Humildade ou Superioridade?

Humildade ou Superioridade?

Lucas 9:46-56

Humildade ou Superioridade?”

(Lucas 9:46-56)

Série: Certeza em Tempos Incertos

30-1-11

Rev. Todd A. Linn, PhD

Primeira Igreja Batista de Henderson, Henderson KY

  • Peguem a Palavra de Deus e abram em Lucas, capítulo 9 (pág 698).

Nós estamos pregando, versículo a versículo, através do Evangelho de Lucas. Lucas é um livro tão prático no Novo Testamento e nosso estudo dele continua a fornecer muita aplicação prática para nossas vidas hoje.

Nosso texto nesta manhã vai do versículo 46 ao versículo 56. A situação e contexto dessa passagem gira em torno da declaração feita por nosso Senhor Jesus no versículo 44 onde Jesus diz, “Porque o Filho do homem será entregue nas mãos dos homens.” Jesus tinha começado a contar aos discípulos que Ele vai para Jerusalém para morrer. Ele fez essa declaração antes no versículo 22 e Ele a faz novamente no versículo 44. Então Ele quer que esses 12 discípulos realmente cheguem a esse ponto. Ele até mesmo disse, “Ponde vós estas palavras em vossos ouvidos (44),” mas eles não O compreenderam e, a passagem que segue a essa declaração ilustra que eles não tinham ideia alguma do significado dela. Na verdade, os discípulos nos dão um tutorial de “Como Perder o Cerne da Questão.” E isso é o que encontramos, conforme lemos os versículos 46 e seguintes.

  • Fiquemos de pé em honra à leitura da Palavra de Deus.

46 E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior.

47 Mas Jesus, vendo o pensamento de seus corações, tomou um menino, pô-lo junto a si,

48 E disse-lhes: Qualquer que receber este menino em meu nome, recebe-me a mim; e qualquer que me receber a mim, recebe o que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande.

49 E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco.

50 E Jesus lhes disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós.

51 E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção, manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém.

52 E mandou mensageiros adiante de si; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada,

53 Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém.

54 E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?

55 Voltando-se, porém, repreendeu-os, e disse: Vós não sabeis de que espírito sois.

56 Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las. E foram para outra aldeia.

  • Oremos

Introdução:

A maioria de vocês sabe que Winston Churchill não foi apenas um grande Primeiro Ministro do Reino Unido durante a 2ª Grande Guerra e nos anos seguintes, mas ele foi um número de outras coisas, incluindo um escritor talentoso e um orador público. Em 1949 ele adquiriu um ajudante pessoal, ou assistente pessoal, de nome Norman McGowan. McGowan, que tinha apenas 25 anos de idade quando se tornou o assistente de Churchill, mais tarde escreveu a respeito de suas experiências em um livro intitulado, Meus Anos com Churchill. E em uma experiência particular, McGowan escreve da habilidade de falar de Churchill e sua capacidade de atrair enormes multidões. Foi feita a ele uma pergunta e sua resposta reflete algo da humildade de Churchill. McGowan escreve:

Winston Churchill foi certa vez questionado, “Não te assusta saber que toda vez que você faz um discurso, o salão fica cheio a ponto de transbordar?”

É muito lisonjeiro,” respondeu Sir Winston. “Mas sempre que me sinto assim, eu sempre me lembro que se ao invés de estar fazendo um discurso político, eu estivesse sendo enforcado, a multidão seria duas vezes maior.”

E nessa declaração vemos um homem que era, com todo direito, um homem de grande estatura e superioridade política e ainda assim, um homem profundamente consciente da necessidade da humildade simples. Humildade não é um tópico popular. Pense nisso: Quantos livros você pode listar que lhe prometem os benefícios da humildade? Por outro lado, existem muitos best-sellers sobre o assunto da superioridade: Chaves para o Sucesso, Pense e Cresça Rico, Bom para Melhor. E existem muito bons conselhos nesses livros, mas eles ilustram que estamos muito mais propensos a ler um livro sobre como alcançar sucesso pessoal, do que como podemos celebrar o sucesso dos outros.

