Cristianismo: Não se trata de Regulamentos

Cristianismo: Não se trata de Regulamentos

“Cristianismo: Não se trata de Regulamentos!”

(Colossenses 2:16-23)

Série: O Cristo que Satisfaz Plenamente (Colossenses)

Rev. Todd A. Linn, PhD

Primeira Igreja Batista de Henderson, Henderson

• Peguem suas Bíblias e juntem-se a mim nesta manhã em Colossenses, capítulo 2 (Pg 793; YV).

Estamos pregando através dessa pequena carta e chegamos ao final da primeira metade da carta, ao final do material mais doutrinário, capítulos 1 e 2. Então Paulo vai se voltar para assuntos mais práticos na segunda metade, capítulos 3 e 4. Doutrina sempre precedeu o dever. Paulo primeiro fornece a teologia e então a aplicação prática dessa teologia.

Assim, o principal ponto de Paulo até agora é que o Cristão encontre absoluta e completa suficiência em Jesus Cristo. A obra de Jesus Cristo na cruz é a base para a salvação do Cristão, aceitação e alegria.

Ter Jesus Cristo é ter tudo. O apóstolo Paulo enfatiza que a superioridade de Jesus Cristo é tanto um fato, quanto a chave para experimentar vida verdadeira. Paz que dura para sempre, alegria, propósito e significado são encontrados exclusivamente nEle. Ele diz que Cristãos são “completos nEle (Colossenses 2:10).”

Ele enfatiza essa realização porque existiam falsos mestres que estavam na igreja de Colossos e clamavam que esses Cristãos não estavam completos; que eles estavam incompletos e que realmente precisavam de algo mais para experimentar as coisas mais profundas de Deus. Os falsos mestres estavam dizendo, em essência, “Se vocês realmente querem ter uma sensação maior de espiritualidade então prestem atenção em nós. Vocês têm a Cristo, mas não é o suficiente. Se vocês realmente querem ser “cheios” então adotem nosso ensino.”

E o ensino deles era uma mistura do legalismo do Velho Testamento e ensinos Gregos pagãos que diziam “encher” a todos eles com tudo que precisavam para experimentar as coisas profundas de Deus.

A resposta de Paulo é encontrada nos versos chaves do Livro, Colossenses 2:9-10:

9 Pois em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade,

10 e, por estarem nEle, que é o Cabeça de todo poder e autoridade, vocês receberam a plenitude.

Se você está em Cristo, você é completo. Você é pleno. NEle habita toda plenitude e você é “pleno” nEle, cheio nEle. Você é completo nEle; tendo completo perdão de Deus e completa aceitação por Deus.

Mais recentemente, Paulo havia dito que Jesus Cristo havia levado todas as exigências que estavam contra nós e pregou em Sua cruz. Ele pegou aquilo que nos condenava – isto é, a Lei do Velho Testamento e todos os requisitos justos e Ele os cancelou vivendo plenamente esses requisitos contra nós e morrendo em nosso lugar, levando sobre Si próprio a penalidade por quebrarmos esses requisitos. Ao fazer isso, Cristo desarmou completamente todos os poderes das trevas aos quais os Cristãos já foram escravizados um dia. Então paramos nesse ensinamento sobre a liberdade do Cristão através da obra de Cristo, tanto na vida quanto na morte.

E agora Paulo expande essa liberdade que o Cristão desfruta nos versos 16 e seguintes. Ele escreve sobre a liberdade do Cristão quanto a certos alimentos e festivais e como o Cristão não deve ser escravizado à observações legalistas de regras e regulamentos, ou novos ensinos estranhos, todas essas coisas levando o Cristão a se desconectar de Cristo que é o Cabeça do corpo de Cristo.

• Deixe-me convidá-los a ficar de pé em honra à leitura da Palavra de Deus enquanto leio os primeiros quatro versos do texto.

16 Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado.

17 Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo.

18 Não permitam que ninguém que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração de anjos os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa conta detalhadamente suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa.

19 Trata-se de alguém que não está unido à Cabeça, a partir da qual todo o corpo, sustentado e unido por seus ligamentos e juntas, efetua o crescimento dado por Deus.

• Oração.

Introdução:

O título do sermão desta manhã é, “Cristianismo: Não se trata de Regulamentos!” Cristianismo é sobre liberdade em e através de Cristo. Quando Paulo diz que Cristãos são “completos nEle,” ele está enfatizando um fato que faz do Cristianismo único quando comparado a outras religiões.

Todas as outras principais religiões trata da adesão de uma pessoa a regulamentos: Judaísmo, Islamismo, Budismo, esses são sistemas religiosos largamente baseados na manutenção de regras e regulamentos por parte de uma pessoa e assim, elas acham que ganham algum tipo de favorecimento diante de Deus.

