Honremos uns aos outros

Honremos uns aos outros

“Honremos uns aos outros”

(Romanos 14:1-12)

Série: Sem Culpa!

Rev. Todd A. Linn, PhD

Primeira Igreja Batista de Henderson, KY

22-11-09 (Manhã)

 

Peguem a Palavra de Deus e abram em Romanos, capítulo 14.

 

Se você está nos visitando, nós pregamos sobre os livros da Bíblia, uma pregação expositiva, versículo por versículo, sempre que possível. A Bíblia fala do nosso aprendizado, “todo o conselho de Deus”, e a melhor maneira de aprendê-la é estudar os livros por inteiro. E, assim, nós estamos nos aproximando do final do nosso estudo expositivo do Livro de Romanos.

 

Deixe-me apresentar nosso estudo esta manhã. A passagem é dos versículos 1-12 de Romanos 14, e nós vamos ler o texto num instante. Antes de fazermos isso, eis o que está acontecendo nas igrejas em Roma. Lembrem que há dois grupos principais de pessoas nessas igrejas, Crentes Judeus, aqueles que creram em Cristo tendo vindo do Judaísmo – e Crentes Romanos (Gentios) aqueles que vieram para Cristo a partir de uma origem pagã, não Judaica.

 

Os Crentes Judeus ainda eram fortemente influenciados pela origem Judaica. Eles foram criados numa obediência estrita ao Torá, o Livro da Lei, os primeiros cinco livros do Antigo Testamento, com todas as suas proibições sobre comer determinadas comidas e observar determinados dias. Os Romanos, os Gentios, por outro lado, não tinham essa origem. Então você tem esses dois grupos de crentes e a igreja é bastante jovem. Eles não tinham a Bíblia final como você e eu temos hoje em nossas mãos. Por isso, eles estão tentando compreender o que é certo e o que é errado e aqueles que são Judeus decidiram que eles precisam continuar observando a Torá enquanto os Gentios ficam pensando: “Torá”? O que é a Torá? Nós podemos fazer qualquer coisa que gostamos. Nós somos livres em Cristo!” Assim, você tem essas duas posições e uma está julgando a outra e uma está olhando com nariz torto para a outra. Paulo fica sabendo disso e escreve Romanos 14 em resposta.

. Fiquem de pé em honra à leitura da Palavra de Deus.

 

1 Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.

2 Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.

3 O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.

4 Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.

5 Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.

. Orar.

 

Introdução:

 

Se existe um princípio fundamental que nós precisamos levar para nossa casa hoje a partir desse estudo é o de que nós devemos honrar uns aos outros. O que significa honrar uns aos outros? Significa mostrar respeito um pelo outro, estimar um ao outro colocando o interesse do outro à frente dos nossos. Significa que vamos olhar uns para os outros em amor e pensar conosco mesmo: “Olha, isso não está falando de mim.” Na verdade, uma boa oração rápida é: “Senhor, ajuda-me a ver que isso não envolve apenas a mim.” Senhor, ajuda-me a enxergar que isso não é apenas sobre mim. Vamos juntos dizer isso agora: “Senhor, ajuda-me a ver que isso não e sobre mim.”

 

Cristianismo não é sobre mim. Bem, sobre o que é o Cristianismo? Três coisas. Primeiro:

 

I.  O Cristianismo tem a ver com Amor (1-4)

Paulo está escrevendo para uma igreja em que dois grupos de pessoas estão em desavença um com o outro. Elas tem diferentes pontos de vista sobre algumas questões. E o que Paulo diz para nós fazermos é não tentarmos fazer com que a outra adote nossa posição, mas amarmos a outra pessoa. Lembram disso que vimos semana passada? Paulo escreveu lá no capítulo 13, no versículo 8 que uma área em que nós nunca devemos ficar livres de dívida é na área do amor: “Não devais nada a ninguém, a não ser o amor.”

