Estação de Junçã

Estação de Junçã

“Estação de Junção”

(Colossenses 2:11-15)

Série: O Cristo que Satisfaz Plenamente (Colossenses)

Rev. Todd A. Linn, PhD

Primeira Igreja Batista de Henderson, Henderson

O coral cantou, “Ouça a batida do martelo, porque Ele levou tudo que havia contra nós e pregou em Sua cruz.” É sobre isso que vamos ler nesta manhã em Colossenses, capítulo 2 – um dos muitos benefícios da união do Cristão com Cristo.

Eu convido vocês a pegarem suas Bíblias e a abri-las na passagem que nos foi lida mais cedo no Livro de Colossenses, capítulo 2 (Pg 796; YouVersion).

Quero falar a vocês nesta manhã sobre este tópico, “Estação de Junção.” Muitos de vocês já tiveram o privilégio de visitar um terminal ferroviário de estação de junção em uma cidade maior, como Washington DC, ou Chicago, ou talvez você tenha feito compras na restaurada e histórica estação de junção em Nashville.

Simplificando, uma estação de junção é uma estação ferroviária usada conjuntamente por duas ou mais companhias ferroviárias. As duas empresas compartilham as vias, bem como as instalações da estação. Então uma estação de junção é um lugar de conectividade onde duas partes se juntam amigavelmente, uma união amigável que resulta em inúmeros benefícios.

Paulo escreve em Colossenses 2 sobre a união do crente ou a conexão com Cristo. Essa união frequentemente é expressa pela frase, “nEle,” ou “com Ele.” Com suas Bíblias abertas, vocês podem ver essa frase escrita várias vezes. Na semana passada, por exemplo, Paulo disse em Colossenses 2:9-10, “Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e, por estarem nEle, que é o Cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude.”

O próximo verso, verso 11, Paulo começa com a mesma frase, “NEle também vocês foram circuncidados” etc. Então mais uma vez aqui no verso 12, “Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com Ele no batismo, e com Ele foram ressuscitados.” Então o verso 13, “Quando vocês estavam mortos em pecados…Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões.”

NEle. NEle. Com Ele. Com Ele. Com Cristo.

A união do crente com Cristo é a maior e mais gloriosa realidade da experiência Cristã. O que Cristo realizou pelo Cristão, uma obra de vida e morte que culminou em uma cruz fora da cidade de Jerusalém – a obra expiatória de Cristo – essa expiação foi cumprida naquela cruz no Calvário, a localização da “estação de junção” que tornou possível a junção do Cristão com Cristo em uma amigável união que resulta em um número de maravilhosos benefícios ou bênçãos.

E vamos falar sobre essas bênçãos nesta manhã, a grande obra da tremenda declaração de Paulo no verso 10 sobre a “plenitude” do Cristão. Antes de qualquer coisa, vamos a Deus em oração.

Oração.

Quais são as bençãos da plenitude do Cristão, uma plenitude que vem como resultado do crente ser “unido a Cristo?”

**Bençãos da Junção do Cristão com Cristo:

I. Nós temos Amizade Eterna com Cristo (11-12)

Antes de lermos os versos 11 e 12 novamente, deixe-me dizer que Paulo nos dá duas figuras nos versos 11 e 12, ou duas metáforas, que ilustram a benção de ser unido a Cristo. Jesus fez isso também. Ele descreveu nosso ser unido a Ele como Ele sendo a vinha e nosso ser sendo os ramos. Vocês se lembram disso?

Em João 15:5 Jesus diz, “Eu sou a videira e vocês são os ramos.” Se você é um crente então você está unido a Cristo como um ramo está unido à videira. Você está conectado a Ele e tem comunhão com Ele. E Jesus diz que é assim que você produz fruto. Você está conectado com a fonte da vida. Na verdade, se você não está conectado à vinha, você não pode produzir fruto; assim como um ramo quebrado de uma macieira não pode mais produzir maçãs. Precisa estar conectado de forma a produzir uma “frutífera” comunhão.

