Agradando os Outros para a Glória de Deus

Agradando os Outros para a Glória de Deus

“Agradando os Outros para a Glória de Deus”

(Romanos 15:1-13)

Série: Sem Culpa!

Rev. Todd A. Linn, PhD

Primeira Igreja Batista de Henderson, KY

(06-12-09) (Manhã)

. Peguem a Palavra de Deus e abram em Romanos, capítulo 15.

 

Semana passada nós estávamos com pouco tempo e eu tive que fazer uma exposição bem breve dos últimos versículos do capítulo. Isso foi providência de Deus, porque retomarmos o capítulo 14 nos faz lembrar que esses dois capítulos estão juntos. O assunto da liberdade Cristã vai do capítulo 14, versículo um ao capítulo 15 versículo 13.

 

O Apóstolo Paulo vem tratando do tema da liberdade Cristã nas igrejas em Roma. Essas igrejas consistiam grandemente de dois grupos de Crentes. Um grupo de Crentes eram Judeus étnicos. Eles tinham enxergado que Jesus Cristo era realmente o Messias prometido e O receberam como Senhor. Esses Judeus, claro, foram criados debaixo da observância estrita ao Torá, particularmente às leis judaicas dos 5 primeiros livros do Antigo Testamento, leis que incluíam a proibição de comer determinadas comidas, comidas consideradas não-Kosher. O outro grupo de Crentes nas igrejas primitivas de Roma eram não Judeus. Eles eram Gentios que vinham de uma origem pagã. Eles não foram criados de acordo com o Torá e por isso as proibições alimentares não significavam nada para eles.

 

O Apóstolo Paulo identifica esses dois grupos como o “fraco” na fé e o “forte” na fé. Esses títulos não significam que um grupo tenha mais ou menos fé do que o outro, e ele também não está querendo enfatizar que um grupo esteja “certo” e o outro “errado”. Ele identifica esses dois grupos de crentes com relação à fé e à consciência deles. O Crente fraco é o Judeu, aquele cuja consciência não lhe permite comer comidas dos mercados em Roma. O crente forte é o Gentio, o crente romano cuja consciência não o incomoda de forma alguma.

 

A Bíblia ensina que, com a vinda do Senhor Jesus Cristo, todas as comidas antes consideradas impuras no Antigo Testamento são agora consideradas puras. Os Crentes são livres para comer qualquer coisa que desejarem. O próprio Paulo se identifica então com os Crentes “fortes”, os Gentios, cuja consciência lhes permite comerem qualquer coisa. Ao mesmo tempo, contudo, ele reconhece que os Judeus, aqueles que ele chama de “fracos” na fé, acreditam firmemente que não devem comer determinadas comidas e então ele fala para esses dois grupos de Crentes se entenderem. Eles não deviam ficar olhando de nariz empinado um para o outro. Como Paulo coloca no capítulo 14, versículo 17:

 

17 Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.

 

De certa forma, esse versículo abarca a própria essência do que vai reunir esses dois grupos de Crentes. Eles não deveriam estar se dividindo porque um grupo está certo e o outro está errado. Essas questões de comida e bebida são não-essenciais à fé Cristã. Seria uma coisa se eles estivessem falando da divindade de Cristo, ou da verdade da ressurreição, ou algo essencial à fé Cristã e à vida, mas eles estão discutindo e brigando por causa de comida e bebida. Paulo lembra a eles que Cristianismo não é isso. Cristianismo não tem a ver com obedecer a determinadas leis. Cristianismo tem a ver com justiça, paz e alegria no Espírito Santo. “Corrijam o foco de vocês”, Paulo deve ter dito.

 

Nos versículos restantes do capítulo 14, Paulo ensina que cada Crente deve agir de acordo com sua fé e consciência. Se você se sente desconfortável com relação a algo não essencial à fé Cristã – e nós identificamos algumas dessas atividades não essenciais nas semanas passadas; assistir a determinados filmes, vestir-se de determinada maneira, fumar charuto etc – então evite-as, mas não condene outros se eles pensam de forma diferente. Cada pessoa deve agir de acordo com a cultura e contexto presentes antes de exercer sua liberdade nessas questões não essenciais.

