Casado com Cristo

Casado com Cristo

“Casado com Cristo”

(Romanos 7: 1-13)

Série: Sem Culpa!

Rev. Todd A. Linn, PhD

Primeira Igreja Batista de Henderson, KY

(19-07-09) (manhã)

. Peguem suas Bíblias e abram em Romanos, capítulo 7.

 

Nós prosseguimos em nossa série de mensagens expositivas baseadas no Livro de Romanos, versículo por versículo, capítulo por capítulo. Nós acreditamos que a pregação expositiva dos livros da Bíblia é a melhor maneira de aprender a Palavra de Deus e compreender quem é Deus e qual a melhor maneira de glorificá-Lo. Domingo passado nós terminamos o capítulo 6 e, não é de se admirar que, nós estamos agora no capítulo 7.

 

Nos capítulos anteriores, Paulo ensinou sobre a questão da justificação. A palavra justificação significa ser declarado justo por Deus. Ela nos é concedida não como resultado de sermos bons ou fazermos boas obras, mas ela nos é dada gratuitamente através da fé em Cristo Jesus. Paulo começa realmente a desembrulhar essa doutrina depois de dizer em Romanos 3:20 que “pelas obras da lei nenhuma pessoa será justificada.” A Lei do Antigo Testamento não pode nos salvar; Paulo então prossegue para nos dizer como nós somos justificados somente pela fé. E ele escreveu sobre isso no capítulo 4 e então no capítulo 5, enfatizando que o dom da justificação é um dom que dura para sempre. Ele chegou ao ponto de dizer que, se nós cremos no Evangelho, nenhuma quantidade de pecados pode nos separar da vida eterna. Uma vez que nós fomos justificados, declarados justos, declarados “sem culpa” aos olhos de Deus, nada pode nos separar de Deus. Isso vai durar para sempre.

 

Então, no capítulo 6, Paulo antecipa que alguém poderia erroneamente concluir que se uma pessoa está segura na sua fé para todo o sempre, ela poderia então continuar pecando porque ela nunca poderia perder sua salvação. Apenas “se esbalde”; e a resposta de Paulo para esse raciocínio falho é: “de maneira nenhuma!” Paulo argumenta que um Crente verdadeiro nunca vai pensar dessa maneira porque ele não vive mais sob o domínio e controle do pecado. É nesse sentido que nós morremos para o pecado. Não é que nós não lutemos mais contra o pecado, mas sim que nós não vivemos mais uma vida sob o controle e domínio dele. É por isso que Paulo diz em Romanos 6:12: “Não deixem  o pecado reinar em seu corpo mortal”, ao contrário, Romanos 6:11: “Considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus , em Cristo Jesus.”

 

E nós começamos a nos apropriar dessa verdade em nossas vidas, nos lembrando continuamente daquela grande verdade toda vez que nos deparamos com a tentação de pecar. Quando nos sentimos tentados a revidar contra alguém que nos deixou com raiva, nós dissemos: “Eu estou morto para isso” e fomos embora. Quando nos sentimos tentados a mentir, nós dissemos: “Eu estou morto para isso.” Quando tentado a retomar hábitos prejudiciais, nós dissemos: “Eu estou morto para isso”, tentado com a luxúria, tentado a não perdoar, tentado à ganância, nós dissemos: “Eu estou morto para isso, mas vivo para Deus em Cristo Jesus.” Alguns de vocês compartilharam comigo nos últimos dias sobre vitórias que vocês experimentaram simplesmente se apropriando dessa verdade bíblica em suas vidas.

 

Em Romanos 6:14, Paulo lembra aos Crentes que eles não vivem mais debaixo do controle e domínio do pecado. Ele diz: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” Ele, então, antecipa que alguém pode interpretar de forma equivocada essa afirmação, entendendo que porque uma pessoa não está mais condenada pela Lei do Antigo Testamento, então ele ou ela está livre para “se esbaldar”, sabem como é: “peque o quanto quiser”. E ele prossegue para esclarecer novamente que um Crente verdadeiro nunca vai pensar dessa maneira porque um Crente verdadeiro tem um novo Mestre. O Crente verdadeiro não é mais um escravo do pecado, mas um escravo de Deus. Ele está livre do pecado e agora ligado a Cristo.

