O Evangelho de Deus

O Evangelho de Deus

“O Evangelho de Deus”

(Romanos 1:1-7)

Série: Sem Culpa!

(O Livro de Romanos)

Rev. Todd A. Linn, PhD

Primeira Igreja Batista de Henderson, KY

(01-02-09) (Manhã)

 

. Peguem a Palavra de Deus e abram no Livro de Romanos, capítulo 1.

 

Romanos está no Novo Testamento.Está depois dos Evangelhos – Mateus, Marcos, Lucas, João – depois Atos, e então Romanos. É adequado que Romanos venha após os Evangelhos. De certa forma, Romanos nos ajuda a entender os Evangelhos. Ou seja, nos Evangelhos nós lemos sobre a vida e a obra de Jesus. Romanos nos ajuda a compreender a significância da Sua morte e ressurreição.Você poderia até dizer que Romanos “explica” os Evangelhos. Mas é um livro maravilhoso e nós estamos começando esta manhã uma série de estudos, versículo por versículo, do livro de Romanos.

 

O livro de Romanos na verdade é uma carta, uma carta bem grande, é de fato a carta mais longa que Paulo escreveu no Novo Testamento. Ele está escrevendo de Corinto durante sua terceira viagem missionária.Ele está escrevendo no ano 57 d.C., durante a primeira parte do reinado do Imperador romano Nero (54-68 d.C.). Ele está escrevendo esta carta aos Cristãos em Roma. Ele está provavelmente escrevendo para mais de uma “igreja” lá em Roma. As igreja em Roma se reuniam em casas e então é como se existissem muitas “igrejas domésticas” espalhadas por Roma e Paulo tem todas essas pequenas congregações em mente ao escrever esta carta, querendo que a carta circule por essas igrejas espalhadas pela cidade de Roma. Essas igrejas provavelmente começaram depois do Pentecostes. Vocês se lembram do Pentecostes lá do nosso estudo sobre o Livro de Atos, capítulo 2. As pessoas estavam em Jerusalém vindo de todas as nações conhecidas, pessoas de todos os lugares, inclusive Roma. Eles ouvem o Evangelho e então levam o Evangelho de volta para suas cidades. Assim, havia diversas igrejas pequenas, congregações nos lares, espalhadas por Roma.

 

Paulo nunca tinha visitado Roma, mas ele mostra nesta carta que espera em breve visitar os crentes de lá. Mais adiante na carta, ele escreve que planeja levar o Evangelho em direção ao oeste, para a Espanha, e planeja parar em Roma no caminho. Ele diz: “Quando partir para Espanha irei ter convosco; pois espero que de passagem vos verei, e que para lá seja encaminhado por vós, depois de ter gozado um pouco da vossa companhia.” (15:24) Paulo espera receber ajuda dos crentes romanos quando viajar para Roma. A palavra que ele usa para “encaminhado” é a palavra usada para indicar sustento financeiro de trabalho missionário. Então Paulo planeja parar em Roma, ir às casas dos crentes onde as congregações se reuniam e, sabem como é, fazer suas apresentações em Power Point sobre seu trabalho missionário e, a seguir, levantar uma oferta. É assim que nós fazemos, não é?!

 

Bem, o que é maravilhosamente excepcional nesta carta é o seu conteúdo. Essa carta foi traduzida para nossas Bíblias Inglesas como um livro com dezesseis capítulos. E o conteúdo desse livro é, em essência, um só, mas uma exposição cuidadosamente pensada do Evangelho. Romanos é uma longa carta sobre o Evangelho. O Evangelho é seu tema principal. Do que fala Romanos? É sobre o Evangelho. Pense “Romanos = Evangelho.”

 

A grande ênfase no Livro de Romanos é seu ensinamento acerca da justiça de Deus. Essa justiça está disponível para todo aquele que é justificado pela fé na salvação providenciada por Jesus Cristo. Na verdade, o versículo chave – ou versículos – encontra-se no primeiro capítulo, Romanos 1:16-17. Esses versículos-chave nos ajudam a desvendar todo o significado do Livro de Romanos. Apenas dêem uma rápida olhada neles antes de nós fazermos nossa leitura esta manhã. Coloque uma pequena estrela na sua Bíblia ali em Romanos 1:16-17, porque esses versículos são a chave para a compreensão do livro. Romanos 1:16-17:

 

16 Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.

17 Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé.

