uma meia maratona ontem de manhã. Na noite anterior, sexta à noite, estávamos andando pelo centro. E eu adoro doce e me lembrei de ter passado de carro um pouco antes e visto um “Dunkin Donuts” numa esquina. (Que jeito melhor de se preparar para uma corrida de 21 km do que comer uns donuts na noite anterior?) Mas eu não conseguia lembrar onde era o lugar. Minha família e eu estávamos do lado de fora de um hotel e eu vi uma dupla de policiais ali perto. Lembrem, eu estou querendo saber onde ficam os donuts. Eu realmente não estava fazendo uma correlação entre policiais e donuts. Eu simplesmente imaginei que esses caras conheciam a cidade, mas vocês tinham que ter ouvido quando eu perguntei para eles se eles sabiam onde era o Dunkin Donuts! Os dois disseram: “O que? Perguntar para policiais onde ficam os donuts. Que você ta pensando, tá de gozação com a gente?! E eles simplesmente riram – e então me disseram onde ficavam os donuts. Mas vejam, eles sabiam qual era o estereótipo. Eles já tinham ouvido as pessoas os julgando: “Tudo que eles sabem fazer é ficar sentado e comer donuts.”

 

Paulo nos ensina que quando nós entortamos o nariz para alguém e nós pensamos conosco mesmo: “Que pecador, que fracassado, que figura insignificante”, nós cometemos o pecado de sermos julgadores. É disso que Paulo está falando nesses versículos iniciais do capítulo 2. Ele está falando do espírito julgador do povo Judeu com relação aos Gentios e isso vai ficar mais claro quando nós prosseguirmos no capítulo. Eu quero abordar metade dele esta manhã, versículos 1-16. Vamos ver como a Bíblia se aplica a nós. Primeiro:

 

I.  Nós precisamos lidar como nossa Hipocrisia (1-5)

 

Nós precisamos evitar um espírito de hipocrisia. Com isso eu quero dizer que devemos evitar o engano de pensarmos que os pecados dos outros são piores do que os nossos. Vejam novamente o versículo 1.

 

1 Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.

 

Você vê o que Paulo está fazendo aqui? Ele está se dirigindo a esses Judeus hipócritas que estão com o nariz torto para esses Gentios pagãos. Eles acabaram de ouvir Paulo destacar esses cerca de 20 pecados no final do capítulo 1 e eles ficam pensando: “Ah, esses Gentios! Eles são tão pecadores!” E então Paulo diz: “Ah, e adivinhem? Vocês são culpados também!” Você é inescusável, homem, quem quer que você seja que esteja olhando de nariz torto para esses Gentios. Você os está condenando, mas olhe para seu próprio coração!”

 

Paulo é ótimo! Lembrem que na época em que ele escreve esta carta ele já está pregando há mais de 20 anos. Ele sabe como chamar a atenção de uma pessoa. Não seja hipócrita! Não fique olhando de nariz torto para o outro enquanto você sabe que no seu coração você não é nada diferente.

 

2 E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem.

3 E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus?

 

Em outras palavras: “Quem é você para julgar os outros? Deus vai julgar você.”

 

4 Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?

 

Paulo está dizendo: “Veja como Deus tem sido bom com você. Ele é bom, amoroso e paciente. Ele é dessa forma com você a fim de que você se aproxime dele se arrependendo do pecado. Mas você nem sequer aprecia a bondade Dele para com você. E você presume que tenha que ser assim. Você acha que merece. E você fica tão ocupado condenando todo mundo à volta que não se corrige com Deus.”

 

Uma das razões pelas quais nós nos achamos melhores do que os outros é porque é mais fácil chamar a atenção para as falhas dos outros do que lidar com nossas próprias falhas. Você já foi culpado disso? Você chama a atenção para os pecados dos outros para que ninguém olhe para os seus.

 

Ou talvez você esteja cego para seus próprios pecados. Nós vimos para a escola dominical e para o culto e nós pensamos em outras pessoas que realmente precisavam estar aqui para ouvir isso! Nós falamos para nós mesmos: “Ah, se Fulano e Beltrano estivessem aqui hoje! Eles realmente precisam ouvir isso”, como se a Bíblia fosse escrita para todo mundo, menos a gente.

 

Lembram-se daquele cara que sempre ia cumprimentar o pastor depois do sermão? Ele nunca parecia achar que ele mesmo precisava da pregação da Palavra de Deus. Era sempre para outra pessoa. Então ele vinha apertar a mão do seu pastor todo domingo de manhã após o sermão e dizer: “Boa pregação. Você falou exatamente para eles!” E parecia que não importava o que o pastor pregasse, era sempre voltado para outra pessoa. “Boa pregação”, ele diria, “Você falou pra eles!” Certo domingo, o tempo estava ruim e a igreja era tão pequena que naquele domingo em particular o único homem na congregação era ele. O pastor pregou a mensagem – uma mensagem ouvida somente por um homem ali – e no final do sermão o homem apertou a mão dele e disse: “Pastor, aquele sermão foi a melhor mensagem que eu já ouvi – e se eles estivessem aqui você teria falado justamente pra eles!”