Eu disse mais cedo que os discípulos nos dão um tutorial de “Como perder o cerne da questão.” Jesus tinha acabado de compartilhar com eles sobre Sua própria humildade ao dar Sua vida pelos pecadores. Ele tinha acabado de dizer que Ele vai ser entregue nas mãos dos homens. Ele vai sofrer e morrer. E nosso texto começa no versículo 46 com:

46 E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior.

Agora o que isso tem a ver com o que Jesus tinha acabado de dizer?! Quero dizer isso vem imediatamente na esteira da declaração de Jesus: Eu vou sofrer e morrer por vocês. E então uma disputa surge entre eles sobre qual seria o maior. Eles estavam brigando por posições de superioridade enquanto o Professor deles estava lhes ensinando sobre humildade.

E essa é sempre a escolha diante de nós, não é? Nós podemos viver como o mundo ou viver como seguidores de Cristo. Nós podemos buscar o que os descrentes buscam ou podemos buscar o que seguidores de Cristo buscam. O descrente é o seu próprio mestre. Sua vida é retratada pelo famoso poema, “Invictus,” Eu sou o mestre do meu destino: Eu sou o capitão da minha alma. O seguidor de Cristo, contudo, diz, “O Senhor é o meu Mestre. O Senhor é o Capitão da minha alma.”

Os discípulos então, não estão tão diferentes dos discípulos de hoje. É errado pensar nesses camaradas como se eles tivessem auréolas sobre suas cabeças e que sempre fizeram o que era certo. Eu digo que eles estavam argumentando entre si sobre quem seria o maior! Quanta autopromoção e vaidade! Eu não sei o que levou a isso, talvez o fato de que Jesus tinha levado somente Pedro, Tiago e João com Ele para o topo do Monte da Transfiguração e os outros ficaram com ciúmes. Talvez pelo fato dos nove que ficaram embaixo não terem sido capazes de expulsar o demônio nos versículos iniciais (39-40) tenha causado um sorriso desdenhoso dos outros pela inabilidade deles. Em qualquer caso, nós podemos visualizá-los estufando seus peitos e afirmando suas grandezas perante os demais, conforme muitos de nós se lembram daquilo que o campeão de boxe Mohammed Ali fez por anos, olhando direto para a câmera e dizendo, “Eu sou o maior!”

Versículo 47:

47 Mas Jesus, vendo o pensamento de seus corações, tomou um menino, pô-lo junto a si,

48 E disse-lhes: Qualquer que receber este menino em meu nome, recebe-me a mim; e qualquer que me receber a mim, recebe o que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo é grande.

Jesus sabe o que eles estão pensando. E que professor! Ele se vira e acha uma pequena criança e toma a criança pela mão. Eu imagino que os pais da criança imediatamente se inflaram com o mesmo orgulho dos discípulos: “Ele pegou nosso pequeno João pela mão!” E a mãe olha cheia de si para as outras mães como se dissesse, “Ele não pegou a sua Susi, pegou?!” Quão orgulhosos nós estamos.

Nós até anunciamos nosso orgulho em nossos carros. Quantos adesivos de parachoque temos lido em vans de famílias: “Pai orgulhoso de um estudante de honra.” E você dá a volta no carro esperando encontrar um pequeno Einstein dentro e há somente uma pequena criança com metade do dedo enfiado no nariz e você diz, “Eu não acho isso!”

Nos dias de Jesus, uma criança não era considerada uma pessoa de honra. De muitas maneiras, crianças eram consideradas na mesma categoria dos excluídos. No Talmud Judeu, um rabi medita sobre quatro coisas que “destroem um homem.” As quatro coisas são dormir, beber vinho ao meio dia, sair para lugares onde “os homens comuns se reúnem,” e conversar com crianças [(Ab. 3,10: R. Dosa b. Archinos), conforme citado por Kent Hughes, pag 365]. Conversar com crianças era considerado algo que depreciava um homem, uma perda de tempo.