 

Talvez essas palavras não signifiquem muito para você neste momento. Talvez elas sejam um pouco confusas para alguns de nós. Mas quero encorajar vocês a estudá-las, a ler repetidas vezes, e memorizá-las, porque são versículos importantes, e nosso estudo desse livro nos ajudará a compreender o que Paulo está dizendo ali. E deixe-me aqui dizer que quando Paulo está falando sobre “a justiça de Deus”sendo revelada para nós e que nós “vivemos pela fé”, ele está falando sobre como nós podemos nos apresentar diante de Deus sem tremor. Ele está falando sobre como nós podemos ser “corrigidos” para estarmos diante de Deus. Ele está falando sobre como podemos nos apresentar a Deus livres de preocupação, sem nos preocuparmos se fomos perdoados pelos nossos pecados. Ele está falando sobre como podemos nos apresentar diante de Deus no Dia do Julgamento e ouvir as lindas palavras: “Sem culpa!” É por isso que eu coloquei na minha série o título: “Sem Culpa!”, porque destaca o tema central desse livro. Vamos ler a introdução.

. Fiquem de pé em honra à leitura da Palavra de Deus.

 

1 Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus.

2 O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras,

3 Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne,

4 Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor,

5 Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome,

6 Entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo.

7 A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

. Orar.

 

Introdução:

 

Vocês já perceberam que normalmente quando alguém está promovendo um novo livro, essa pessoa levanta o livro e fala de forma dramática: “Este livro vai mudar a sua vida!” Isso é que é chamar a atenção. Muitas pessoas não estão satisfeitas com suas vidas, então elas ficam interessadas num livro que vai lhes dar um significado, um propósito e satisfação. Os anunciantes de livros sabem disso e então eles apelam para esse anseio existentes nos consumidores.

 

Mas vocês sabem, correndo o risco de soar como um clichê, este livro de Romanos pode verdadeiramente mudar sua vida. Eu realmente creio nisso. E eu digo isso não porque estou tentando “vendê-lo” para vocês. Vocês já o têm. Você estão segurando-o em sua mãos. Muitos de nós têm mais de uma cópia de Romanos. Já o possuímos, talvez já o tenhamos lido. Mas será que realmente já digerimos seu conteúdo? Já meditamos nele? Já o absorvemos em nossas vidas? Eu não tenho certeza de que tenha feito, e isso é, em parte, o motivo pelo qual estou ansioso para pregar sobre ele. Tem muita coisa aqui!

 

Mas esse livro de Romanos tem mudado a vida das pessoas. Por exemplo, no verão de 386 d.C. existiu um jovem que vivia uma vida bem desregrada. Hoje poderíamos chamá-lo de um “mundano”, ou coisa do tipo. Ele era profundamente envolvido com as coisas do mundo – bebida, farra e coisas semelhantes. E ele tinha uma mãe dedicada ao Senhor que orou muito pela sua conversão, orando para que ele conhecesse Jesus Cristo. Esse jovem estava começando a despertar para as coisas espirituais, mas ele não abandonava o mundo e não também estava muito certo de que o Cristianismo era o caminho certo. Mas ele atingiu esse estado miserável da existência onde ele estava convencido de que sua vida não estava certa, mas ele não sabia o que fazer. Um dia ele estava sentado chorando no jardim da casa de um amigo. Você já ficou desse jeito? Ele estava ali simplesmente chorando. E então ele ouve a voz de uma criança que estava brincando do lado de fora numa casa da vizinhança. Aparentemente essa criança estava brincando de algum tipo de jogo. A criança fica cantando: “Pegue e leia! Pegue e leia!” Esse jovem rapaz ouve aquelas palavras e sente que o próprio Deus está lhe mandando uma mensagem: “Você! – Pegue e leia.” Esse jovem se estica e pega um rolo que estava do lado do seu amigo. Ele o pega e lê. E vocês sabem o que ele tinha pegado? Ele tinha pegado o livro de Romanos. E aquele livro mudou radicalmente a vida dele. Seu nome era Agostinho. Ele escreveu muito de teologia e foi uma das grandes mentes da igreja primitiva que influenciou significativamente os homens e mulheres da Reforma Protestante anos mais tarde.