 

E Paulo vai mais adiante para explicar aquela afirmação lá no 6:14. Ele tinha dito: “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.” Você não vai querer simplesmente “continuar pecando” porque você morreu para o pecado não está mais debaixo da Lei que te mostra seu pecado e te liga ao pecado. Você morreu para o domínio do pecado e o domínio da Lei, que te mantinha ligado ao pecado. Você está morto para isso. Você está morto para o pecado e para a Lei. É aqui que ele retoma agora, ao fato de estarmos mortos para a Lei. Vamos ler sobre isso.

. Fiquem de pé em honra à leitura da Palavra de Deus.

 

1 Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?

2 Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.

3 De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.

4 Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.

. Orar.

 

Introdução:

 

A mensagem de hoje é um pouco pesada na exposição. Não é aquela coisa “light”, prática, é uma coisa mais para pensar, na qual nós vamos precisar ligar os neurônios. Todo mundo diga: “Tá certo.” Eu fico feliz de pastorear uma igreja onde as pessoas gostam de pensar. Obrigado por pensarem comigo.

 

Nós revimos o contexto dos capítulos anteriores em Romanos para que nós compreendêssemos isso quando Paulo começa no Capítulo 7. Ele faz isso com vistas à explicação adiante de que Crentes verdadeiros nunca vão querer levar vantagem com relação à graça de Deus, pressupondo o Perdão gracioso Dele; simplesmente continuando a pecar, vivendo uma vida de pecado. Paulo argumenta que Crentes verdadeiros nunca vão raciocinar dessa maneira porque eles deixaram sua vida de pecado e eles deixaram o controle e domínio da Lei que pairava sobre suas cabeças. Eles morreram para o pecado e eles morreram para a Lei.

 

Essa argumentação leva Paulo a um tipo de discussão ampla sobre a Lei Moral. E uma das principais conclusões no Capítulo 7 sobre a Lei é que a Lei é absolutamente insuficiente para salvar alguém. Como Paulo dissera anteriormente em Romanos 3:20: “Nenhuma pessoa será justificada pelas obras da Lei.”

 

Eu acho que isso é muito útil para nós hoje porque quando você indaga as pessoas a respeito das coisas espirituais, o que nós encontramos? Se você pergunta para alguém: “Como uma pessoa alcança uma situação favorável diante de Deus?” ou: “Como podemos ter a certeza de que ao morrermos nós vamos para o céu?” qual é a reposta mais comum? Algo do tipo: “Bem, sendo uma boa pessoa e obedecendo aos 10 Mandamentos.” Em nosso treinamento de evangelismo FAITH nós chamamos de uma resposta das “obras”. Em Romanos, Paulo a chamaria de resposta da “Lei”. Faça o bem e, ao final, espere que tenha feito o suficiente para entrar no céu. Isso é totalmente errado. Isso não é o Evangelho.

 

Thomas Jefferson tinha uma Bíblia da qual ele removeu todos os acontecimentos sobrenaturais. Tudo que permaneceu no Novo Testamento dele foram os ensinos éticos, as leis da Escritura. A Bíblia de Jefferson terminava com as palavras: “Eles colocaram o corpo de Jesus numa sepultura e puseram uma pedra na frente da sepultura.” Fim. O Evangelho todo está faltando. Muita gente hoje está tentando viver uma vida a fim de obter o favor de Deus obedecendo aos mandamentos morais da Escritura e Paulo está mostrando que a Lei não foi dada para nos salvar. Nós não podemos obedecer aos mandamentos da Escritura. E, então, Paulo lida com isso no capítulo 7 hoje, onde ele fala sobre o propósito da Lei.

 

Bom, o que eu quero fazer antes de nós resumirmos nosso estudo versículo por versículo é dar uma visão geral do capítulo todo. Algumas vezes ajuda dar uma sobrevoada de helicóptero sobre o capítulo e dar uma olhada para baixo para que possamos ver as principais divisões do texto. Nós não vamos ver tudo hoje, mas vamos ver cerca de metade dele. Mas, sobrevoemos o capítulo por alguns instantes e vejamos essas três principais divisões. Eu as tenho também como resumo do capítulo. Há três coisas que precisamos compreender sobre a Lei e é o seguinte:

  • Nós precisamos compreender nossa Ligação com a Lei (1-6)
  • Nós precisamos compreender nossa Convicção dada pela Lei (7-13)
  • Nós precisamos compreender nosso Conflito com a Lei (14-25) (Nós vamos estudar isso semana que vem)

 

Então, vamos dar uma olhada esta manhã nessas duas primeiras divisões da Escritura, versículos 1-6 e então os versículos 7-13. Primeiro:

I.  Precisamos compreender nossa Ligação com a Lei (1-6)

 

Ou seja, precisamos compreender qual é nossa relação com a Lei. O que Paulo ensina nesses seis primeiros versículos é que toda pessoa vem ao mundo ligada ao pecado e à Lei.