O que Jesus ensina sobre comunhão com Ele é a mesma coisa que Paulo enfatiza nos versos 11 e 12. E onde Jesus usa a metáfora dos ramos conectados à vinha, Paulo usa a metáfora da circuncisão e batismo para ilustrar a conexão do Cristão a Cristo. A metáfora da circuncisão está no verso 11 e a metáfora do batismo está no verso 12. Então vamos dar uma olhada nessas duas ilustrações que mostram a junção do Cristão a Cristo. Primeiramente, circuncisão no verso 11:

11 NEle também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas, mas com a circuncisão feita por Cristo, que é o despojar do corpo da carne.

Você pode ler mais a respeito do ritual da circuncisão do Velho Testamento nos primeiros livros da Bíblia. Circuncisão era uma forma física de ilustrar uma verdade espiritual. A remoção da carne física, o corte da carne, identificava o povo de Deus como Seu povo especialmente escolhido que havia entrado em comunhão com Ele.

Assim, o que Paulo faz aqui no verso 11 é usar algo que era bastante familiar a seus ouvintes iniciais – uma audiência largamente de Judeus que conheciam o Velho Testamento – e ele usa esse ritual da circuncisão para ilustrar a vida nova deles em Cristo.

E Paulo descreve a nova vida deles em Cristo como uma circuncisão espiritual – não uma física – mas um tipo de circuncisão espiritual. E o que ele diz é que quando um crente vem pela fé em Cristo, não como um pedaço de carne removido, mas muito além disso, é como se todo corpo de carne fosse removido para ilustrar a comunhão do crente com Cristo, todo o corpo de carne é removido em um tipo de “circuncisão.” Veja novamente no verso 11:

11 NEle (Cristo) também vocês foram circuncidados, não com uma circuncisão feita por mãos humanas (não é física e sim espiritual), mas com a circuncisão feita por Cristo, que é o despojar do corpo da carne.

Paulo está ensinando que ao colocarmos nossa fé em Cristo, Deus “nos marca como sendo dEle,” nos circuncidando espiritualmente, removendo o corpo de carne de nós. Ele corta fora aquilo que nos identifica anteriormente como pecadores, que antes estávamos unidos a Adão, nosso primeiro pai.

Romanos 5 ensina que toda pessoa ou está conectada a Adão ou a Cristo. Nós nascemos como aqueles que estão conectados a Adão e quando aceitamos a Cristo, Deus nos livra de Adão e nos junta a Cristo, nos conecta a Jesus Cristo. O Cristão é transferido do governo e reino do pecado debaixo de Adão e é transferido a um novo reino. O crente muda de residência. O Cristão muda seu endereço. Ele ou ela não mais pertencem a velha vizinhança de vida em Adão, mas mudaram-se para a parte boa da cidade e agora estão vivendo na vizinhança de Cristo, vivendo sob o governo e reino de Jesus Cristo.

Quando o crente aceita a Cristo, Deus providencia uma espécie de corte de seu velho eu e te dá um novo eu. É isso o que Paulo está falando aqui no verso 11. Deus circuncida, ou corta fora, o velho eu – o velho eu que estava dominado pelo pecado e satisfazendo os desejos de sua carne – e lhe conecta a Cristo, a fim de se alegrar na comunhão com Ele com o seu novo eu, um novo eu que pertence a Ele.

Seu velho eu sob o reino do pecado e que não podia fazer nada a não ser permanecer escravizado pelo pecado. Seu velho eu precisava de uma cirurgia espiritual porque seu velho eu era dominado pela sua carne, seus velhos desejos pecaminosos que te mantinham cativo. E pela fé em Cristo, Deus corta fora o velho eu e te dá um novo eu, uma nova natureza, uma natureza que é capacitada a viver de uma forma que agrada a Deus. Você está morto para o velho eu.

Essa é a primeira figura ou metáfora dessa obra espiritual que Deus opera no crente – verso 11; circuncisão – a segunda figura está no verso 12 e é a figura do batismo:

12 Isso aconteceu quando vocês foram sepultados com Ele no batismo, e com Ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que O ressuscitou dentre os mortos.

Agora Paulo usa o batismo como uma metáfora para a comunhão com Cristo. O crente se identifica com Cristo através da ordenança do batismo. O batismo, que é ensinado por Jesus em Mateus 28, bem como por Paulo em Romanos 6, é o meio pelo qual um Cristão demonstra que ele ou ela agora é identificado com Cristo como Senhor.