E o mesmo é verdadeiro na cultura Romana. Na cultura Romana você oferecia hospitalidade somente para alguém que fosse seu equivalente ou melhor que você. Crianças não eram equivalentes ou melhores. Você nunca honrava uma criança. A propósito, o mesmo é verdadeiro na maioria das culturas hoje. Quando fomos à Tailândia, nosso líder missionário lá nos disse sobre nos curvarmos aos outros. Nas culturas Asiáticas é costume se curvar diante das pessoas que são seus equivalentes ou mais velhas que você. Mas você nunca se curva para uma criança. Eu me lembro dele dizer que isso seria loucura total porque as crianças são ensinadas a honrar seus anciãos. E é a mesma coisa na América. Enquanto nós não nos curvamos, propriamente dito, as crianças costumam se levantar para honrar seus anciãos. Agora pais estão se curvando diante de seus filhos, literalmente e metaforicamente, permitindo que suas crianças reinem na casa e assim por diante. Essa é uma outra mensagem para outro dia.

Mas a questão que Jesus coloca é: Vocês querem saber o que é ser grande? Grandeza é encontrada entre aqueles que desejam servir a menor das pessoas. Grandeza é encontrada entre aqueles que servem sem qualquer reconhecimento público. É por isso que Jesus coloca a criança diante deles. Mesmo hoje, podemos entender isso, não podemos?

Se eu dissesse a vocês que alguns jogadores de basquete da Universidade de Kentucky estariam aqui em Henderson por alguns dias esta semana e que precisaríamos de alguns voluntários para ajudá-los por uma hora ou duas, atender suas necessidades, alimentá-los e coisas do tipo, teríamos pessoas pagando pela oportunidade. Mas se a Sra Ellie dissesse que ela precisa de voluntários para trabalhar no berçário no próximo culto, quantos de nós pulariam diante da oportunidade? Você percebe? O desejo pecador por grandeza e superioridade ainda está em nós. Jesus está falando a todos os Seus discípulos, incluindo a você e a mim. Versículo 49:

49 E, respondendo João, disse: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava os demônios, e lho proibimos, porque não te segue conosco.

50 E Jesus lhes disse: Não o proibais, porque quem não é contra nós é por nós.

Isso é realmente irônico. João diz que ele e os outros viram alguém ter sucesso em algo no qual eles falharam! Lembrando que lá atrás no versículo 40 os discípulos foram incapazes de expulsar um demônio de um garoto. Então aqui está um camarada que teve sucesso ao fazer algo no qual eles haviam falhado e, ao invés de celebrar o sucesso do homem, eles o proibiram de fazer isso novamente. E Jesus diz, “Não o proíbam.” Só porque ele não se parece conosco e fala como nós, não quer dizer que ele esteja contra nós. Deixe-o em paz.

E aqui está uma mensagem para todos nós que pensam que “nossa maneira” é a “única maneira.” Eu lembrei do Apóstolo Paulo quando eu li essa passagem. Lembrem de Filipenses 1 onde Paulo disse que “alguns pregam a Cristo por inveja e porfia…e por contenção (Filipenses 1:15-16)?” A motivação deles era errada e impura e ainda Paulo diz, “Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado (Filipenses 1:18).” Essa é a atitude de um camarada que é humilde. Essa é atitude de um camarada que não se enaltece. Ele não é o capitão de sua alma.

Recentemente, eu ouvi um amigo descrever como alguém em sua equipe ministerial, deixou seu ministério e começou outro em uma localização próxima. O homem não estava somente espalhando uma notícia negativa sobre esse ministro, mas ele também estava recrutando pessoas para seu ministério e oferecendo-lhes posições em seu novo começo. E o ministro compartilhou como isso trouxe dor e divisão ao seu ministério e até briga dentro da família, já que o homem que saiu era casado com a cunhada do ministro. Como você lida com isso? Bem, você ora bastante e espera por reconciliação, mas no final tudo o que você pode fazer é dizer, “Alguns pregam a Cristo por inveja e porfia. Não é o meu papel ser julgador. Eu me alegro que Cristo esteja sendo pregado.”