 

Paulo e seus companheiros irmãos e irmãs judeus tinham erroneamente acreditado que eles eram capazes de obedecer à lei moral, lei como a dos 10 Mandamentos. Eles acreditavam que se eles obedecessem à Lei, Deus sorriria para eles e eles seriam declarados justos. Eles realmente acreditavam que era possível alcançar uma posição favorável aos olhos de Deus se obedecessem à Lei do Antigo Testamento. O problema era, obviamente, que eles não podiam obedecer à Lei de Deus de forma perfeita. Assim. a Lei servia para condenar. Ela simplesmente mostrava o quanto as pessoas são pecadoras. Dessa forma, a Lei ata as pessoas. Ela as aprisiona. Ninguém é livre enquanto está sujeito à condenação.

 

Assim, nos primeiros versículos Paulo lembra os Crentes que eles morreram para isso. Eles não estão mais debaixo da condenação da Lei, não precisam mais temer o fato de que eles precisam cumprir cada um dos mandamentos a fim de merecerem o favor de Deus.

 

Paulo ilustra nossa “libertação” das amarras da Lei nos dando uma ilustração do casamento. Ele diz que enquanto uma mulher está casada com seu marido, ela está ligada ao marido dela, mas quando esse marido morre, ela fica livre para casar com outro. E Paulo diz que isso é igual nosso relacionamento com a Lei. Então, aqui está o primeiro item:

 

A) Nós antes éramos casados com a Lei (1-3)

 

1 Não sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?

2 Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.

3 De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.

 

Paulo apresenta uma lei universal, lei com letra “l” minúscula, que é verdade em quase toda cultura. Uma pessoa não pode sair se casando com quem ele ou ela desejar. O casamento é entre um homem e uma mulher para toda a vida. A propósito, Paulo não tem a intenção de apresentar aqui uma discussão ampla sobre divórcio e novo casamento. Ele faz isso em outro lugar e outros versículos ao longo da Bíblia falam do divórcio e novo casamento. O argumento de Paulo aqui é que o casamento ilustra nosso relacionamento com a Lei. Quando um homem e uma mulher se juntam no casamento eles dizem: “Até que a morte nos separe.” Mas, assim que o marido morre, deixando a mulher livre para se casar novamente, assim nós quando morremos para a lei, estamos livres para nos casarmos com outro, e esse outro é Cristo. Então, nós éramos antes casados com a Lei e nós somos agora, segundo item, casados com o Senhor.

 

B) Nós estamos agora casados com o Senhor (4-6)

 

4 Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.

 

Nós éramos antes casados com a Lei, “L” maiúsculo, e agora somos casados com o Senhor. Assim como nós morremos para o domínio e controle do pecado, assim nós morremos para a Lei, para a Lei do Antigo Testamento. Lembrem que isso aconteceu através da nossa fé no Evangelho. É isso que nosso batismo retrata. Paulo escreveu lá no capítulo 6 que nosso batismo, a imersão na água, ilustra nosso sepultamento com Cristo, e assim como Cristo ressuscitou dentre os mortos, assim quando nós emergimos da água é retratada nossa ressurreição com Ele. Nós morremos para a velha maneira de viver e somos ressuscitados para andarmos em uma nova maneira de viver.

 

Nós estamos mortos para a Lei e casados com Cristo. Paulo diz na última parte do versículo 4 que nós somos casados com Cristo, com Aquele que nos ressuscitou da morte, para que propósito? “Para que demos fruto para Deus.” Antes, quando nós estávamos debaixo da Lei, o único “fruto” que podíamos produzir era o fruto que conduz à morte. Lembram disso lá nos primeiros versículos do capítulo 6? Sem Cristo o único tipo de obra que nós podemos realizar são obras que em última instância nos conduzem à morte. Nós não podíamos agradar a Deus nem com nosso maior esforço. Por quê? Porque nós vivíamos no domínio e no controle do pecado e “o salário do pecado é a morte.” Então, Paulo agora diz, tendo nos casado com outro, com Aquele que ressuscitou da morte, somos capazes de dar frutos de justiça. Versículo 5:

 

5 Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte.