 

Nos capítulos 14 e 15 Paulo identifica esses dois grupos de pessoas como os “fortes” e os “fracos”. Ele os chama de forte e fraco em relação ao uso que eles fazem da fé. Isso não significa que um tenha mais fé do que outro. Ele não quer dizer isso. E mais, Paulo nem mesmo deseja enfatizar que um esteja certo e o outro esteja errado. Isso é muito importante. Algumas pessoas lêem e ensinam essa passagem como se Paulo estivesse defendendo uma posição em detrimento da outra. Isso é exatamente o contrário do que ele está tentando fazer.

 

O que Paulo faz é dizer que há dois grupos de Crentes na igreja em Roma. Um grupo é o “fraco”. Esse é aquele cuja fé não permite que ele coma determinadas comidas e que acredita que é necessário observar determinados dias ou então sua consciência o incomoda. Esse é o Crente Judeu que ainda está sob a influência da Torá. O outro grupo de Crentes na igreja em Roma é descrito mais tarde no capítulo 15 como o “forte”. Esse é o Crente cuja fé lhe permite comer qualquer coisa. Esse é o Crente que diz: “Você sabia que a Torá do Antigo Testamento não nos limita mais. Nós somos livres para comermos o que desejarmos e somos livres para observarmos ou não determinados dias.” E, em essência, Paulo diz: “não é uma questão de um estar mais certo do que o outro. Isso não tem a ver com você. Tem a ver com amar um ao outro, receber um ao outro, como irmãos e irmãs em Cristo, apesar da nossa diferença.”

 

1 Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas.

 

A palavra “recebei-o” aqui é uma palavra que quer dizer “aproximar-se de si”, ou “abraçar”. Paulo está escrevendo primeiro para o forte, o Gentio, o crente com a origem romana, pagã, e ele diz: “Ei, receba seu irmão Judeu, aquele que ele chama de “fraco na fé”. Receba-o. Ame-o!

 

2 Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.

Você percebe a diferença aqui? Uma pessoa acredita que pode comer qualquer coisa. Esse seria o Crente romano com a origem pagã. Ele nunca estudou a Torá. Ele sabe que é livre para comer qualquer tipo de comida que desejar. Nós temos a vantagem de lermos o Novo Testamento completo. Nós sabemos que ambos, Jesus e Paulo, declararam limpos todos os alimentos. Nós somos livres para comer qualquer comida que quisermos, e alguns de nós comemos!

 

Quando nós estávamos na Tailândia, algumas pessoas comiam coisas que eu não iria nem tocar a 3 metros de distância! Nós paramos em um mercado em Laos e nossa motorista desceu e comprou um saco de ovos com formigas. Ela estava com aquele saco e aquelas formigas vermelhas estavam andando dentro dele e tentavam escalar para sair e eu pensava: “Eca!” Alguém invariavelmente diz: “Ei, não rejeite até você provar!” Esqueça. Eu não vou provar, certo?! Eu simplesmente sei que não vou gostar de ovos com formigas!

 

Mas, todos os alimentos são puros. Paulo não está dizendo: “Diga isso para os Judeus! Diga para eles: Qual é o problema de vocês pessoal? Vocês não sabem que todos os alimentos são puros? Vamos lá, sejam espirituais como nós!” Vejam, não é uma questão de estar certo ou errado. É uma questão de amor. Paulo diz: “Recebam essa pessoa”, abracem-na, tragam-na para perto de vocês, amem-na. Ele nos chama para a convivência apesar das nossas diferentes preferências e crenças.

 

No capítulo 15, no primeiro versículo, e nós estamos a poucas semanas de lá, mas se você der uma olhada nele agora, ele diz para “suportarmos as fraquezas dos fracos.” A palavra “suportar” ali significa tentar se colocar no lugar do outro e amorosamente compreender as coisas a partir da perspectiva do outro. Não se trata de quem está certo e quem está errado, trata-se de honrar seu irmão e sua irmã e amorosamente aceita-los apesar de suas diferenças.