 

O que importa: viva de acordo com esse importante princípio que Paulo destaca no versículo 21:

 

21 Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.

 

Esse é o ponto principal, não é? Evite fazer qualquer coisa que possa afastar de Cristo as pessoas, ao invés de aproximá-las de Cristo. Agora, nós estamos prontos para ir para o capítulo 15.

. Fiquem em pé em honra à leitura da Palavra de Deus.

 

1 Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos.

2 Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação.

3 Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.

. Orar.

 

Introdução:

 

Quando eu estudei esse texto esta semana, particularmente os versículos que acabamos de ler, eu fiquei impressionado com o quanto eles se caracterizam pela contracultura. Paulo diz nesses versículos iniciais que nós não devemos agradar a nós mesmos. Vocês viram isso no versículo 1? Não devemos agradar a nós mesmos. Versículo 2: Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo no que é bom para edificação. Versículo 3 Porque também Cristo não agradou (a quem?)  a si mesmo.

 

Isso é tão contrário à cultura dos nossos dias! Nós achamos muito mais fácil agradar a nós mesmos. Nos identificamos muito mais rapidamente com o refrão autobiográfico de Rick Nelson, “A Festa no Jardim”.

 

Mas agora está tudo bem

Eu aprendi bem minha lição

Veja, você não consegue agradar a todos

Agrade a si mesmo então.

 

Isso não é o que Paulo está ensinando aqui em Romanos 15! É exatamente o contrário. E não é que Paulo está dizendo para sermos fracotes, covardes, molengas, que simplesmente deixam todo mundo tomar nossa vez. Não é isso. Paulo está simplesmente dizendo: “Olha, sejam amáveis. Sejam compreensivos. Sua igreja é feita de todo tipo de pessoas com todo tipo de origem. Amem uns aos outros. Não insista em ter a razão. Amorosamente fiquem unidos nas coisas essenciais e mostrem um pouco de graça, misericórdia e compaixão para com o outro nas coisas não essenciais. Assim, Paulo aqui ensina sobre agradar os outros para a glória de Deus.

 

Como uma moeda de duas faces, o texto desta manhã se divide direitinho em duas partes, partes que se tornam para nós um chamado para mostrarmos a misericórdia de Deus para com nosso próximo e para as nações. Então, se você está tomando nota, primeiro:

 

I.  Mostre a Misericórdia de Deus para seu Próximo (1-7)

 

Paulo ensina no versículo 1 que esses dois grupos, o forte e o fraco, precisam se dar bem um com o outro. Na verdade, ele chama os fortes – aqueles que sabem que a Bíblia lhes permite comer de tudo – ele os chama para “suportar” os fracos e assim não agradar a si mesmos. A palavra “suportar’ ali não significa “tolerar”. Tem mais o significado de “realmente tentar compreender a posição deles. Amá-los. Se colocar na posição deles. Compreender seus corações. Não se trata de você. Não se trata de – versículo 1 – Agradar a nós mesmos”. Tem a ver com – versículo 2 – agradar seu próximo para o bem dele, levando à edificação, edificando seu próximo e não o desmotivando. Mostre a misericórdia de Deus para com seu próximo!

 

Esse ensinamento remete ao capítulo 13. Paulo estava sistematizando essa discussão a respeito do fundamento do amor. Lembram disso lá do capítulo 13? Capítulo 13:8-10:

 

8 A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.

9 Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

10 O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor.

 

Paulo diz que se amarmos nosso próximo nós cumpriremos toda a Lei do Antigo Testamento. Quem é o nosso próximo? Qualquer um para quem Deus chamar nossa atenção. Então Paulo pega esse ensinamento agora e o aplica a esses dois grupos na igreja. Seu próximo está sentado ao seu lado. Seu próximo está no banco atrás de você e no banco à sua frente. Então cada um de nós agrademos ao nosso próximo para o bem dele.

 

Eu li a respeito de duas igrejas localizadas a poucas quadras uma da outra que decidiram combinar e se tornar uma grande igreja. Foi uma grande idéia, mas o problema foi que as duas igrejas não concordavam a respeito de como recitar o “Pai Nosso”. Uma igreja dizia que eles deveriam dizer: “Perdoai as nossas ofensas” e a outra igreja dizia que eles deveriam dizer: “Perdoai as nossas dívidas”. As duas igrejas simplesmente não conseguiam concordar e então o jornal local noticiou: “Uma igreja voltou para suas ofensas e a outra igreja voltou para suas dívidas!” (Kent Hughes)

 

Nós não vivemos para agradar a nós mesmos, mas vivemos como Paulo diz em Filipenses 2:3-4: “mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” Essa é a mente de Cristo! Na verdade, é exatamente nesse sentido que Paulo vai a seguir neste capítulo. Versículo 3:

 

3 Porque também Cristo não agradou a si mesmo, mas, como está escrito: Sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriavam.

 

Paulo cita o Salmo 69, um salmo messiânico, ou seja, um salmo que prevê a respeito do Messias, o Senhor Jesus Cristo. Até mesmo Cristo não agradou a Si mesmo, mas como está escrito “sobre mim caíram as injúrias dos que te injuriaram.” Jesus foi desprezado e injuriado. Mas Jesus não retribui essas injúrias. Ele não xingou ninguém, nem revidou. Por quê? Por que Ele não agradou a Si mesmo. Da primeira vez Ele não veio a esta terra para Seu conforto. Ele veio pelos outros. Ele viveu para os outros. Ele morreu pelos outros. Paulo diz: “Eu estou jogando a “Carta de Cristo”, certo?! Eu quero que vocês se lembrem de como Cristo viveu e vivam da mesma maneira, vivendo para os outros.

 

Alguém escreveu:

 

Eu vivo para mim, para mim mesmo,

Para mim mesmo e ninguém mais,

Como se Jesus nunca tivesse vivido,

E como se Ele nunca tivesse morrido.

 

Assim, Paulo traz Jesus para a equação. È como se ele estivesse dizendo: Se você se diz um Cristão – um seguidor de Cristo – então você vai querer viver como Ele viveu, certo?” Bem, Ele viveu para os outros. Mesmo quando as pessoas estavam lançando insultos contra Ele, Ele continuou colocando os outros antes de Si mesmo, assim como ensinado no Salmo 69.

 

4 Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.

 

Paulo está dizendo: “Lembrem das suas Escrituras! Elas foram escritas para seu aprendizado.” Neste caso, é claro, ele está se referindo ao Antigo Testamento. Leiam o Antigo Testamento. Ele foi escrito para que “pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança.” Leia a Bíblia!

 

5 Ora, o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus.

6 Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

 

Os versículos 5 e 6 são como que a ‘oração petitória” de Paulo. É como se ele fechasse seus olhos por um instante e falasse do que vai no seu coração e nós estamos ouvindo. Ele diz: “Que Deus conceda que vocês “concordem…com a mesma mente e boca glorificando a Deus.”

 

Ele não está falando de todos os crentes agirem em completa uniformidade, como se fossemos todos robôs mecânicos, todos igualmente falando a mesma coisa, sendo parecidos e agindo da mesma maneira. Não. Ele está falando sobre termos unidade na igreja. É isso que ele está falando nos versículos 5 e 6. Igreja, seja unida. Amem um ao outro de tal maneira a mostrar misericórdia um para com o outro. Não insista em ter a razão. Mostre deferência um para como o outro. Coloque a outra pessoa em primeiro lugar. Então novamente, Paulo joga a “carta de Cristo”. Lá vem ela, versículo 7:

 

7 Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu para glória de Deus.

 

Recebam um ao outro, aceitem uns aos outros, recebam uns aos outros em seus lares e em seus corações, como? Assim como Cristo também nos recebeu, para a glória de Deus.

 

Como Cristo te recebeu? Cristo veio até você e disse: “Olha, você precisa agir direito, camarada! Se você espera que eu te aceite, então é preciso que você conserte algumas coisas. Você tem muita coisa para arrumar, muito conserto a fazer, antes mesmo que eu olhe para você!”  Foi assim que Jesus te recebeu?

 

Não, Jesus vem a nós na profundeza de nossos pecados, adentrando na profunda e escura sepultura da nossa condição caída, lá no fundo onde nós estamos mortos em nossas ofensas e pecados e Ele amorosamente nos eleva da sepultura e nos retira das vestimentas da sepultura malcheirosa da nossa injustiça. Ele coloca vestimenta nova – a justiça de Cristo – Ele nos veste com Sua justiça e amorosamente nos recebe como Sua noiva e Ele adentra numa relação de amor que dura para sempre.

 

Paulo diz: “Ame seu amigo de igreja desta forma.” Quem neste corpo da igreja te ofendeu recentemente? Não responda em voz alta! Ame seu amigo de igreja dessa maneira. Recebam um ao outro, assim como Cristo também te recebeu, para a glória de Deus. Mostre a misericórdia de Deus para seu próximo. E o outro lado da moeda:

 

II.  Mostre a Misericórdia de Deus para as Nações (8-13)

 

Cristianismo se refere não apenas aos que estão dentro desse prédio que se parecem conosco e agem como nós. O Cristianismo tem a ver com Deus redimindo para Si um povo “de toda tribo e língua e nação (Apocalipse 5:9).” O alcance da misericórdia de Deus é enorme. “Ele tem o mundo todo em Suas mãos.”

 

Paulo insere Jesus Cristo na equação e então lembra às igrejas em Roma que Cristo veio para redimir pessoas de todas as nações. Ele não veio apenas para que aquela raça de pessoas fosse salva e tivesse sua própria igrejinha cheia de pessoas que se parecem e pensam da mesma maneira e agem de forma parecida. Cristo veio para salvar pessoas de toda tribo, língua e nação. Cristo veio para que a igreja fosse cheia de pessoas de várias raças, etnias e origens. A igreja é para ser composta tanto de Judeus como de Gentios

 

8 Digo, pois, que Jesus Cristo foi ministro da circuncisão (essa é a maneira de Paulo se referir aos Judeus, “a circuncisão”, os Judeus), por causa da verdade de Deus, para que confirmasse as promessas feitas aos pais;

9 E para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia, como está escrito: Portanto eu te louvarei entre os gentios, E cantarei ao teu nome.

 

Paulo está citando o Antigo Testamento pra ilustrar que Jesus Cristo veio em cumprimento das profecias do Antigo Testamento e que Ele veio especificamente para cumprir a promessa de que Deus está redimindo e salvando pessoas de todas as raças a fim de trazer glória para Ele mesmo.

 

Paulo começou o livro de Romanos dessa maneira. Lembram lá de Romanos 1:16, o versículo chave do Livro de Romanos? Paulo diz em Romanos 1:16: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.”

 

Paulo lembra as igrejas em Roma que essas igrejas devem estar comprometidas com todas as pessoas. Cristo veio como Judeu para cumprir a promessa de um Messias Judeu, cuja misericórdia se estenderia a todas as nações, a todas as etnias. A palavra “Grego” aqui é a palavra “etnos”, a partir da qual nós formamos “etnia”. O Evangelho é para todas as etnias. A igreja deve compreender todas as raças, todos os grupos de pessoas, todas as nações. Portanto, nós crentes devemos ter amor por todas as raças, etnias, grupos de pessoas e nações. Nós devemos ter um coração voltado para missões internacionais, alcançando os continentes para a glória de Deus.

 

Eu tenho descoberto o quanto é extremamente difícil passar aos outros o meu sentimento do poder de Deus como foi recentemente testemunhado em nossa viagem missionária ao Sudeste da Ásia. Ao conversar com algumas pessoas – eu não estou me referindo a ninguém em particular – mas falar com algumas pessoas sobre a viagem, pode ser muito desanimador. Afinal, você está falando com Crentes e você apenas espera que porque eles são Crentes eles vão estar interessados em ouvir o que Deus está fazendo ao redor do mundo, mas há simplesmente um sentimento de apatia missionária.