 

Antes de nós sermos salvos, é isso que significa aqui a expressão “na carne”, nossas paixões do pecado estavam atuando. Elas eram despertadas pela Lei. Nós vamos falar mais sobre isso em instantes. Nossas paixões pecaminosas atuavam em nossos membros, as partes do nosso corpo, dando fruto para morte. Versículo 6:

 

6 Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.

 

Paulo simplesmente está ilustrando que nós antes estávamos ligados à Lei, os mandamentos morais da Escritura. Mas através da fé em Cristo, através do Evangelho, nós fomos “libertos” da Lei para que andemos agora em uma nova maneira de viver, “novidade de Espírito” ao invés da “velhice da letra”. A expressão “velhice da letra” é uma referência à Lei moral. A Lei não nos salva do pecado. Nós precisamos “nascer novamente”, recebendo vida pela “novidade de Espírito”.

 

Nós antes éramos ligados à Lei, mas agora somos ligados ao Senhor. Nós morremos para a Lei. O que Paulo faz agora nos versículos seguintes é nos mostrar como a Lei atua e como a Lei é insuficiente para nos salvar. Um dos propósitos primordiais da Lei é nos convencer do nosso pecado. Tendo compreendido nossa ligação com a lei, em segundo lugar:

 

II.  Nós precisamos compreender nossa Convicção pela Lei (7-13)

 

O que Paulo faz agora é antecipar o que alguém possa dizer: “Bem, se nós tínhamos que morrer para a Lei, então a Lei deve ter sido uma coisa ruim.” Paulo supõe que alguém diga, versículo 7: “Que diremos pois? É a lei pecado? “, e ele responde: “De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.” Portanto, o que Paulo faz aqui é nos dar o propósito do ministério da Lei. Primeiro:

 

A) A Lei revela o pecado (7)

 

Paulo diz: “eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás.”

 

A Lei revela nosso pecado. A Lei nos mostra nosso pecado. Paulo está dizendo: “Sabem como é, quando eu era mais novo eu achava que estava fazendo um bom trabalho como Judeu, eu obedecia meus pais e fazia tudo que eu devia fazer, e daí eu comecei a ler a Lei e me dei conta de que eu não era tão bom como eu achava.”

 

Paulo provavelmente começou a compreender isso na época do seu Bar Mitzvah. Quem de vocês já ouviu falar disso? Bar Mitzvah. Era a época em que a criança Judaica alcançava certa idade, por volta dos 13. Bar Mitzvah significa “Filho da Lei”. No Bar Mitzvah, a criança judaica começava um novo capítulo em sua vida em que se esperava que ela cumprisse os mandamentos do Antigo Testamento, um total de 613 para ser exato.

 

E Paulo, em síntese, “Bem, sabe como é, eu sentia que eu estava fazendo um bom trabalho. Eu li aqueles mandamentos, como os 10 Mandamentos, e eu achava que estava indo super bem até que eu li: “Não cobiçarás” e esse mandamento revelou para mim a dimensão do meu pecado.” Cobiça abrange todos os tipos de pecado, cobiça por poder, posição, fama, fortuna, o desejo pecaminoso por qualquer tipo de coisa. Paulo é honesto. Ele se deu conta da dimensão do pecado dele e o argumento dele aqui é que, de certa forma, ele estava vivendo uma vida despreocupada até que ele leu a Lei. A Lei revela o pecado. Em segundo lugar:

 

B.) A lei desperta o pecado (8-9)

 

8 Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, operou em mim toda a concupiscência; porquanto sem a lei estava morto o pecado.

9 E eu, nalgum tempo, vivia sem lei, mas, vindo o mandamento, reviveu o pecado, e eu morri.

 

Portanto, a Lei desperta o pecado. Novamente, Paulo está vivendo uma vida despreocupada, cuidando das suas coisas, e então ele lê a lei e sua natureza pecaminosa começa a agir. Ele diz que o pecado dele produziu todo tipo de concupiscência. Antes da Lei, o pecado dele estava morto, mas a Lei o despertou.

 

Mas reparem, não é a Lei que é o problema. É o pecado dele. Ele diz que é o pecado, versículo 8, que aproveitou a oportunidade por causa do mandamento – nesse caso: “não cobiçarás” – que produziu todo tipo de cobiça. Ele diz que foi o pecado dele que fez isso. Ou seja, o problema não é a Lei. Nossa natureza pecaminosa é o problema A Lei não é o problema. Não podemos colocar a culpa pelo nosso pecado na Lei. A Lei não é o problema. Todo mundo aponte para o problema (aponte para si mesmo).