 

Esse é o tipo de espírito que Paulo está condenando aqui, olhando pra todo mundo em volta, falhando em lidar com a gravidade do nosso próprio pecado. E, versículo 5:

 

5 Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;

 

Que este seja um moderado lembrete para cada um de nós de que Deus vai julgar cada um de nós e nós vamos estar em apuros pelas muitas vezes em que nós olhamos torto para os outros. Deus vai julgar o julgamento. Nós precisamos lidar com nossa hipocrisia.

 

Segundo:

 

II.  Nós precisamos lidar com nossa Superioridade (6-11)

 

Nós precisamos lidar com nosso sentimento de que, de alguma forma, nós somos melhores do que os outros por causa da nossa origem religiosa, nossa hereditariedade, nosso pedigree. Esse era um outro erro que os crentes Judeus cometiam. Eles achavam que, porque eles eram o povo escolhido de Deus, eles eram, de alguma forma, superiores aos Gentios. Eles olhavam torto para os não-Judeus. Como Paulo lida com isso? Ele continua falando sobre o julgamento de Deus. Ele diz que Deus vai, versículo 6 e seguintes:

 

6 O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber:

7 A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção;

8 Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade;

9 Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego;

 

Deixe-me parar aqui e observar que Paulo primeiro está simplesmente observando que vai haver um dia de julgamento para todo mundo e que cada pessoa é julgada “de acordo com suas obras”. Isso é algo assustador para se pensar, se pensarmos nisso sem o evangelho. Separado de Jesus Cristo, quem ficará livre no julgamento? Quem ficará diante de Deus “sem culpa?” O padrão para julgamento é a Lei, a lei perfeita do Antigo Testamento. Portanto, aqueles que seguirem a Lei com perfeição receberão a vida eterna e aqueles que não seguirem a Lei perfeitamente, não receberão a vida eterna. Paulo continuará demonstrando que nenhum de nós é capaz de guardar a Lei de forma perfeita. Ele está preparando para aquela afirmação no próximo capítulo, Romanos 3:23 que diz “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

 

Mas o que ele está enfatizando aqui nos versículos 6-11 é que Deus vai tratar cada pessoa da mesma forma. O padrão de julgamento é o mesmo, tanto para Judeus como não-Judeus. O padrão de julgamento é o mesmo para Judeu e Gentio. É por isso que a frase está ali no final do versículo 9:

 

primeiramente do judeu e também do grego;

 

Paulo diz que aqueles que não vivem de acordo as justas demandas da Lei serão julgados de acordo, mas então ele atribui maior responsabilidade aos Judeus, porque na verdade eles têm a Lei. É por isso que ele diz: “primeiramente do judeu e também do grego.” Paulo fala do fato dos Judeus terem maior responsabilidade porque eles carregavam consigo a Lei. Eles liam os rolos da Lei e ouviam-na no templo. Então eles virão primeiro no julgamento, mas também serão os primeiros a receberem a vida eterna se foram capazes de cumprir a lei. Versículos 10-11:

 

10 Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego;

11 Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.

 

Assim, embora seja teoricamente possível que uma pessoa seja salva por cumprir a Lei, a realidade é que ninguém consegue cumpri-la perfeitamente. Nós todos somos culpados de descumpri-la. Se nós pudéssemos observar a Lei, isso significaria vida eterna. Se nós descumprimos a Lei, então isso significa separação eterna. O argumento de Paulo, contudo, é que o mesmo padrão é aplicado tanto para o Judeu como para o Gentio. Novamente, versículo 11: “Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.”

 

Paulo está enfiando uma estaca no coração do crente Judeu que acha que é melhor do que o não-judeu crente. É isso que ele está fazendo. Ele está eliminando qualquer possibilidade por parte do Judeu para se achar superior simplesmente por causa da sua origem religiosa.

 

Nós podemos ser culpados do mesmo erro se nós acharmos que somos superiores aos outros simplesmente por causa da nossa origem religiosa. Origem religiosa sem o Evangelho não significa nada. Simplesmente porque o pai e a mãe são crentes não significa que nós estamos numa boa. Só porque você tem uma querida avó que ora bastante não significa que você está numa boa. Só porque seu tio é um pregador não significa que você automaticamente está perdoado. Você pode estar olhando de nariz torto para alguém que está chegando na igreja agora enquanto você tem vindo para a igreja a vida toda, mas realmente não importa quanto tempo você tem vindo, se você não é salvo. Não há parcialidade com Deus. Nós somos julgados com base no mesmo padrão. Ou você é perfeito ou você depositou sua fé Naquele que é perfeito no seu lugar. E isso é exatamente para onde Paulo está indo. Ele está nos conduzindo para enxergarmos nossa necessidade do evangelho.

 

Nós precisamos lidar com nossa hipocrisia e precisamos lidar com nosso senso de superioridade – e tudo isso, em terceiro lugar –lidando com nosso pecado.