Você nunca se perguntou como os falsos sistemas religiosos surgiram? Sistemas religiosos existem porque o homem é inclinado a adorar algo ou alguém. Criado à imagem de Deus, seres humanos não podem deixar de adorar algo ou alguém. É nossa natureza fazer isso.

Conforme disse G. K. Chesterton, “Quando paramos de adorar a Deus, não adoramos nada, adoramos qualquer coisa.”

Assim, o que precisamos é de alguém que nos leve a adorar a coisa certa e é isso o que o Evangelho faz. O Evangelho nos liberta daquilo que nos escravizou de forma que encontremos liberdade e realização somente em Cristo e O adoremos.

Cristianismo não se trata de regulamentos. Cristianismo é sobre Jesus. Cristianismo é sobre encontrarmos a verdadeira identidade, verdadeira aceitação, verdadeiro significado e verdadeiro propósito em Jesus Cristo.  Temos tudo nEle e encontramos realização nEle.

Então para o Cristão existem duas respostas principais para essa passagem. Número um, Paulo diz:

I. Aproveite Sua Nova Liberdade em Cristo (16-19)

Se você é um Cristão, você é livre em Cristo. Você tem a liberdade que te liberta de ser escravizado a regras e regulamentos. Verso 16:

16 Portanto, não permitam que ninguém os julgue pelo que vocês comem ou bebem, ou com relação a alguma festividade religiosa ou à celebração das luas novas ou dos dias de sábado.

Aparentemente, os falsos mestres estavam dizendo, “Ei, se vocês realmente desejam ter um senso espiritual elevado, sigam essas regras. Observem o Velho Testamento todas essas regras e observações religiosas. Há coisas sobre comer certos alimentos, certos festivais e sobre o sábado e coisas do tipo. Guardem todas essas coisas e vocês terão vida verdadeira.”

A isso Paulo responde que todas essas exigências legalistas e rituais eram simplesmente uma sombra da coisa mais importante e real. Ele diz que todas essas regras e regulamentos antigos – verso 17:

17 Estas coisas são sombras do que haveria de vir; a realidade, porém, encontra-se em Cristo.

Devemos nos lembrar que o Velho Testamento aponta para Cristo. Cristo é o cumprimento dos ensinos do Velho Testamento. Cristo viveu a vida perfeita e cumpriu todos os requisitos do Velho Testamento de forma que Paulo pode dizer que os Cristãos da mesma forma são aqueles que cumpriram os requisitos. A vida e morte de Cristo é aplicada ao Cristão em virtude de sua união a Cristo, conexão a Cristo. O que Cristo fez é aplicado ao Cristão.

Assim, Paulo está dizendo, “Quando você lê no Velho Testamento sobre todas essa leis a cerca de dieta e dias especiais de observância religiosa, você está lendo a respeito de coisas que apontam para Jesus. Aqueles dias santos e requisitos santos apontam para Aquele que é santo.

Especificamente, Paulo descreve no verso 17 as regras e regulamentações do Velho Testamento como, “uma sombra das coisas que estavam por vir, mas a essência é Cristo.” Uma sombra não é algo real. Uma sombra é apenas um indicador da coisa real. Certo? Se em um dia ensolarado vejo a sombra de um homem, não estou olhando para a coisa real, mas meramente para um indicador ou um símbolo da própria coisa.

Dessa forma, as regras e regulamentações do Velho Testamento são sombras indicadoras do Senhor e Salvador. O que elas “prefiguravam” havia sido “cumprido” em Cristo. Então se você tem a coisa real, você não precisa da sombra. Se você tem Aquele que é santo, você está livre das regras. Em Cristo você tem tudo, salvação plena, pleno perdão, aceitação plena.

É por isso que não observamos as leis cerimoniais do Velho Testamento com relação a restrições de dieta e regulamentações do Velho Testamento sobre certos dias de festas e coisas do tipo. Esses eram regras e regulamentações dadas ao povo de Deus para ajudá-los a entender a santidade e o que significa ser “separado” do mundo, requisitos santos que prefiguravam e apontavam em direção do SANTO, o Senhor Jesus Cristo. Então Paulo argumenta:

18 Não permitam que ninguém que tenha prazer numa falsa humildade e na adoração de anjos os impeça de alcançar o prêmio. Tal pessoa conta detalhadamente suas visões, e sua mente carnal a torna orgulhosa.