Versículo 51:

51 E aconteceu que, completando-se os dias para a sua assunção (uma referência ao Seu retorno ao Céu), manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém.

Este versículo inicia uma longa seção no Livro de Lucas. Jesus agora decididamente traça Seu caminho para Jerusalém para morrer. É claro que vai demorar um pouco ainda antes de Ele terminar Seu ministério de ensino e entregar Sua vida em Jerusalém, mas o sol está começando a se por em Seu ministério terreno. Ele está a caminho de Jerusalém para morrer. Conforme Ele está a caminho, Ele envia uma “equipe avançada” para providenciar os preparativos, versículo 52:

52 E mandou mensageiros adiante de si; e, indo eles, entraram numa aldeia de samaritanos, para lhe prepararem pousada,

53 Mas não o receberam, porque o seu aspecto era como de quem ia a Jerusalém.

Os Samaritanos e os Judeus tinham uma longa história de não se darem um com o outro. Eu deixarei isso para o seu estudo da tarde para rever o porque disso. Você pode estudar João 4 para te ajudar. Devido ao tempo, apenas saiba que esse ressentimento de um com o outro era profundamente enraizado, tanto que os Samaritanos não queriam hospedar esse Judeu da Galiléia. E isso fez com que Tiago e João adotassem uma solução incomum. Versículo 54:

54 E os seus discípulos, Tiago e João, vendo isto, disseram: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?

E também deixo isso para o trabalho de casa de vocês. Depois leiam 2 Reis, capítulo 1 e leiam onde o profeta Elias derrama fogo do céu sobre os homens do Rei Acazias.

Mas Jesus os repreende e eles vão para outro vilarejo. Mais uma vez, eles não pegaram a coisa. Jesus tinha falado de humildade e eles estavam empurrando um ao outro, argumentando sobre qual seria o maior, mantendo as outras pessoas fora de seu círculo e querendo incendiar cidades. E Jesus apenas balança Sua cabeça e diz, “Vamos lá pessoal. Apenas vamos para outro vilarejo.”

Nós fizemos muita aplicação através de nosso estudo dos versículos, mas vou deixar com vocês duas ações sumárias que são motivadas pela graça de Deus. Primeiramente, pela graça de Deus:

1) Eu sou Motivado a ser Humilde

Um político descreve um de seus pares dizendo, “Ele era um homem humilde e ele tinha todas as razões para ser.” Isso não era um elogio! Ele era um homem humilde e tinha todas as razões para ser. Em outras palavras, se você conhecesse o cara, você saberia que não havia razão dele ser ensoberbecido.

Bem, deixe-me apenas dizer que o mesmo é válido para nós. Nós temos todas as razões para sermos humildes. Nós temos grande motivação para sermos humildes. E o que nos motiva? Nosso pecado e nossa necessidade do evangelho. Nós reconhecemos que somos pecadores. Nossos corações são perversos. E nós somos gratos a Deus que Romanos 4:5ensina que Deus justifica o perverso, Deus nos declara justos, sem-culpa, por causa de Cristo Jesus. Somos gratos a Deus que Jesus levou os pecados que cometemos em Seu corpo na cruz. Ele sofreu a punição que merecíamos para que pudéssemos experimentar as bênçãos que Ele merecia. Gratidão pelo fato de que, de acordo com Romanos 8:1, nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus. Ele é a nossa suprema motivação. Então nós somos motivados a sermos humildes.

Existem cerca de 40 referências a “humildade” no Novo Testamento. Por que? Porque temos todas as razões para sermos humildes. Se nós esquecermos que somos pecadores necessitados do Evangelho todos os dias de nossas vidas, então perderemos nossa motivação para sermos humildes.

Se focarmos nossa performance exterior, começaremos a sentir orgulho como os discípulos ou orgulho como os Fariseus. Nós desceremos a um estado de superioridade espiritual, pensando que temos merecido as bênçãos de Deus através de nosso comportamento farisaico (hipócrita). Nós devemos sempre nos ver como pecadores.