 

III.  Nós precisamos lidar com nosso Pecado (12-16)

 

Agora vejam esses últimos versículos enquanto Paulo nos ensina sobre a Lei. E lembrem que a palavra “lei” aqui significa o livro da lei, nominalmente a Torá, os primeiro cinco livros do Antigo Testamento. Aqueles com a lei são os Judeus e aqueles sem a lei são os Gentios. Lembrem-se disso ao lermos o versículo 12 e seguintes.

 

12 Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.

 

Paulo está dizendo que aqueles que pecaram “sem lei”, os Gentios, perecerão. Isso é, os Gentios não têm a Torá. Eles não tinham a Lei do Antigo Testamento. Quando eles pecam sem a Lei eles perecerão sem a Lei. Mas Paulo prossegue para dizer no versículo 12 que aqueles que “sob a lei pecaram”, isso é, os Judeus, serão julgados pela lei.

 

A questão é que Deus vai julgar todo mundo com justiça. Ele vai julgar o Gentio que não tem a Lei do Antigo Testamento e Ele vai julgar o Judeu que tem a Lei do Antigo Testamento. Mas só porque o Judeu tem a Lei não é garantia de que ele será perdoado. Versículo 13:

 

13 Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados.

 

Em outras palavras, você não pode ser perdoado por Deus só porque você é um Judeu e você tem o Antigo Testamento. Realmente não importa nem mesmo se você o leu ou o ouviu sendo lido no Templo. Você precisa ser um praticante da Lei. E este é o problema: ninguém pratica a Lei. Ou seja, ninguém a observa com perfeição.

 

E no caso de nós acharmos que os Gentios estão de alguma forma fora disso porque eles não têm a Lei do Antigo Testamento, Paulo diz, eles serão responsabilizados com base no senso da lei que há dentro deles, ou seja,dentro da consciência deles.

 

14 Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei;

15 Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os;

 

Isso é muito interessante. Paulo está se referindo ao fato de que dentro de cada ser humano existe um senso inerente do que seja certo e errado. Está em cada um de nós.Todos nós temos esse senso de certo e errado. Isso vem de Deus.

 

Na mais ampla abrangência do argumento de Paulo em Romanos 1 e 2, ele está dizendo que Deus revelou a Si mesmo tanto na criação como na nossa consciência. É por isso que é tão difícil ser realmente um ateu honesto. Para ser um ateu você tem que negar o fato de que Deus revelou algo de Si mesmo na natureza, na criação, e também em nossa consciência. Nós precisamos fazer a pergunta: “De onde vem esse senso de certo e errado?” Vem de Deus. Deus colocou isso em nós.Ele nos abençoou com o senso de certo e errado.

 

O problema é que, por causa da Queda, por causa do pecado original que entrou no mundo, nós nascemos com consciências corruptas. Nossa consciência é relativamente boa para apontar coisas que são certas e erradas, mas o problema é que nosso pensamento é afetado pelo pecado e por isso nossas consciências não são totalmente confiáveis. Paulo diz que os Gentios têm a lei escrita em seus corações – um tipo de Torá, requisitos morais de Deus, como os 10 Mandamentos – escrito nos seus corações, sua consciência também é testemunha – agora vejam isso:

 

quer acusando-os, quer defendendo-os;

 

Há momentos em que nossa consciência nos acusa, isso é, nos diz que algo é errado. E há outros momentos em que nossa consciência nos desculpa, ou nos diz que nós fizemos algo correto. É importante que nos lembremos, é claro, que nossa consciência sozinha é incapaz de nos guiar com perfeição, assim como nós não podemos cumprir a Lei com perfeição.Nós somos pecadores e a depravação de nossa condição afeta nossa consciência assim como afeta cada parte da nossa natureza.

 

O argumento de Paulo aqui é que todos nós somos inescusáveis por nossas ações. Somos todos pecadores e vamos enfrentar julgamento.Paulo menciona um dia de julgamento no versículo 16:

 

16 No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.

 

Há uma espécie de aparador de livro aqui. Paulo começa contando que nós não podemos julgar o coração de uma pessoa. Humanos são incapazes de conhecer o coração dos outros. Não podemos julgar o coração de uma pessoa, mas Deus pode. Ele conhece nossos corações. No dia do julgamento, Deus vai julgar “os segredos dos homens” por Jesus Cristo, de acordo com o evangelho – um evangelho tão pessoal para Paulo que ele se refere a ele como “meu evangelho”.

 

Para resumir, Paulo acabou de ilustrar que todos são culpados pelo pecado. Nós não temos que tecer julgamento, olhando torto para os outros quando nós somos, da mesma forma, culpados por pecar. Nós somos, igualmente, violadores da lei. O padrão perfeito de Deus é quebrado por cada um de nós. E, um dia, seremos julgados pelos nossos pecados.

 

E por que Paulo nos diz tudo isso? Para que nós clamemos em desespero: “Culpado! Culpado! Eu sou cheio de pecado! Não há esperança!” É por isso que ele nos diz isso? Em parte. Mas vejam, então nós entenderemos que precisamos do Evangelho. Nós precisamos saber que estamos perdidos antes de podermos ser salvos. Nós temos que admitir que nós somos violadores da lei moral e então nós estaremos em condição de dizer sim para o glorioso evangelho do Senhor Jesus Cristo.

. Fiquem de pé para oração.