 

Portanto, não se trata de: “Bem, você não vê as coisas da minha maneira, então eu vou encontrar uma igreja que faça isso ou então vou começar a minha própria!” Não, trata-se de: Ei, nós podemos não concordar com relação às coisas não-essenciais e tudo bem. Nós não temos que concordar. De qualquer modo, nós não queremos ser uniformes. Nós queremos diversidade. Nós podemos aprender uns com os outros. Nós podemos amorosamente compreender a posição um do outro e nos moldarmos um ao outro em nossa fé.

 

3 O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu.

4 Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.

 

Estão vendo isso no versículo 3? Paulo está dizendo: “Não se trata de quem está certo e quem está errado. Ambos estão errados se desprezam ou julgam o outro” e ambos são culpados por fazerem isso. O Crente Romano, versículo 3, “desprezava” aquele que não comia todas as comidas e o Crente Judeu “julgava” aquele que comia. Paulo diz: “Deus recebeu a ambos!” Não tente “Bancar Deus” um com o outro. Deus vai “firmar os dois”, ou seja, Ele vai “vingar ambos”. Cristianismo tem a ver com amor e nó s precisamos um do outro.

 

Numa parte do livro de C.S. Lewis, Os Quatro Amores, Lewis está escrevendo sobre amizade e ele escreve sobre três camaradas que são muito amigos: Jack, Charles e Ronald. Eles se reúnem duas vezes por semana e conversam sobre tudo. Esses caras são realmente bons amigos e gostam da companhia um do outro. Quando Charles morre, Jack e Ronald continuam juntos, mas um dia Jack se dá conta de que enquanto ele está conversando com Ronald há uma parte de Ronald que somente Charles é capaz de trazer à tona. Jack não consegue trazer à tona essa parte de Ronald como Charles fazia. Havia uma parte de Ronald que nunca mais viria à tona. E Jack de repente se dá conta de que ele só poderia conhecer Ronald enquanto um grupo. De fato, nós só podemos conhecer outra pessoa enquanto um grupo. É necessária uma variedade de pessoas para conhecer um indivíduo. Uma pessoa não pode conhecer outra pessoa como um grupo pode conhece-la.

 

Se isso é verdade com relação ao nosso relacionamento uns com os outros, quão mais verdadeiro é com relação ao nosso relacionamento com Deus? Uma pessoa não pode conhecer a Deus como um grupo de pessoas pode conhecer a Deus. Eu aprendo com você. Você aprende comigo. Nós não adoramos individualmente, nem ganhamos respeito quando estamos apenas nós, vindo apenas para uma reunião ou um culto e então voltando para nossas vidas individuais novamente. Nós vimos com o propósito de adorarmos juntos, nos conhecermos uns aos outros, aprendendo mais e mais sobre essa comunidade de fé, vivendo e amando juntos.

 

Domingo passado à noite, quando convidamos a família da igreja para ir à nossa casa, não foi apenas uma tentativa de acabar com a comida lá em casa, embora seja bom não ser mais tentado com as coisas que a minha sogra cozinhou enquanto estávamos na Tailândia! As massas gregas acabaram, não tem mais Baklava, Biscotti ou Kaloudia. Foi um momento tocante para conhecermos uns aos outros um pouco melhor, acolhermos uns aos outros, aprendermos o que Deus está fazendo na vida uns dos outros.

 

Cristianismo tem a ver com amor. Segundo:

 

II. Cristianismo tem a ver com Liberdade (5-6)

 

5 Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.

 

Paulo está dizendo que como Crentes nós temos liberdade, liberdade em Cristo. Ele desenvolveu essa doutrina lá no capítulo 6. Romanos 6:14: “pois não estais debaixo da lei, mas da graça.” Cristianismo tem a ver com liberdade. Nós não temos que obedecer à Lei como escravos na esperança de agradarmos a Deus. Mas, ao mesmo tempo, algumas pessoas podem escolher continuar defendendo certos elementos da Lei do Antigo Testamento, e se elas fizerem isso, elas são livres para fazerem. Nós não devemos julga-las por fazerem isso, nem criticá-las por fazerem.