 

Aqui estão as palavras do próprio Agostinho sobre aquela fatídica tarde de verão:

 

Eu estava…chorando com o coração mais apertado do que nunca, quando,vejam só, eu ouvi a voz como que de um menino ou menina, eu não sei ao certo, vindo de uma casa vizinha, cantando, e repetindo freqüentemente: “Pegue e leia; pegue e leia” Imediatamente minha expressão mudou, e eu comecei a imaginar sinceramente se era comum para crianças em qualquer espécie de jogo cantar tais palavras; eu também não me lembrava de ter ouvido algo parecido. Então, contendo a torrente de lágrimas, eu me levantei, interpretando aquilo como nada menos do que uma ordem do Céu para eu abrir o livro, e ler o primeiro capítulo com o qual eu me deparasse… eu agarrei, abri e em silêncio li aquele parágrafo para o qual meus olhos se voltaram – “Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.” Eu não li mais nada, nem precisava; porque instantaneamente, no final da frase – por uma luz, como era, a segurança penetrou meu coração, – toda escuridão de dúvida desapareceu.” – As Confissões de Santo Agostinho (Livro 8, Capítulo 12)

 

O Livro de Romanos “mudou a vida dele!” Vocês sabem quem mais teve sua vida completamente mudada pelo livro de Romanos? Eis aqui um cara vivendo nos primórdios de 1500 e ele é um monge. Seu nome é Martinho Lutero. Lutero se esforçou muito sendo uma boa pessoa, seguindo fielmente as ordens e regras estritas do monastério. Na verdade, refletindo sobre aqueles anos passados, ele disse uma vez: “Se alguém pudesse ser salvo pelo monastério, eu era esse monge.” Com o passar do tempo, entretanto, Lutero se tornou cada vez mais consciente do fato de que não importava o quanto ele tivesse se esforçado para agradar a Deus, ele ainda tinha esse problema do pecado lá no fundo, e ele estremeceu com a idéia de um dia ter que encarar um Deus santo.

 

Em seu estudo, ele ficou mais e mais atraído por essa frase em Romanos1:17, a frase que nós lemos anteriormente: “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: “Mas o justo viverá da fé.”” Aqui estão as palavras de Lutero:

 

Eu sempre quis muito compreender a carta de Paulo aos Romanos, e uma expressão atrapalhava: “a justiça de Deus”, porque eu achava que a justiça é aquela pela qual Deus é justo e age com justiça punindo os injustos…Dia e noite eu ponderava até que… eu compreendi a verdade de que a justiça de Deus é a justiça pela qual, através da graça e completa misericórdia, ele nos justifica pela fé. A partir daí eu senti que renascera e tinha entrado de portas abertas no paraíso. Toda a escritura assumiu um novo significado, e considerando que antes “a justiça de Deus” me enchia de ódio, agora ela se tornara para mim, de uma forma inexpressivelmente doce, num amor ainda maior. Essa passagem de Paulo se tornou para mim um portão de entrada no céu – citada do comentário FF Bruce, introdução.

 

Lutero mais tarde se referiu ao Livro de Romanos como “a obra-prima” do Novo Testamento.” Ele mudou radicalmente a vida dele. Lutero escreveu até mesmo um comentário sobre o Livro de Romanos e, em outro trabalho interessante da providência de Deus, outro homem foi salvo ouvindo exatamente alguém ler em voz alta o comentário de Lutero. O homem era John Wesley, o fundador do Metodismo. Ele estava sentado numa reunião na Rua Aldersgate em Londres, em 1738. Ele estava sentado lá ouvindo alguém ler o prefácio de Lutero ao seu comentário em Romanos. Eis aqui o que Wesley disse sobre aquela noite enquanto ele ouvia o prefácio de Lutero:

 

Por volta de quinze para as nove, enquanto ele (Lutero) estava descrevendo a mudança que Deus realiza no coração através da fé em Cristo, eu senti meu coração estranhamente acalentado. Eu senti que eu realmente cri em Cristo, em Cristo somente, para minha salvação; e uma segurança me foi dada de que Ele tinha levado embora meus pecados, até os meus; e me salvado da lei do pecado e da morte – do Diário de John Wesley.

 

É isso que eu desejo para nosso estudo dessa carta! Eu desejo que cada um de nós seja radicalmente transformado por esse livro de Romanos. Há tantos livros por aí prometendo mudar nossas vidas, mas esse livro pode fazer isso. Ele pode! E fará, se nós juntos o estudarmos com cuidado e de maneira adequada. Assim, minha oração é que o estudo desse livro conduza cada um de nós para mais perto de Deus e nós amadureçamos juntos pelas próximas semanas, encontrando menos interesse e menos satisfação nos populares livros centrados no homem e no egocentrismo, que prometem tanto, mas que no final nos deixam vazios ao serem substituídos pelo próximo best-seller. E eu oro para que nós nos apaixonemos por esse livro que vai nos proporcionar verdadeiro alimento espiritual para nos fortalecer em nossa jornada juntos.