Paulo usa o batismo como uma metáfora porque os Cristãos em Colossos haviam sido batizados. Eles estavam em condições de entender corretamente o que Paulo estava fazendo. A era do Novo Testamento era diferente de nossa era moderna onde as pessoas dizem que são seguidoras de Cristo, mas não são batizadas. Na Bíblia, contudo, batismo ocorre de forma rápida uma vez que a pessoa aceitou a Cristo. Era a principal confissão da fé de alguém em Cristo e a nova identidade de alguém como um seguidor de Jesus.

Batismo não é uma opção, mas uma ordem de nosso Senhor Jesus encontrada em Mateus 28 onde Jesus diz que novos crentes devem ser batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Se você é um seguidor de Cristo e ainda não foi batizado, então ao final do culto peça para ser batizado. Batismo é o primeiro passo de obediência do Cristão, obedecendo a ordem do Senhor de ser batizado.

Batismo representa a junção do Cristão a Cristo – conectado a Cristo através de Sua morte, sepultamento e ressurreição. É isso o que Paulo está ensinando no verso 12. O Cristão morreu para o velho eu, aquele velho corpo de carne que foi cortado fora, “sepultado com Cristo no batismo,” assim, o batismo também representa a nova vida em Cristo, “vocês também foram ressurretos com Ele.” Morrendo para a velha maneira de viver e renascendo para andar em novidade de vida.

Paulo está simplesmente dizendo que nossa comunhão com Cristo é retratada no batismo. Salvação não vem pelo batismo. Salvação vem através da fé em Cristo, crendo em Jesus, crendo que Ele viveu por nós e morreu por nós e ressuscitou por nós. É por isso que Paulo diz no verso 12, “e com Ele foram ressuscitados,” – como? – “mediante a fé no poder de Deus.” É assim que alguém é salvo, “mediante a fé no poder de Deus.” Deus que “O ressuscitou dentre os mortos.”

Batismo não salva, mas batismo é o que o Cristão faz uma vez que ele ou ela foi salvo. Batismo é uma expressão externa de uma transformação interna.

Batismo retrata a morte do velho eu e vida do novo eu. É por isso que quando batizamos um novo crente em Cristo, dizemos – conforme são imersos na água – morrendo para a velha maneira de viver – e então quando são trazidos para fora da água – renascido para andar em novidade de vida. Nova vida em Cristo; comunhão com Cristo significa vida em Cristo. O Cristão compartilha a morte de Cristo, sepultamento e ressurreição.

Assim, temos eterna comunhão com Cristo. A segunda benção que o Cristão desfruta é o perdão eterno através de Cristo.

II. Nós temos Perdão Eterno através de Cristo (13-14)

Esta talvez seja a minha benção favorita, saber que tenho perdão eterno do pecado – pecados passados, presentes e futuros – perdão através de Jesus Cristo.

13 Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões,

Nós estivemos “mortos em pecados.” Vê isso no verso 13? É praticamente a mesma coisa que Paulo disse em sua carta aos Efésios. Você pode perceber a semelhança mais tarde olhando Efésios 2:1, “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados.” É a mesma coisa que Paulo diz no capítulo 2 de Colossenses, verso 13: “Quando vocês estavam mortos em pecados,” antes da salvação você estava espiritualmente morto, morto em transgressões e pecados” e a incircuncisão de sua carne…” Tem essa frase novamente. Antes de seu “velho eu” ser cortado fora, você era “incircunciso.” Você precisava de Deus para realizar uma cirurgia espiritual para cortar “sua carne,” o velho eu.

Então se você, na verdade, colocou sua fé em Cristo e “fé no poder de Deus que O ressuscitou dentre os mortos,” então – verso 13 novamente, segunda frase – “Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou (algumas!?) todas as transgressões.” O que está escrito? Algumas de nossas transgressões? Não, “todas,” nos perdoou todas as transgressões, todos os pecados.

Todos. O perdão é eterno. Todos os seus pecados são perdoados, alcançando o passado e o futuro na eternidade. Todo pecado é perdoado através de Cristo. Você precisa estar conectado a Cristo de forma a experimentar perdão eterno do pecado. Não acontece de outra forma. Não vem em virtude de seu desempenho. Perdão não vem pela tentativa de viver uma boa vida. Não. Perdão vem pela fé na obra de Deus “que ressuscitou Cristo dentre os mortos.”

Que tremendo benefício, perdão eterno através de Cristo! E Paulo não terminou ao descrever isso. Ele prossegue ao dizer no verso 14 o que o coral cantou mais cedo. Lembram do refrão?

“Ouça as batidas do martelo,

Porque Ele pegou tudo

Que estava contra nós

E pregou em Sua cruz.”

Esse é o verso 14:

14 e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz,

Antes de chegarmos à fé em Cristo, é muito provável que muitos de nós estivessem tentando viver uma vida que acreditávamos estar agradando a Deus e trazendo paz entre nós mesmos e Deus e nos garantindo a entrada no céu.

Quando éramos jovens, talvez alguém tenha nos ensinado a obedecer a Regra de Ouro, você conhece, faça aos outros o que você gostaria que fizessem contigo. E talvez tenhamos acreditado que se tentássemos viver desse modo, agradaríamos a Deus e não nos sentiríamos mais culpados. Ou talvez alguém tenha sugerido que deveríamos cumprir os 10 Mandamentos ou que deveríamos seguir os ensinamentos de Jesus do Sermão da Montanha e então raciocinamos, “É, eu fiz o melhor que pude. Não sou tão mal como os outros. Certamente Deus saberá que estou me esforçando.”

O problema com esse tipo de pensamento é que nossa tentativa de sermos bons não salva nossa alma da penalidade e poder do pecado. Não somos salvos pelo que fazemos. Se pudéssemos ser salvos pelo que fazemos e por tentar fazer o melhor, não haveria necessidade de Deus ter vindo até nós, não haveria necessidade de Cristo ter vivido uma vida perfeita e ter morrido (uma morte substitutiva) em nosso lugar.

O padrão para a paz com Deus é o perfeito cumprimento de Sua Lei, Suas exigências. Porque o céu é um lugar de perfeição onde não existe mais pecado, a única maneira de ganhar acesso ao céu é mantendo todas as exigências de Deus perfeitamente. Não podemos fazer isso. Podemos tentar, mas vamos falhar. Somos pecadores.

Sem fé em Cristo, Deus olha para todos os nossos melhores esforços e diz, “Você falhou ali, você falhou aqui e você fez isso e fez aquilo,” e é como se houvesse esse registro de débito, a escrita de todas as exigências de Deus que tentamos cumprir, mas falhamos. E essas exigências estão contra nós.

A frase usada no verso 14, “a escrita de dívida” é o registro de nossos débitos e assim, consiste no registro de nossa culpa. Devemos a Deus uma vida perfeita, mas falhamos porque somos imperfeitos. Então temos esse registro de débitos, um registro escrito de tudo contra nós. E está pendurado acima de nossas cabeças, como o registro de culpa que era pendurado acima da cabeça do criminoso que era crucificado nos tempos de Roma. Muitos de vocês sabem que quando os Romanos crucificavam um homem, eles colocavam acima da cabeça da pessoa na cruz, os crimes que ele havia cometido, as ofensas que existiam “contra ele,” ofensas pelas quais ele havia sido achado culpado.

Quando Jesus foi crucificado, por exemplo, você se lembra de que penduraram uma placa acima da cabeça dEle que dizia que Ele havia dito ser o Rei dos Judeus. Este era o crime contra Ele, o crime pelo qual Ele hava sido condenado à morte.

É claro que, sabemos de uma tremenda perspectiva, que Jesus morreu não por Ele ser o Rei dos Judeus, mas por Sua vontade de levar sobre Si próprio nosso castigo.

Jesus morreu de vontade própria como um sacrifício por nossos pecados. Ele morreu de forma que pudéssemos viver. Sua morte foi uma morte substitutiva, uma morte por nós, uma morte que nós deveríamos ter sofrido como punição pelos nossos pecados. Ele levou sobre Si próprio a nossa punição. 

O que isso significa é isso, em um sentido bastante real, Jesus pega a acusação exatamente sobre nossas cabeças e Ele coloca isso sobre a cabeça dEle na cruz. E Jesus morre lá, não pelos pecados dEle, mas pelos nossos.

“Ouça as batidas do martelo,

Porque Ele pegou tudo

Que estava contra nós

E pregou em Sua cruz.”