 

Então ele diz no versículo 5 que uma pessoa faz diferença entre um dia e outro enquanto a outra os considera de igual maneira. Ei, deixe que cada um esteja completamente convencido em sua própria mente. Paulo está escrevendo sobre certos dias definidos na Lei do Antigo Testamento, dias a serem observados ou celebrados, dias de festas, e provavelmente incluindo o dia Sabático também.

O dia Sabático é tecnicamente qual dia? Sábado. Nós cultuamos no Domingo porque Cristo ressuscitou da morte no primeiro dia das semana, no Domingo. Por isso, nós cultuamos no Domingo. Paulo diz que realmente não importa se nós cultuamos no Sábado ou no Domingo. Mas se nos encontrarmos com um Adventista de Sétimo Dia que insiste que o culto deve ser realizado no sábado, nós dizemos: “Certo. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente.” Eu vou falar mais disso esta noite em nosso estudo “Aprofundado” deste texto.

 

6 Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Paulo está dizendo: “Nós somos livres de uma maneira ou de outra.” Nós podemos guardar um determinado dia ou determinada comida ou nós podemos não observar um determinado dia ou não comermos uma determinada comida porque, em qualquer dos casos, nós “damos graças a Deus”. De certa forma, então, ambas as posições estão corretas porque os corações de ambas as pessoas estão certos. Ambos são capazes de adorar a Deus, louvar a Deus, e “dar graças a Deus”. Por isso, nós não devemos julgar uns aos outros ou torcermos o nariz para o outro porque a outra pessoa tem uma posição diferente em determinada questão.

 

Leslie Flynn escreveu um livro chamado Grandes Lutas da Igreja. Esse não é um ótimo título?! Ouçam o que ele escreve:

 

Amplos desentendimentos existem hoje em nossas igrejas acerca de determinadas práticas. Um crente do Sul pode ser repelido por uma festa à beira da piscina para homens e mulheres, e então ofender seu irmão do Norte ao acender um cigarro. Num congresso internacional para missionários, uma mulher do Oriente pode não usar sandálias com uma consciência tranqüila. Um crente do oeste do Canadá acha mundano para um crente usar aliança, e uma mulher da Europa acha quase imoral para uma esposa não usar um anel que identifique sua condição. Um homem da Dinamarca foi penalizado só por assistir estudantes Britânicos de escola Bíblica jogarem futebol, enquanto estudantes Britânicos de uma escola Bíblica fumavam cachimbo. (como citado por Kent Hughes, comentários em Romanos)

 

É claro, reuniões para comer não são mais um problema hoje. Em seu comentário em Romanos (pags 261-262), Kent Hughes escreve sobre pelo menos 11 áreas em que ele acha que esse texto pode ser aplicável. Nenhum desses itens relacionados é  explícita e especificamente tratado como tabu nas Escrituras, embora a Escritura apresente algumas orientações referentes a elas. Ouçam essas questões:

 

. Cinema. Alguns crentes acham que nunca devem frequentar um cinema comercial. Outros acham que podem, mas que devem ser seletivos, assim como eles são com a literatura que eles lêem.

. Cosméticos. Esse não é um problema como costumava ser, mas é controvertido em algumas partes do mundo (Adrian Rogers uma vez foi indagado se era um pecado para as mulheres usarem maquiagem. Ele disse que ele tinha visto mulheres com relação as quais seriam um pecado se elas não usassem maquiagem! Adrian Rogers disse isso – não foi o pastor de vocês!)

 

. Álcool O uso do álcool é o maior problema entre os crentes americanos hoje. Ironicamente, enquanto há evidência médica crescente de seus efeitos físicos e sociais danosos, mais crentes estão exercitando sua liberdade de usarem. Aumentando a tensão.