 

Eu encontrei muitos Crentes mais interessados em falar sobre a maratona que eu corri duas semanas antes da nossa viagem para Ásia. Eu gostei de ter corrido a maratona, mas a maratona é tão pequena, tão extremamente pequena e insignificante, em comparação a estar na presença de irmãos e irmãs – verdadeiros heróis da fé – Crentes que pela sua fé em Cristo têm sofrido a perda de emprego, dinheiro, estudo, segurança e liberdade. Tantos foram aprisionados com algemas por dias, simplesmente por se recusarem a negar sua fé em Cristo. Nós estávamos lá! Nós os amamos. Nós oramos com eles. Nós os encorajamos. Nós ouvimos em silêncio estarrecedor enquanto uma mulher contava como seu esposo tinha sido morto simplesmente por ser um Crente. Nós ouvimos o seu choro, seu soluço enquanto ela contava a história como se tivesse acabado de acontecer. E todos aqueles Crentes disseram para nós: “Obrigado por virem aqui. Obrigado por estarem conosco. É tão bom sabermos que não estamos sozinhos.”

 

E nós voltamos à nossa liberdade aqui onde as pessoas estão mais preocupadas em conquistar mais um nível no vídeo game, ou colocar um comentário no Facebook, ou se seu time vai vencer o grande jogo, e você simplesmente sente que tem algo muito errado, mas não de um jeito orgulhoso, se achando superior. O que eu quero dizer é que eu sei que houve um tempo na minha vida em que missões pareciam ser simplesmente algo que outras pessoas faziam. Foi então que 11 anos atrás na sala do seminário, Deus começou a me convencer da minha falta de misericórdia pra com as nações. Eu tenho tanta consciência disso que eu agradeço a Deus pela oportunidade de liderar uma congregação a continuar demonstrando a misericórdia de Deus às nações.

 

Mas vejam, isso é tão freqüente no texto, não é? Uma vez que Deus te dá um coração voltado para as nações você não pode mais ler sua Bíblia sem enxergar isso por toda parte. Retomando no versículo 10:

 

10 E outra vez diz: Alegrai-vos, gentios, com o seu povo.

11 E outra vez: Louvai ao Senhor, todos os gentios, E celebrai-o todos os povos.

12 Outra vez diz Isaías: Uma raiz em Jessé haverá, E naquele que se levantar para reger os gentios, Os gentios esperarão.

 

Todas essas Escrituras do Antigo Testamento falam do plano amoroso de Deus abrangendo todo o mundo para salvar pessoas de toda tribo, língua e nação. O último versículo, versículo 12, traz uma previsão específica da vinda de Cristo em Isaías 11. Cristo é descrito como “uma raiz de Jessé”. Cristo é Aquele que veio do pai de Davi em Belém. Esse é o Cristo, o Messias, “Aquele que se levantará para reger os gentios, e Nele os Gentios esperarão.” Esse é Jesus, Salvador tanto de Judeus como de não-Judeus, Judeus e todas as nações, pessoas de todo o globo, pessoas de Bangladesh e Brasil, pessoas da Mongólia e Malásia, pessoas da Libéria e Líbia.

 

Essas são todas as pessoas por quem Cristo morreu. Essas são pessoas que Deus criou à Sua imagem. Elas são seus colegas “portadores da imagem” de Deus. Então, mostre misericórdia para com seu próximo e mostre a misericórdia de Deus para as nações. E Paulo termina essa parte com outra oração petitória. Ele fecha seus olhos e diz no versículo 13:

 

13 Ora o Deus de esperança vos encha de todo o gozo e paz em crença, para que abundeis em esperança pela virtude do Espírito Santo.

 

Duas vezes nós lemos a palavra “esperança” aqui. A esperança do Novo Testamento é a certeza das bênçãos de Deus em Cristo se concretizando e completando. O que quer que Deus diga em Sua palavra, você pode acreditar. Essa é a idéia de “esperança” bíblica. É a certeza que nós temos de que Deus fará o que Ele disse. Então nós ansiamos com a certeza de que as promessas que Deus fez realmente irão acontecer.

 

Paulo diz: “Ora o Deus de esperança vos – a todos vocês! – encha de todo o gozo e paz em crença. Para quê? Para que “abundeis em esperança”. Ou seja, para que seu coração seja cheio dessa certeza de que tudo que Deus diz Ele fará, especialmente unir Judeus e Gentios, pessoas de todas as nações, reunindo-os para Sua glória.

 

Em tempo, o que devemos fazer? Demonstrar a misericórdia de Deus para nosso próximo e demonstrar a misericórdia de Deus para as nações.

 

. Fiquem de pé para oração.