Paulo diz, “Não deixe que ninguém roube sua liberdade em Cristo.” Guarde sua liberdade. Esses falsos mestres “se deleitam na falsa humildade,” ou na abnegação como um abraço ao asceticismo, a negação legalista ao corpo de coisas em um esforço de ganhar santidade – não coma isso ou não beba aquilo.

E esses falsos mestres também sugeriam que adorar aos anjos levava a uma consciência espiritual mais elevada. Eles eram aqueles que “se meteram em coisas que não viram,” alegando que tiveram visões, “se tornando orgulhosos” em sua mente “carnal” ou não espiritual.

19 Trata-se de alguém que não está unido à Cabeça, a partir da qual todo o corpo, sustentado e unido por seus ligamentos e juntas, efetua o crescimento dado por Deus.

Paulo está ensinando que o Cristão tem que estar conectado a Cristo, “unido à Cabeça,” que é Cristo. É de Cristo que o Cristão recebe tudo que precisa. O Cristão é alimentado, alimentado espiritualmente, não pela adoração aos anjos ou por guardar regras e coisas desse tipo, mas o Cristão é alimentado espiritualmente por Jesus Cristo!

Cristãos devem estar “unidos à Cabeça,” a Cristo, “a partir da qual todo o corpo” cresce. Nós crescemos quando estamos conectados a Cristo, alimentados por Ele. Se você quer crescer espiritualmente e apreciar as coisas profundas de Deus, você encontrará tudo isso em Jesus Cristo. Certifique-se de permanecer conectado à Cabeça do corpo, ao Próprio Cristo. Permaneça nEle.

Leia sobre Ele na Palavra. Ore a Ele. Participe da adoração a Ele.

Em Cristo, Deus te aceita completamente. Eu acho que é aqui que a maioria de nós hoje encontra a aplicação dessa passagem.

O Evangelho apenas é o que nos torna aceitáveis a Deus, aceitáveis à vista de Deus. Se somos Cristãos é libertador saber que não podemos fazer nada para nos tornarmos inaceitáveis a Ele.

Isso não quer dizer que Cristãos não podem decepcionar o coração de Deus quando pecam, mas quer dizer que Deus sempre nos vê em Cristo; nossa plenitude é encontrada em Sua completa obra expiatória na cruz, uma obra que Deus aplica a nós. Então Deus sempre vê a justiça de Cristo aplicada àqueles que são Cristãos, àqueles que estão “em Cristo.”

Assim, não podemos fazer nada para perder essa aceitação da parte de Deus, amém! E – isso é o corolário importante que nos protege do legalismo – e, assim como não podemos fazer nada para perder essa aceitação, também não podemos fazer nada a mais para sermos mais aceitáveis. Nossa aceitação é encontrada unicamente em Cristo.

Lembre-se sempre: “Eu sou aceito por Deus não baseado em minha performance pessoal, mas na justiça infinitamente perfeita de Cristo.”

Porque abracei não uma sombra, mas a coisa real, tenho a realidade de Cristo aplicada a mim. Quando peco, Deus não me ama menos, porque Seu amor é um amor perfeito, derramado através de Seu Filho Jesus.

Quando peco, Deus não me amará menos – e – quando faço o que é correto, Deus não me amará mais. Cuidado com sua tendência ao legalismo! Nossa performance não aumenta nossa aceitação por parte de Deus! O amor de Deus é perfeitamente constante porque é um amor atado a Seu Filho Jesus Cristo, Aquele a quem estamos conectados na Estação de Junção. Nós estamos unidos a Cristo.

Isso tudo nos leva a segunda resposta ao texto. Existem duas; a primeira é “Aproveite Sua Nova Liberdade em Cristo,” e a segunda é:

II. Abrace Sua Nova Vida em Cristo (20-23)

Lembra da semana passada que Cristo “cortou fora seu velho eu,” lembra disso no verso 11? Você foi espiritualmente circuncidado, Deus cortou fora o velho corpo de carne, o velho corpo de carne que te escravizava ao pecado, o velho eu. Você morreu para o velho eu.

Nossa morte ao velho eu é retratada no batismo, verso 12: “sepultado com Ele no batismo.” Você morreu para a velha vida. Seu batismo retratou a morte para o seu velho eu e vida no novo eu. Você foi ressuscitado para andar em novidade de vida.

Paulo volta à imagem de morrer para o velho eu no verso 20. Ele diz que vocês “morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo,” os poderes espirituais que Cristo derrotou na cruz e desfilou pelas ruas para que todos vissem – traz de volta a imagem do verso 15: “e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz.”