 

. Tabaco. Tradicionalmente, a Linha Mason e Dixon têm se dividido com relação ao uso ou não uso de tabaco entre os muitos crentes evangélicos.

 

Mas de qualquer forma, semana que vem, eu pretendo falar mais detalhadamente sobre como essas passagens se aplicam à ingestão do álcool hoje. Eu creio que a posição mais sábia para o Crente que vive na América hoje é a posição de abstinência total. Eu acredito nisso por uma série de motivos e eu creio que Romanos 14, particularmente o texto da semana que vem, dá suporte para essa posição, não, contudo, da mesma maneira que os Judeus criam nesse texto. Em outras palavras, eu não creio na abstenção do álcool por que a Torá o proíbe, portanto essa não é uma questão de ser o irmão “mais fraco” ou “mais forte”. Eu creio, entretanto, que um princípio mais amplo se destaca neste capítulo que nos ensina que não devemos fazer nada que cause dano espiritual ou físico para alguém. Eu vou falar mais disso na semana que vem.

 

. Baralho. Por causa da sua associação com aposta, os Crentes estão divididos com relação ao uso tradicional de cartas. A controvérsia pode incluir também jogos similares.

. Dança. Para alguns crentes esta é uma prova contundente e definitiva, especialmente entre jovens.

. Moda. O Modismo é visto por alguns Crentes como algo mundano. Julgamentos são feitos tanto com relação ao vestuário como com relação ao corte de cabelo.

. Tradução da Bíblia utilizada. Em alguns círculos cristãos a sua tradução da Bíblia pode ser um ingresso rápido para aceitação ou rejeição.

. Esportes. (Alguns) Crentes consideram os esportes competitivos como pecaminosos e egocêntricos.

. Música . Hoje uma controvérsia acalorada existe com relação á música cristã apropriada.

. Riqueza materia . Essa tensão é manifestada de duas maneiras: Corrija-me se eu estiver errado: “George, mas você, hah, não gastou muito dinheiro num carro?” “Não”. “Não? Você não acha que o dinheiro seria melhor utilizado , por exemplo, num fundo para lepra?”

 

Hughes conclui: “De acordo com Romanos 14, aonde quer que você se encontre nessas questões, você deve aceitar seu irmão e irmã crente que é diferente.” Essas são, no geral, questões não essenciais. Há algumas questões que são essenciais e nós precisamos estar unidos com relação a elas, questões acerca de como somos salvos e quem é Deus, e assim por diante. Pode haver momentos em que a unidade precise ser sacrificada em favor da verdade. Eu vou falar mais esta noite acerca das diferenças entre o que é essencial e o que não é essencial na nossa fé.

 

Mas essas 11 coisas não essenciais não significam que nós podemos simplesmente fazer como desejarmos: “Cristianismo quer dizer Liberdade!” e assim vamos nos auto-satisfazendo. Não, há outras orientações bíblicas que precisamos considerar juntamente com essas questões. Precisamos considerar nossa cultura particular, o contexto e origem. Nós precisamos considerar como nossa influência e testemunho Cristãos afetam os outros, particularmente se somos lideres na igreja e na comunidade. Mas principalmente, eu preciso reconhecer que as pessoas têm diferentes pontos de vista em diferentes assuntos e preciso amá-las no Senhor. Vejam, se eu amo alguém, eu não vou fazer nada que lhe cause um dano espiritual de espécie alguma.