Jesus morreu como nosso substituto. Ele levou sobre Si próprio aquilo que era nosso – pecado – e nos deu aquilo que era dEle – justiça. Ele viveu uma vida perfeita de justiça, cumprindo perfeitamente a Regra de Ouro, cumprido perfeitamente os 10 Mandamentos, cumprindo perfeitamente os ensinamentos do Sermão da Montanha, Jesus fez tudo isso por você. Você recebe o crédito pelo que Ele fez e Ele cancela o débito que você deve.

Outra benção maravilhosa da união do Cristão a Cristo! Nós temos comunhão eterna com Cristo e perdão eterno através de Cristo. Em terceiro lugar e finalmente:

III. Nós temos Liberdade Eterna em Cristo (15)

Nós somos livres em Cristo. Já fomos escravizados pelo pecado e pelo poder do pecado. Conforme Charles Wesley escreveu:

Por muito tempo meu espírito esteve aprisionado,

Ligado rapidamente ao pecado e à natureza da noite.

Cristãos já foram cativos pelas forças das trevas. Paulo descreve as forças das trevas no verso 15 como “poderes e as autoridades.” Esses são os governantes e autoridades demoníacas que estão em guerra contra os homens e mulheres e que operam em oposição a Cristo.

Esses principados e poderes são os governantes e autoridades demoníacas que reinam no reino ao qual o Cristão já pertenceu, o reino de Adão, o reino do pecado, aquele velho antro, aquela velha vizinhança onde o seu velho eu costumava viver antes dele ser “cortado fora,” antes do seu velho eu ter morrido e ter sido enterrado com Cristo.

Quando o Cristão esteve anteriormente unido a Adão ao invés de com Cristo, na velha vida, esses principados e poderes o dominavam. E talvez o não Cristão nem sequer saiba disso. A ironia de ser escravizado pelo pecado é que podemos nos gabar de ser livres, mas não somos.

Um descrente não é livre do pecado. Apenas pense nisso. Nenhum descrente é livre do pecado. Não importa quem você seja se for um descrente, se você não é livre como deseja pensar ser. Apenas tente não pecar. Nenhum descrente é livre de não pecar. Todo descrente é escravizado pelo pecado. Pecado é seu mestre e senhor. O pecado reina.

Agora o que Cristo fez na cruz? Ele derrotou todos os governos e poderes demoníacos que reinavam sobre aqueles conectados a Adão. Cristo derrotou a obra do inimigo. Paulo descreve isso no verso 15 como:

15 e, tendo despojado os poderes e as autoridades, (Cristo) fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.

Cristo conquista todos os principados e poderes, todas as forças das trevas que mantém as pessoas cativas no pecado. Cristo os desarmou e os derrotou. Paulo diz na segunda parte do verso 15 que Cristo “fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.”

A imagem aqui é a de um rei conquistador como o imperador Romano que viajava às terras distantes e derrotava o inimigo. E  a maneira que ele demonstrava que havia derrotado o inimigo era trazendo o inimigo acorrentado. Desse modo, um general Romano marchava para a guerra e conquistava o inimigo e então retornava para Roma, desfilando com todos os governantes derrotados pelas ruas de forma que todo mundo pudesse ver os inimigos acorrentados.

Percebe, isso era antes da internet e da CNN. As pessoas não podiam ligar a tv para acompanhar a guerra. A evidência de que a guerra havia sido vencida era quando o rei conquistador trazia o inimigo derrotado acorrentado. Assim, havia uma fila de inimigos acorrentados uns aos outros e à carruagens e conduzidos pelas ruas para espetáculo público, de forma que todos vissem e se alegrassem. Era como dizer, “Vejam esses inimigos acorrentados?! Eles não podem fazer mal a vocês. Nós triunfamos sobre eles!”

Paulo diz que a obra de Jesus Cristo na cruz fez o mesmo – verso 15 – Ele “tendo despojado os poderes e as autoridades,” os governantes e poderes das trevas Jesus derrotou e, “fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.”

É como se Jesus dissesse, “Se você está unido a Mim, esses principados e poderes não te escravizam mais! Eu triunfei sobre eles! Você tem liberdade eterna!”

Nosso velho eu já viveu sob o reino do pecado e não pode fazer nada a não ser ter permanecido escravizado ao pecado.

O seu velho eu precisou de uma cirurgia espiritual porque o velho eu estava dominado pela carne, dominado pelos velhos desejos pecaminosos que o mantinham cativo. Através da fé em Cristo, Deus corta fora o velho eu e te dá um novo eu, uma nova natureza, uma natureza capacitada a viver de uma forma que agarada a Deus. Você está morto para o velho eu e você tem vida no novo eu.

Um dos grandes desafios para o Cristão, contudo, é a luta contra o pecado que permanece neste mundo. Frequentemente dizemos que “embora o pecado não reine mais, ele permanece.” O poder do pecado foi quebrado para o Cristão, mas ainda está lá e ainda podemos cair no pecado.

Quando pecamos como Cristãos, não colocamos em perigo nossa salvação. Nós temos comunhão e perdão eterno em Cristo. Estamos conectados a Ele para sempre. Não podemos ser desconectados de Cristo. Deus nos mantém conectados a Ele. Louvado seja Deus por isso! Mas ainda caímos em pecado neste mundo. E quando pecamos, nosso relacionamento com Cristo não é mais doce como era antes. Como um marido que fala palavras desagradáveis a sua esposa, o relacionamento fica ferido. Ambos permanecem casados, é claro, mas o relacionamento foi ferido até que um confesse ao outro e peça perdão.

Assim, o Cristão tem perdão eterno em Cristo, todo pecado passado, presente e futuro é perdoado. O Cristão é livre e não mais escravo do pecado. Contudo, o Cristão pode cair em um pecado momentâneo e quando o Cristão peca, não é seu casamento com Cristo que está em jogo. O Cristão ainda é parte da noiva casada com Cristo, mas o relacionamento fica ferido até que o Cristão confesse e diga, “Me desculpe Senhor, perdoe-me por favor,” e então a doce comunhão com Cristo é sentida e conhecida novamente!

Você está livre em Cristo, não volte para aquela velha prisão e – conforme Paulo coloca em Romanos 6:13 – não apresente os membros de seu corpo como instrumentos de injustiça para pecar, mas apresente-se a Deus como quem voltou da morte para a vida.”

Lembra do que Paulo diz em Romanos 6:11? Ele diz, “Da mesma forma, considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus.” Lembre-se de dizer a si próprio de que você está morto para seu velho eu.

Quando tentado a ir além do limite e ir ao velho antro, o velho eu lá naquela prisão onde você já esteve conectado a Adão e escravizado pelo pecado, quando você é tentado por luxúria, ou orgulho, ou ódio, ou amargura, não cruze a linha e viva o pecado nem por um momento. Ao invés disso, lembre-se de que Deus “cortou fora” o velho eu. Você está morto para a velha maneira de viver e você encontrou liberdade em Cristo para não pecar.

Então diga a você mesmo, “Estou morto para isso. Eu morri para a velha meneira de viver. Isso foi cortado fora e agora estou livre e desfruto da comunhão com Cristo.”

Quando alguém te disser algo que machuque, ao invés de devolver o mal com o mal, diga a você mesmo, “Estou morto para isso” e vá embora.

Quando a conversa no trabalho se tornar imoral e obcena, diga a você mesmo, “Estou morto para isso.”

Quando for tentado a voltar para aquele velho hábito – fumar, comer demais, beber – diga, “Estou morto para isso.”

Quando os velhos sentimentos das dores de ontem ressurgirem, ao invés de sentir novamente a dor, ao invés de se tornar amargo e ressentido, diga “Estou morto para isso.”

Quando uma imagem na tela, quer seja na TV, computador ou fone, chamar sua atenção e te seduzir a cruza a linha, a gastar um tempo satisfazendo sua carne, diga “Estou morto para isso.”

Alguém disse, “O pecado vai te levar além de onde você deseja ir, vai mantê-lo lá mais do que você deseja ficar e te custará mais do que você deseja pagar.”

Você está morto para o velho eu. Deus já cortou isso fora através de sua fé em Cristo. Você está enterrado com Ele no batismo, no qual você também foi ressuscitado com Ele através da fé na obra de Deus, que O ressuscitou dos mortos.

Você está livre em Cristo. Viva na alegria dessa liberdade esta semana!

Fiquemos de pé para orarmos.