É isso o que Isaac Watts tinha em mente quando ele escreveu essas palavras:

Quando eu olho a maravilhosa cruz

Na qual o Príncipe da glória morreu,

Minha maior riqueza eu conto como perdida,

E derramo desprezo sobre todo meu orgulho.

William Carey é considerado o “Pai do movimento moderno de missões.” Ele foi um fiel missionário na Índia, servindo lá por muitos anos, traduzindo a Bíblia em Bengali, Sânscrito, e outras numerosas línguas e dialetos. Ele foi o primeiro que disse, “Espere grandes coisas de Deus; experimente grandes coisas por Deus.”

Mas Carey foi um homem humilde. Em seu 70° aniversário, ele escreveu essas palavras para um de seus filhos. Ouça a humildade na carta:

Eu estou fazendo setenta anos neste dia, um monumento da bondade e misericórdia Divina, embora revendo minha vida eu ache muito, muito mesmo, pelo qual devo ser humilhado no pó; meus pecados diretos e positivos são inúmeros, minha negligência no trabalho de Deus tem sido enorme, eu não tenho promovido sua causa, nem procurei sua glória e honra como deveria, apesar de tudo isso, estou sendo poupado até o momento, e ainda estou retido em seu Trabalho, e tenho confiança de que tenho recebido divino favor através dele (Timothy George, Faithful Witness-Testemunho Fiel, pag 155).

Ele nunca esqueceu sua motivação. A consciência de sua natureza pecadora e o reconhecimento da necessidade do Evangelho manteve Carey humilde. E isso nos manterá humildes também. Isso o manterá humilde quando seu orgulho te disser que alguém deveria reconhecer sua recente aquisição, ou que alguém deveria bater nas suas costas, ou que alguém deveria ter chamado você para perguntar como você está. Pela graça de Deus somos motivados a sermos humildes. E número dois, pela graça de Deus:

2) Eu sou Motivado a ser Misericordioso

Os discípulos não entenderam a necessidade de Cristo sofrer e morrer. Nem ainda aprenderam os ensinamentos éticos de Cristo. Em seu desejo de queimar a cidade de Samaria, fica claro que os discípulos tinham esquecido os ensinamentos de Cristo lá no capítulo 6, lá onde Ele disse, “Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam (Lucas 6:27),” ou, “Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam (Lucas 6:28),” e muitas outras coisas, todas que poderiam ser resumidas em Lucas 6:36, “Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.”

Como pecadores não merecemos nada, apenas a ira de Deus. Lembrem-se que a definição de Graça é “Favor imerecido de Deus àqueles que merecem apenas a Sua ira.” Não peça por fogo descendo dos céus sobre seus inimigos. Seja misericordioso como seu Pai celestial é misericordioso.

Ame seus inimigos. Com o que se parece o amor?

1 Corinthians 13:4-5:

4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.

5 Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;

Eu li recentemente como um homem usou esses dois versículos de 1 Coríntios 13 para formular uma lista de lembretes práticos para exercitar o amor no dia-dia. Vou ler para vocês e, “pergunte-se como você está praticando o amor no dia-dia. Existe qualquer espaço para autojustificação à luz dessa norma prática de amor?”

  • Eu sou paciente com você porque eu te amo e quero te perdoar.

  • Eu sou gentil com você porque eu te amo e quero te ajudar.

  • Eu não invejo suas posses ou bens porque te amo e quero que você tenha o melhor.

  • Eu não me gabo de minhas realizações porque te amo e quero ouvir sobre as suas.

  • Eu não sou orgulhoso porque te amo e quero te estimar antes de mim mesmo.

  • Eu não sou grosso porque te amo e me importo com os seus sentimentos.

  • Eu não sou egoísta porque te amo e quero atender as suas necessidades.

  • Eu não me iro facilmente com você porque te amo e quero ignorar suas ofensas.

  • Eu não guardo lembrança de seus erros porque te amo e “o amor cobre uma multidão de pecados.” (Jerry Bridges, A Disciplina da Graça, pag 39).

Pela graça de Deus somos motivados a ser humildes e pela graça de Deus somos motivados a ser misericordiosos.

  • Fiquemos de pé para oração.