 

Alguns de vocês vão ficar chocados quando eu compartilhar isso com vocês, quando eu era um rude oficial de condicional do Estado da Geórgia, eu descobri que muitos oficiais tinham o hábito de mascar fumo. Eu não mascava fumo, mas aqueles caras mascavam e, não demorou muito, eu também experimentei. Bem, simplesmente parecia a coisa adequada a fazer! Nós saímos para vistoriar os que estavam sob condicional ou saíamos para realizar prisões e eu mascava fumo junto com meus parceiros no crime.Eu tinha um pequeno saco de fumo no porta-luvas da minha caminhonete. Eu não era viciado naquilo, embora seja possível se viciar naquela coisa, mas simplesmente parecia algo que não tinha mal algum. A propósito, é nojento. É algo muito rude! Mas, de qualquer forma, parecia não ter mal algum e todo o pessoal fazia, sabem como é. Bem, ao mesmo tempo, eu era membro de uma igreja onde Deus estava me fazendo crescer muito, e também Michele, rapidamente. Nós estávamos começando a compreender Deus de uma maneira muito mais real e significativa. Era fantástico. Eventualmente, eu fui ordenado diácono lá e chamado para o ministério. Mas isso foi cedo e um dia me pediram para ensinar numa sala de escola dominical. Bem, eu fiquei honrado em ensinar e comecei a ensinar a primeira turma. E, um dia, eu peguei aquele pequeno saco de fumo e pensei: “Você é um professor de Escola Dominical. Você é um líder. Outros podem ver você fazer isso e questionarem sua fé em Cristo. Eles podem ser afastados de Jesus.” E eu tomei a decisão de me livrar daquela coisa para que ninguém me visse fazer algo que pudesse fazer com que elas se afastassem de Cristo.

 

Alguns meses depois disso, incidentalmente, eu estava contando essa história para um amigo na igreja, um outro jovem que também iria ser ordenado diácono na igreja. Nós estávamos simplesmente conversando e a coisa surgiu e eu contei a ele que tinha parado de mascar fumo. Eu não fiquei pensando muito naquilo, mas mais tarde eu fiquei sabendo que Deus usou o meu depoimento para leva-lo à mesma convicção.

 

Mas vejam que não foi uma coisa julgadora. Não foi algo do tipo: “eu estou certo e você está errado.” Você sabe, eu posso ser livre para fazer isso, mas essa não é a questão. Eu não quero afastar ninguém de Jesus por causa do que possam me ver fazer. Eu já tenho muito que me preocupar com meu comportamento, e eu não vou acrescentar mais isso.”

 

Assim, finalmente, vejam, Cristianismo tem a ver com Senhorio. Significa reconhecer que nós não vivemos para nós mesmos, mas vivemos para o Senhor, o
Senhor que espera que amemos e honremos uns aos outros. Portanto, Cristianismo tem a ver com amor, com liberdade e, número três:

 

III.  Cristianismo tem a ver com  Senhorio (7-12)

 

7 Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si.

8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor.

 

Estão vendo? Nós vivemos nossas vidas não para nós mesmos. Nós vivemos diante de um Senhor que tudo vê, Jesus Cristo, que espera que honremos uns aos outros.

 

9 Porque foi para isto que morreu Cristo, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos..

10 Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de Cristo..

11 Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Deus..

12 De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo (não dos outros) a Deus.

 

Há um sentimento de responsabilidade aqui. No versículo 11 Paulo cita o Livro de Isaías do Antigo Testamento a fim de enfatizar o julgamento, o fato de que um dia todos nós estaremos diante de Deus para prestarmos conta das nossas ações. Paulo traz isso à tona no contexto do nosso amor uns pelos outros apesar de nossas diferenças. Deus um dia irá nos chamar para prestarmos conta se amamos e honramos uns aos outros como deveríamos. Então vamos nos lembrar disso e ter cuidado para nunca, versículo 10, “julgarmos” nosso irmão de uma maneira julgadora acerca de questões não essenciais, ou seja, de uma maneira crítica que os desonre, ou versículo 10, mostrar “desprezo” pelo nosso irmão, torcendo o nariz para nosso irmão.

 

Como um comentarista escreve:

 

Não deve um homem colocar a mão na boca antes de criticar seu irmão?  Quando fazemos julgamentos desinformados, não amorosos, não generosos, certamente nos esquecemos de que se falamos mal deles, nós ao mesmo tempo falamos mal do Senhor cujo nome eles levam consigo.

. Fiquem de pé para oração.