 

Vocês estão prontos para estudar? Vamos. Deixe-me dar a vocês rapidamente algumas considerações introdutórias que permeiam os versículo iniciais, os primeiro sete versículos do capítulo um. Primeiro:

 

I.  Considerem a Proclamação do Evangelho(1)

 

O versículo inicial, versículo 1, nos fornece o autor desta carta e nos conta quem é ele e do que vai tratar. Vejam-no novamente, versículo um:

 

1 Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus.

 

As cartas nos dias do Novo Testamento eram escritas com o autor se identificando bem no início da carta. Isso faz sentido, não é? Hoje nossos nomes vão ao final, mas naquela época os escritores começavam com seus nomes, assim você sabia desde o início quem estava escrevendo.

 

Paulo descreve a si mesmo como “um servo (ou escravo) de Jesus Cristo.” Essa é uma ótima maneira de se expressar. Antes de nós conhecermos a Cristo, somos escravos do mundo. Somos escravos do pecado. Paulo diz que sua lealdade mudou. Ele antes era um escravo do mundo e um escravo do pecado, mas agora ele é um escravo de Cristo. Ele serve a Cristo e serve a com disposição.

 

Paulo mais a frente descreve a si mesmo como “chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus”. Aqui ele está se referindo ao seu chamado, um chamado que nos foi dramaticamente contado lá no capítulo nove do livro de Atos. Vocês se lembram daquela história? Antes de Paulo ser um crente, seu nome era Saulo. E Saulo estava a caminho de Damasco com o propósito de prender crentes. No caminho, Deus o visitou! O Senhor Jesus Cristo apareceu para ele e falou com ele. Paulo foi de uma só vez salvo e chamado para o ministério, escolhido pelo Senhor para levar Seu nome (Atos 9:15). Então Paulo diz aqui no versículo um que ele é “chamado para ser um apóstolo, separado para o evangelho de Deus.”

 

Aqui está: “Evangelho de Deus.” Lembrem quando vocês pensarem em Romanos, pensem no Evangelho, o Evangelho de Deus. Paulo foi chamado por Deus para proclamar o Evangelho, para contar a quantas pessoas ele pudesse a respeito do Evangelho. A proclamação do Evangelho. Em segundo lugar:

 

II.  Considerem a Promessa do Evangelho (2)

 

2 O qual antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras,

 

Ele está falando do “Evangelho de Deus”. É o Evangelho de Deus – última parte do versículo um – que Deus antes prometeu pelos Seus profetas nas Santas Escrituras.”

 

O que Paulo está dizendo aqui é que esse maravilhoso Evangelho que vamos estudar nas próximas semanas é um Evangelho que foi prometido por Deus nas Santas Escrituras. E quais Escrituras Paulo tem em mente? Bem, com certeza Paulo tem em mente o Antigo Testamento. No Antigo Testamento Deus prometeu o Evangelho. Deus prometeu que Seu Evangelho viria.

 

Vejam que há uma continuidade entre o Antigo Testamento e o Novo Testamento. Eles andam juntos. Nós não lemos simplesmente o Novo Testamento e dizemos: “Ah, todo o Antigo Testamento é tão, tão antigo! Vamos ler apenas o Novo Testamento.” Não! Deus tem uma história que se desdobra, que não pode ser adequadamente compreendida sem a leitura – e eu acrescentaria sem uma leitura costumeira – de ambos os testamentos.

 

Nós veremos Paulo citar o Antigo Testamento mais do que ele cita em todas as suas outras cartas juntas! Há pelo menos 61 citações diretas do Antigo Testamento no Livro de Romanos. Paulo faz 61 citações do Antigo Testamento, citando 14 livros diferentes. Nós veremos que os Livro de Salmos e de Isaías são os mais freqüentemente mencionados.

 

O Evangelho de Deus é prometido no Antigo Testamento. O Antigo Testamento aponta para Jesus. Vocês se lembram que depois que Jesus ressuscitou da morte, a Bíblia diz em Lucas 24 que havia dois homens que estavam saindo de Jerusalém para a cidade de Emaús. Vocês se lembram disso? A Bíblia diz que Jesus apareceu e andou com eles. E Lucas escreve que: “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. (24:27)” O Antigo Testamento aponta para Jesus. Nós veremos isso cada vez mais nas semanas à frente. Na verdade,“apontando para Jesus” nos conduz para o terceiro ponto:

 

III. Considerem a Pessoa do Evangelho (3-4)

 

Do que trata o Evangelho? Melhor, “Sobre quem é o Evangelho?” Versículos 3 e 4:

 

3 Acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne,

4 Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo, nosso Senhor,

 