 

É como se Paulo pensasse: “Eu não estava nem pensando em cobiçar, mas quando eu li os 10 mandamentos: “Não cobiçarás”, tudo o que eu pude pensar foi em cobiça, e agora eu quero isso e quero aquilo e eu quero o que ele tem e quero o que ela tem. Eu antes estava vivo sem a lei, mas daí veio o mandamento: “NÃO COBIÇARÁS”, e tudo o que eu pude pensar foi em cobiçar!”

 

É isso que a Lei faz. Ela revela o pecado e desperta nosso pecado. Portanto, a Lei não é o problema, nossa natureza pecaminosa é o problema. Nós sabemos isso por experiência própria, não é verdade? Alguém te diz para não fazer determinada coisa, e o que é que você quer fazer em seguida? O que quer que tenha sido proibido.

 

“Não pise a grama” faz você querer fazer o que? Pisar a grama.

 

Kent Hughes diz: “Você já pensou no que iria acontecer se na rua principal da sua cidade uma das lojas pintasse uma placa na janela: “Você está proibido de jogar pedras nesta janela.” Ele diz: “A janela não iria durar 24 horas.” Ele acrescenta: Mesmo as proibições das “leis humanas” são para nós como o agitar é para uma lata de Coca.”

 

Quando você era pequeno e talvez estivesse brincando no seu quarto, envolvido com suas próprias coisas, a sua mãe entrou e falou algo do tipo: “Oh, presta atenção. Eu acabei de assar esses biscoitos e colocá-los no balcão, não vai comer. Eles são para depois do jantar.” Você não estava nem pensando em biscoitos! Você estava na maior felicidade sem saber daqueles biscoitos, mas agora no que é que você fica pensando?

 

É assim que a Lei age. Ela revela nosso pecado e desperta nosso pecado. Em terceiro lugar:

 

C) A lei amplia o pecado (10-13)

 

10 E o mandamento que era para vida, achei eu que me era para morte.

11 Porque o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou.

 

Assim, se os mandamentos de Deus são observados com perfeição, eles conduzem a vida, mas eu não consigo obedecê-los de forma perfeita. A Lei simplesmente revela, desperta, e amplia meu pecado, me mostrando o quanto eu sou pecador e a minha natureza pecadora vai a toda velocidade violando os mandamentos. Mas novamente, não é um problema da Lei, é um problema do meu pecado. Versículo 12:

 

12 E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.

 

Olha aí de novo. A Lei não é o problema. Eu não posso colocar a culpa pelo meu pecado na Lei. A Lei não é o problema. Todo mundo aponte para o problema (aponte para si mesmo). A Lei é boa. Versículo 13:

 

13 Logo tornou-se-me o bom em morte? De modo nenhum; mas o pecado, para que se mostrasse pecado, operou em mim a morte pelo bem; a fim de que pelo mandamento o pecado se fizesse excessivamente maligno.

 

Em outras palavras, aquilo que era bom, a Lei, apenas apontou o que estava errado no interior, meu pecado.

 

Você pode pensar na Lei como um tipo de pá. Não tem nada de errado com a pá. É uma boa pá. Mas a pá é usada para “cavar” o pecado que está dentro de nós. Não é culpa da pá que o pecado esteja lá. A pá simplesmente vai além da superfície para revelar e trazer à tona o pecado que está lá dentro.

 

E nós podemos perguntar: “Por quê? Por que a Lei revira a sujeira do nosso pecado e a mostra para nós?” A Lei faz isso para nos mostrar que nós precisamos cuidar dessa sujeira. A Lei cava a sujeira do nosso pecado para nos deixar humildes, para nos mostrar que nós não somos nem metade da bondade que nós pensávamos ser.

 

A lei é honesta. A Lei diz: “Você acha que é alguma coisa. Você engana todo mundo do lado de fora, mas eu conheço seu coração. Você precisa de uma cirurgia no coração. Você precisa de um novo coração. Você precisa de alguém que possa limpar toda essa sujeira.”

 

Vejam, a Lei nos conduz Àquele que pode nos limpar. Quem é esse? Aquele com quem devemos nos casar. Lembram do versículo 4:

 

4 Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.

 

Nós precisamos nos casar com Cristo. Se permanecermos sem nos casar com Cristo, nós permaneceremos casados com a Lei, e tudo o que a Lei pode fazer é revelar nosso pecado, despertar nosso pecado e ampliar nosso pecado. A Lei nunca, nunca, nunca pode nos salvar do nosso pecado. Nós precisamos nos casar com Cristo.

. Fiquem de pé para oração.