Assim, o ponto de Paulo é, “Se você morreu para a velha maneira de viver e se você morreu para as coisas que te escravizavam, coisas como regras e regulamentos que você mantinha em um esforço para ganhar a aceitação de Deus – o tempo todo falhando e aumentando a culpa e a vergonha – escravizado ao pecado pelas forças das trevas, se você morreu para a velha vida, então porque agora você começou a se escravizar novamente às regras e regulamentos impotentes, coisas que são apenas sombras?!”

Veja isso no texto, versos 20 e seguintes:

20 Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que é que vocês, então, como se ainda pertencessem a ele, se submetem a regras:

21 “Não manuseie!” “Não prove!” “Não toque!?”

O ponto de Paulo aqui é que você ganhou a aprovação de Deus e aceitação de Deus através de Jesus Cristo. Deus tem você como pleno nEle – Cristo que é o Único que, com êxito total, manteve todas as regras e regulamentos e cumpriu a lei do Velho Testamento em todos os aspectos. Então se você achou aceitação nEle e não em sobras de regras vazias, então porque agora você volta a essas regras e regulamentações em um esforço de ganhar a aprovação de Deus?

Os falsos mestres estavam vendendo um tipo de negação ascética das coisas para o corpo. Existiam esses tabus no verso 21: “Não manuseie!” “Não prove!” “Não toque!?” Não sabemos tudo o que há para saber sobre esse falso ensino, mas é muito claro que se trata de um ensino que sugeria que alguém poderia conseguir a aprovação e a aceitação de Deus, que é o mesmo que dizer que alguém poderia encontrar significado, propósito e realização, aderindo rigorosamente a requisitos legalistas. Esses são requisitos que, Paulo diz no verso 22:

22 Todas essas coisas estão destinadas a perecer pelo uso, pois se baseiam em mandamentos e ensinos humanos.

Essas regras de “Não manuseie, não prove, não toque” são coisas que perecem com o uso. Em outras palavras, são coisas que irão desaparecer uma vez que são usadas – coisas como comida que vai embora uma vez que é ingerida.

O ponto de Paulo é que não há nada inerentemente errado em comer certos tipos de alimentos. Não quer dizer que alimento seja algo imortal e tenha algum tipo de poder místico em si mesmo. A comida é ingerida e se vai e, de acordo com Jesus em Marcos 7:18-19, “Não percebem que nada que entre no homem pode torná-lo ‘impuro’? Porque não entra em seu coração, mas em seu estômago, sendo depois eliminado.” Ao dizer isto, Jesus declarou “puros” todos os alimentos.

Paulo também declara em 1Coríntios 6:13, “Os alimentos foram feitos para o estômago e o estômago para os alimentos”, mas Deus destruirá ambos. 

Essas regras que os falsos mestres estavam enfatizando em Colossos não tinham origem divina, mas são humanas e feitas pelo homem. Paulo diz na segunda parte do verso 22 que esses mandamentos “se baseiam em mandamentos e ensinos humanos.” Isso é coisa que o homem acrescentou ao ensino do Evangelho no Novo Testamento.

Esses ensinamentos trabalham em oposição aos ensianmentos do Evangelho. Esses velhos ensinamentos legalistas pertencem ao reino temporal e os Cristãos pertencem ao reino eterno. Essas coisas não contém vida verdadeira, mas apenas coisas vazias. São apenas sombras. O real é encontrado somente em Cristo. Verso 23:

23 Essas regras têm, de fato, aparência de sabedoria, com sua pretensa religiosidade, falsa humildade e severidade com o corpo, mas não têm valor algum para refrear os impulsos da carne.

Regras e requisitos legalistas – regras adicionadas ao Evangelho – “têm aparência de sabedoria.” Soam como sabedoria: “Não faça isso, não faça aquilo,” e coisas desse tipo. Aqueles que seguem rigorosamente as regras têm aparência de sábios. Manutenção severa de regras faz alguém parecer muito religioso e muito “humilde.”

Alguns de vocês cresceram com os “Nãos.” Não faça isso, não faça aquilo. Não beba, não fume, não masque chiclete – e não corra com quem corre!”

Princípios morais são úteis com certeza, mas princípios morais não são o Evangelho. Adesão severa a requisitos legalistas como um meio de santidade não é Evangelho.

Manutenção severa de regras não faz parte da nova vida em Cristo. A escravidão de se manter regras e regulamentações nada mais é que uma demonstração do orgulho humano e as regras por si mesmas “não têm valor algum contra a indulgência da carne,” que é o mesmo que dizer, “não têm valor algum para refrear os impulsos da carne (NVI),” ou “não ajudam na conquista dos desejos do mal na pessoa (TNV-Tradução Nova Vida).”

A única maneira de conquistar nossos desejos do mal é permanecer em Cristo. Temos que permanecer nEle, pregando regularmente o Evangelho para nós mesmos, lembrando que somente em Cristo encontramos realização – perdão completo, aceitação completa e poder completo para andar em novidade de vida.

Devemos nos lembrar constantemente que morremos para a velha maneira de viver e que o poder de Cristo agora vive dentro de nós. Devemos nos lembrar que é através de Cristo vivendo em nós que podemos viver uma vida que agrada a Deus.

O legal sobre o Evangelho é que temos liberdade em Cristo e perdão em Cristo. Se cometemos uma besteira e pecamos, Deus ainda nos ama da mesma forma. Deus ainda vê a justiça de Cristo aplicada a nós. E o poder de Cristo permanece em nós para nos equipar a viver da maneira que genuinamente queríamos viver. Cristãos são livres da escravização do pecado. Certa vez não fomos livres de não pecar, mas agora somos livres para não pecar. Podemos na verdade escolher não pecar ao permitir que o poder e a presença de Cristo faça Seu trabalho.

Regras e regulamentos “não têm valor algum para refrear os impulsos da carne.” Regras e regulamentações não fornecem ajuda na conquista de nossos desejos pecaminosos, mas o Evangelho sim. E somente o Evangelho faz isso. Só o Evangelho dá liberdade e vida em Cristo.

Assim, em nosso deleite da nova liberdade em Cristo e em nosso alegre abraço da nova vida em Cristo, devemos nos guardar de qualquer noção incapacitante de legalismo.

Moralismo é a manutenção de princípios de forma a atingir um status daqueles que são consideradas “pessoas boas,” pessoas boas que certamente são aceitas por Deus quando Deus vê o comportamento delas melhorando.

Moralistas são aqueles que “fazem todas as coisas certas” e são “criadas corretamente” e criam seus filhos e fazem tudo corretamente e a cultura aprova a maneira deles agir que é correta e dessa forma elas encontram sua suficiência em seu moralismo. O moralista diz: “Não sou perfeito, mas sou bom. Eu sou um cidadão bom e respeitável. Eu sou um bom vizinho e Deus ajuda aqueles que se ajudam.”

Em última análise, moralismo é nada mais que um orgulhoso abraço da autossuficiência, muito mais do que encontrar nossa suficiência somente em Cristo.

Al Mohler, em um artigo intitulado, “Por que o Moralismo Não é o Evangelho,” escreve: “O inferno será altamente povoado com aqueles que foram ‘criados corretamente.’”

Apenas ter sido criado da forma correta não faz de alguém um salvo. O moralismo não coloca alguém na posição correta com Deus, nem em qualquer posição maior com Deus. Moralismo é um tapa na face do próprio Evangelho.

É por isso que o moralismo é mais perigoso ao Cristianismo que qualquer um dos “grandes pecados” contra os quais os Cristãos frequentemente pregam.

John Piper, ao abordar os perigos do álcool, por exemplo, explica porque o moralismo legalista é atualmente um grande perigo para a igreja. Ele explica como Satanás trabalha para enganar os Cristãos, levando-os a pensar que alcoolismo é pior. Eis o que ele escreve:

Legalismo é uma doença mais perigosa que o alcoolismo porque não se parece com uma (legalismo não se parece com uma doença). O alcoolismo faz o homem falhar; legalismo os ajuda a ter sucesso no mundo. Alcoolismo torna o homem dependente de uma garrafa; legalismo faz do homem autossuficiente, não dependendo de ninguém. Alcoolismo destrói a determinação moral; o legalismo a torna mais forte. Os alcoólatras não se sentem bem vindos à igreja; legalistas amam ouvir sua moral exaltada na igreja. 

Podemos até acrescentar que legalismo é uma doença mais perigosa que dependência de drogas, infidelidade sexual, homossexualidade ou atividade criminal.

Não podemos permitir que moralismo legalista ganhe apoio na igreja. Devemos encontrar nossa suficiência somente em Cristo. Devemos permanecer conectados a Ele. NEle habita toda a plenitude da Divindade em forma corpórea e somos completos nEle, cheios ao máximo nEle, plenos nEle.

Se nos alegramos no Senhor, somos menos propensos a nos vangloriarmos em nossas vitórias e mais propensos a ser compassivos em relação àqueles que falharam.

Se não nos alegramos no Senhor, se não encontramos nossa suficiência nEle, então vamos tentar encontrá-la em outro lugar, em algum outro lugar e em alguma outra coisa, algo como religiosidade, legalismo, moralismo.

Aproveite sua nova liberdade em Cristo.

Abrace sua nova vida em Cristo.

• Fiquemos de pé para orarmos.