Há uma antítese, um contraste ocorrendo nos versículos 3 e 4. Eles estão unidos.O versículo 3 nos conta sobre a humilhação de Cristo e o versículo 4 nos conta sobre a exaltação de Cristo; versículo 3 – humilhação, versículo 4- exaltação.É isso que essas frases significam. Versículo 3:

 

Jesus Cristo nasceu da semente de Davi de acordo com a carne. Aqui está uma referência ao fato de que Deus deixou as glórias do céu para vir até nós para nos salvar. Ele desceu até a terra e nasce da semente de Davi. É isso que essa frase, “segundo a carne” significa. Ele desceu até a terra. O incrível Deus do céu humilha a Si mesmo descendo até nós. Nós cantamos a esse respeito no refrão desse louvor: “Ele veio do céu para a terra para mostrar o caminho.” Essa é uma referência à humilhação de Cristo.

 

Mas então, nós temos no versículo 4 a exaltação de Cristo. Cristo foi “declarado Filho de Deus em poder”. Reparem no seguinte: o Filho de Deus em poder. Ou seja, esse poder, a total extensão dele, Ele não usou quando veio para a terra em humilhação profunda. Jesus não usou toda extensão da Sua onipotência durante Seu ministério terreno. Nós podemos dizer: “Ele manteve sob controle.” Mas através da ressurreição – e desde a ressurreição – Cristo reina em poder pleno. Essa é a idéia do versículo 4. Através da ressurreição, Jesus é declarado Filho de Deus  em poder – isso ocorre segundo o Espírito de santificação”, que é o Espírito Santo. Sua humilhação ocorre no versículo 3 “de acordo com a carne” e Sua exaltação ocorre no versículo 4 “de acordo com o Espírito”. Novamente, esses versículos estão ilustrados no refrão do cântico popular sobre a humilhação e a exaltação de Cristo:

 

Ele veio do céu para a terra

Para mostrar o caminho (humilhação)

Da terra para a cruz

Para pagar pelo meu pecado ( mais humilhação)

Da cruz para a sepultura (mais humilhação ainda) – mas então:

Da sepultura para o céu (isso é exaltação!) – da sepultura para o céu:

Senhor, eu exalto seu nome nas alturas (mais exaltação)

 

A maravilhosa Pessoa do Evangelho é a Pessoa de Cristo! Assim, nesses versículos introdutórios, nós estamos considerando a proclamação do Evangelho, a promessa do Evangelho, a pessoa do Evangelho, isso conduz a mais uma coisa:

 

IV.Considerem a Pessoa do Evangelho (5-7)

 

Ou seja, para quem é esse Evangelho? Pra quem?

 

5 Pelo qual recebemos a graça e o apostolado, para a obediência da fé entre todas as gentes pelo seu nome,

 

Estão vendo a última frase lá no versículo 5 “entre todas as gentes?” É para esses que é destinado o Evangelho. É para todas as gentes, para todo mundo. Literalmente, a palavra é “etnos”, palavra da qual deriva “etnia” É para todo mundo.

 

6 Entre as quais sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo.

 

Então Paulo fala para esses Romanos: “Você são as pessoas para quem é destinado o Evangelho.” E ele diria o mesmo para nós. O Evangelho é para todos. E então essa saudação abençoado no versículo 7:

 

7 A todos os que estais em Roma, amados de Deus, chamados santos: Graça e paz de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.

 

Nós não temos tempo para desembrulhar esse versículo completamente, mas notem algumas coisas aqui. Primeiro, notem que os crentes são “chamados para serem santos.” Se você é um crente, sabia que você é um santo? Você é! Um santo de Deus. Você não tem que fazer nada de especial para ser tido como santo por alguém. O Novo Testamento sempre se dirige aos crentes como santos, aqueles que são especialmente separados para servirem a Deus e receberem o amor de Deus. Essa é a outra coisa a ser observada aqui:

 

Estão vendo a frase: “amados de Deus”? Quem é um crente? Um crente é alguém que é “amado de Deus”. Isso é tudo para mim. Deus vem até nós em nosso pecado. Ele vem até nós e desperta nossa fé. Ele faz brilhar a luz do Evangelho em nosso ser para que nós ouçamos e o recebamos em nossas vidas. Que amor de Deus em nos dar esse presente – o presente do Seu Filho Jesus Cristo! Amados de Deus.

. Fiquem de pé para oração.

 

Apelo:

 

Eu realmente creio que você está aqui nesta manhã por causa do amor de Deus. Ele tem você aqui neste exato momento por vontade divina. Você não está aqui por acidente, mas por causa da vontade Dele… receba Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador…